Foi uma campanha eleitoral de desalento e apatia. Os media "de referência" tudo fizeram para esvaziá-la de qualquer conteúdo ideológico, transformando-a num concurso de quermesse sob a batuta de publicitários. Candidaturas caricaturais a deputado apareceram às pazadas. A intervenção das seitas religiosas no processo eleitoral foi activíssima, elegendo grandes bancadas. O debate das questões de fundo foi substituído pelo debate quanto a graus de corrupção dos intervenientes. A mentalidade do "voto útil" (que acaba por ser inútil) levou ao afunilamento dos votos nos dois candidatos principais. A ameaça da extinção do programa "Fome Zero", uma chantagem implícita, actuou poderosamente em favor do sr. Lula. Ele continuará a desenvolver a sua arte de servir o capital financeiro ao mesmo tempo que obtem os votos dos pobres que marginaliza. A falta de cultura política e a ausência de instinto de classe de grande parte do povo brasileiro fizeram o resto. Na falsa democracia brasileira as mascaradas eleitorais constituem a mise en scène que os directores do FMI apreciam. Nada mudou no Brasil: continua escravizado aos banqueiros (que financiaram as duas candidaturas, Alckmin & Lula) e à Wall Street. A segunda volta será só um pro forma.
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