Defensores da vida não se opõem ao aborto por oração

Alguns partidários do “não” no referendo ao aborto reuniram-se para um debate de reflexão com o objectivo de discutir o problema de forma imparcial e sem influências externas à consciência de cada um. Reunidos na Igreja de São Adolfo em Cacilhas, onde também tentaram bater o recorde mundial de concentração de gente nua num confessionário (alcançável porque os participantes têm famílias numerosas), os defensores do direito à vida concluíram que a única forma de aborto aceitável é o aborto por intervenção divina, quando Deus interrompe uma gravidez no cumprimento dos seus misteriosos desígnios. “A vantagem desta forma de aborto é que não é censurável porque provém do Céu e Deus está devidamente autorizado a ceifar as vidas que entender,” explica o Padre João de Sade, ex-capelão do Comboio Fantasma da Feira Popular, acrescentando que “o problema é que só pode conseguir-se por intermédio de oração e o resultado nunca é garantido.” No entanto, nunca se dispensará que seja facultado ao feto o prazer de rezar através da entrega de terços. O modo exacto como o terço chegará até ao interior do útero fica ao critério de cada um mas, de acordo com o Padre Sade, “há uns vídeos interessantes na net sobre introdução de contas em lugares recônditos da anatomia.”

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