domingo, setembro 17, 2006

Ministra da Educação: quando a imaginação não tem limites

A imaginação da Ministra da Educação e dos autarcas que executam as suas ordens parece não terem limites quando o assunto é encerrar escolas ou remediar o mau estado do parque escolar. Vale tudo. Alguns exemplos. Em Viseu uma das soluções encontradas para a falta de refeitórios e de transporte escolares é deveras original. «Apanhem a camioneta da carreira e levem a loiça de casa». Os pais das crianças da aldeia do Granjal em vez do transporte escolar foram convidados a fazer seguir os filhos na camioneta da carreira claro sem nenhum acompanhamento. Explicação do autarca José Mário Cardoso dada ao jornal Público de dia 14 « como o transporte das crianças é feito numa carreira pública a lei não prevê acompanhamento ». Está bem visto então não está? Mas não é só a imaginação que não tem limites a pouca vergonha também parecem não ter. O mesmo autarca justificou o pedido para as crianças levarem os pratos de casa para tomarem as refeições na escola Sernancelhe assim « a ideia era como as crianças estavam deslocadas da sua terra se sentissem mais em casa ». Conseguem imaginar melhor solução para a falta de recursos de um refeitório escolar? Mas os exemplos de que a imaginação não tem limite para luminárias do calibre da Ministra ou deste pobre autarca surgem um pouco de norte a sul do pais. O emprego de meios militares pode ser uma boa solução mesmo quando se trata de crianças do 1º ciclo. Não acreditam então oiçam. A Coordenadora da Área Educativa de Viana do Castelo informou os pais das crianças da Gemieira que terça feira vai a GNR buscar as crianças porta a porta se esta persistirem na recusa em serem deslocadas para a Escola da Ribeira. Será que luminária já pediu a emissão dos mandatos de captura? E a Ministra tem conhecimento do caso e concorda com o método? Pago para ver. http://dn.sapo.pt/2006/09/15/sociedade/
gnr_a_casa_buscar_alunos_greve_aulas.htmlO uso de meios militares também pode ser uma forma de melhorar o parque escolar. Como quem não tem cão caça com gato o autarca de Beja e os senhores do Ministério da Educação chegaram a esta genial solução para remediar o atraso nas obras do parque escolar. Meterem as crianças à mistura com os militares, armas e explosivos no Quartel de Beja. Toda a gente sabe que os militares são pau para toda a obra mas enfiar crianças e professores dentro de quartéis só deve acontecer neste pobre pais. Nem os talibans se atreveram a tanto. Será que a União Europeia ou a UNICEF sabem destas coisas? http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_
id=61&id_news=243012Sorte diferente tiveram as crianças de Arouca que são condenadas a passar os próximos três anos lectivos em contentores que vão substituir as escolas encerradas. http://www.arouca.biz/Arouca/Arouca/
Alunos_vao_ter_aulas_em_contentores_200608171432/A imaginação não tem mesmo limites. Já agora fica uma pergunta para a Senhora Ministra. Porque não encerrar a 5 de Outubro e mudar-se para uns contentores ali para a Musgueira? Sempre se poupavam uns tustos. E a senhora ministra tem mais arcaboiço para estar num contentor a rapar frio do que as pobres das criancinhas. Imagino eu.
Ismael Pires
http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=109050&cidade=1

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