A Igreja Católica debate-se com algum embaraço depois de os autores de um compêndio de santos terem descoberto na extensa lista de homens e mulheres considerados santos ao longo dos séculos uma tal Quitéria de Jericó, referida como conhecida abortadeira pelo Antigo Testamento (Matateu 27,16) e glorificada pelo dom divino de provocar a interrupção da gravidez com um olhar fixo. A situação torna-se ainda mais incómoda em Portugal devido ao referendo que terá lugar no próximo mês e numa altura em que o Papa Bento XVI comparou o aborto ao terrorismo na sua mensagem de ano novo. A hierarquia eclesiástica não tenta negar a existência de Santa Quitéria Abortadeira, padroeira de várias localidades fronteiriças espanholas com culto estabelecido há tempos incontáveis, e mantém a sua posição irredutível perante o aborto, haja ou não paradoxo. Para o cardeal-patriarca de Lisboa, esta revelação não vem alterar nada e a “santidade da vida” mantém-se. “Esta notícia não tem a importância que lhe querem atribuir e continua a ser reprovável matar uma criança que ainda não nasceu. Pouca gente gostará tanto de crianças como os sacerdotes,” afirmou D. José Policarpo, parando para pensar e acrescentando “Isto se calhar não soou nada bem.”
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