"Fuja pela tua vida, não olhes para trás de ti, nem permaneças tu em plena planície; fuja para a montanha, para tu não seres consumido" (Genesis 19-17)
1- A produção de petróleo no ano 2025 será a metade daquela do ano 2000. Se combinarmos estes números com aqueles da população mundial, descobriremos um rácio de 5 barris de petróleo por habitante por ano em 2000, mas apenas 2 barris por pessoa por ano em 2025.
2- As fontes alternativas de energia têm sido um fracasso devido a um extremamente insuficiente retorno de energia em relação à energia investida (EROEI).
3- Uma vez que toda a economia mundial está ligada ao petróleo para a indústria, o transporte e as comunicações, haverá um crescente problema de altos preços e baixos salários. Tais lutas económicas podem por sua vez resultar numa falta de confiança do investidor, e num súbito colapso do mercado de divisas e do mercado de acções.
4- A escassez de petróleo continuará a resultar na guerra, a qual será de natureza cada vez mais global.
5- Os eventos acima — e as suas ulteriores consequências, tais como a peste — provocará mortalidade considerável. A expansão da população, por outras palavras, será seguida por uma contracção da mesma.
6- Os noticiários dos media convencionais e os políticos não declararão estes problemas. É mau negócio dar más notícias, e sempre foi – exemplo: durante a Grande Depressão da década de 1930.
7- Soluções numa escala global são impossíveis, porque não há governo responsável ou entidades que tomem decisões para todos estes milhares de milhões de pessoas, ou mesmo para um grande segmento destas pessoas. Não há Illuminati. Nem podemos esperar por grande ajuda em termos de influências mais subtis ou mais indirectas da comunidade científica ou académica, uma vez que há cerca de 5000 línguas, e a maior parte das pessoas são basicamente analfabetas.
8- No entanto, o planeamento para a sobrevivência pós-petróleo deve ser numa escala mais ampla do que aquela da pessoa individual. Estudos antropológicos indicam que o grupo de trabalho (isto é, o grupo que colectivamente desempenha a maior parte das actividades diárias) na maior parte das sociedades é cerca de 100 pessoas. Grupos desta dimensão podem ser impossíveis no início, naturalmente, mas o numero apresenta um ideal a ser mantido em mente.
9- Desde a Revolução Industrial, a maior parte das pessoas nos países desenvolvidos tem perdido cada vez mais o contacto com os conceitos de lar e família. Elas não têm "seguido o arado" e sim a fábrica, a qual é construída ou reconstruída sempre que os proprietários considerem conveniente fazê-lo. Retornar portanto àqueles conceitos primitivos será difícil, mas será necessário.
10- A sobrevivência na zona rural será mais fácil do que a sobrevivência na cidade, porque as cidades exigem a importação de alimentos, água, combustível para aquecimento e outros materiais.
11- O mundo moderno tem sido caracterizado por uma infraestrutura elaborada (transportes, comunicações, etc) e uma divisão do trabalho elaborada. As qualificações básicas para proporcionar comida, vestuário e abrigo foram portanto amplamente esquecidas, mas elas devem ser reaprendidas.
12- Os textos actuais sobre a vida rural contem muita desinformação, devido a décadas de plágio: grande parte dos tópicos sobre permacultura, jardinagem orgânica e jardinagem intensiva ajustam-se dentro desta categoria. Reaprender será portanto em grande medida uma questão de ficar com as mãos sujas no trabalho e fazer muita experimentação. A vida simples não é, para a maior parte das pessoas do mundo moderno, nada simples: mesmo uma tarefa supostamente simples pode exigir, para o não iniciado, um número aparentemente infinito de sub-tarefas, as quais muitas vezes exigirão métodos de aprendizagem para além daqueles que se encontram nos textos escritos.
Peter Goodchild
http://resistir.info/
Peter Goodchild
http://resistir.info/
Sem comentários:
Enviar um comentário