domingo, setembro 17, 2006

Relatório do Senado conclui que Saddam não tinha ligações à Al-Qaeda

Um relatório do Senado norte-americano concluiu que o antigo Presidente iraquiano, Saddam Hussein, não tinha qualquer ligação à Al-Qaeda ou a outros grupos fundamentalistas, o que contraria uma das teses apresentadas pela Administração para justificar a guerra no Iraque.“Saddam não mantinha ligações com a Al-Qaeda e considerava os extremistas islâmicos como uma ameaça para o seu regime, tendo recusado todos os pedidos de ajuda material ou operacional da Al-Qaeda”, lê-se no relatório da Comissão dos Serviços Secretos do Senado, que passou hoje a ser público.A comissão, que analisou informação disponível antes da guerra, refere também um relatório que recebeu da CIA, em Outubro do ano passado, no qual os serviços secretos afirmam que, antes do início da guerra, o antigo ditador iraquino “não teve qualquer ligação, não acolheu, nem foi conivente com Zarqawi ou os seus colaboradores”, numa referência ao líder da Al-Qaeda no Iraque, abatido no início do Verão pelas forças norte-americanas.O relatório aponta ainda várias falhas nos dados transmitidos pelo Congresso Nacional Iraquiano, um dos principais movimento da oposição no exílio e que foi uma das principais fontes de informação da CIA antes do início da guerra.A comissão do Senado deita, assim, por terra um dos principais argumentos usados pela Casa Branca para justificar a intervenção no Iraque, já depois da Administração ter admitido que, ao contrário do que afirmara inicialmente, não existiam armas de destruição maciça no Iraque.Por várias vezes, o Presidente, George W. Bush, acusou Saddam Hussein de dar guarida a grupos terroristas, que usariam o Iraque para treinar os seus efectivos e preparar ataques. A Administração – que sempre inclui a ofensiva na “guerra contra o terrorismo” – alegava que Zarqawi, de origem jordana, estava refugiado no país antes Março de 2003 e que esse facto provava a ligação do regime de Saddam à rede terrorista.Reagindo à divulgação do aguardado relatório, o senador democrata, Carl Levin, afirmou que o documento “é uma prova devastadora das tentativas incansáveis e enganadoras da Administração Bush-Cheney” para provar laços entre a Al-Qaeda e Saddam.Confrontado com esta notícia, o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, recusou-se a comentar o relatório, alegando que ele “não traz nada de novo”.

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1269639&idCanal=15

Nota:
E com isto caiu mais uma das “provas” insofismáveis que “motivaram” a invasão do Iraque…

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