Há uma realidade preocupante que, por vezes, surpreende os portugueses em deslocação ao estrangeiro e que, por algum motivo, decidem visitar uma livraria. É mais comum do que se possa pensar ver traduções de autores como Margarida Rebelo Pinto ou Miguel Sousa Tavares expostos em lugar de destaque na secção dedicada à literatura internacional. Não me preocupa que lá estejam. Preocupa-me que alguém os compre, motivado por uma ânsia de literatura exótica de países obscuros (Portugal neste caso) ou por uma reflectida lusofilia.
Há também a possibilidade igualmente assustadora de as versões traduzidas serem melhores do que o original por obra de um tradutor sobrequalificado que deduza que a falta de qualidade do texto a traduzir é gravosa demais para ser real e só se pode explicar por defeito próprio e imprevisto na compreensão da língua de Camões e Quim Barreiros.Assusta-me que, um dia, Portugal possa deixar de ser o país de Eusébio, Amália e Figo e passe a ser o país de Margarida Rebelo Pinto ou Inês Pedrosa. Imaginem essa possibilidade por um instante. O que será preferível? Continuarmos a ser o país que muitos, dos poucos que o conhecem, acham situar-se algures na América Latina ou sermos célebres como a pátria de tão elevadas mentes criativas?
Se há gente que se diverte com as aventuras amorosas de Bernardos e Marianas ou com as incursões literárias do Miguel pela África Negra, é lá com eles. Afinal, a falta de gosto é um mal universal e incurável. Mas que sejam portugueses. Coisas como estas deviam ser mantidas do lado de cá da fronteira como um segredo embaraçoso lesivo para a reputação do país lá fora. Margarida Rebelo Pinto é uma das autoras mais populares em Portugal. Que seja. Mas ninguém precisa de saber os pormenores sórdidos.
http://www.inepcia.com/
Há também a possibilidade igualmente assustadora de as versões traduzidas serem melhores do que o original por obra de um tradutor sobrequalificado que deduza que a falta de qualidade do texto a traduzir é gravosa demais para ser real e só se pode explicar por defeito próprio e imprevisto na compreensão da língua de Camões e Quim Barreiros.Assusta-me que, um dia, Portugal possa deixar de ser o país de Eusébio, Amália e Figo e passe a ser o país de Margarida Rebelo Pinto ou Inês Pedrosa. Imaginem essa possibilidade por um instante. O que será preferível? Continuarmos a ser o país que muitos, dos poucos que o conhecem, acham situar-se algures na América Latina ou sermos célebres como a pátria de tão elevadas mentes criativas?
Se há gente que se diverte com as aventuras amorosas de Bernardos e Marianas ou com as incursões literárias do Miguel pela África Negra, é lá com eles. Afinal, a falta de gosto é um mal universal e incurável. Mas que sejam portugueses. Coisas como estas deviam ser mantidas do lado de cá da fronteira como um segredo embaraçoso lesivo para a reputação do país lá fora. Margarida Rebelo Pinto é uma das autoras mais populares em Portugal. Que seja. Mas ninguém precisa de saber os pormenores sórdidos.
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