Com excepção do The Washington Post e do Financial Times, os grandes meios de comunicação social decidiram não noticiar as declarações de Zbigniew Brzezinski que estão a agitar a classe dirigente estadunidense. Ao depor no dia 1 de Fevereiro de 2007 perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, o antigo conselheiro nacional de segurança leu uma declaração cujos termos terá pesado cuidadosamente.
Apontou: «Um cenário possível para uma confrontação militar com o Irão implica que o fracasso iraquiano atinja os limites americanos; seguido por acusações americanas responsabilizando o Irão por esse falhanço; depois, por algumas provocações no Iraque ou um acto terrorista em solo americano pelo qual o Irão seja responsabilizado. Isto poderia culminar com uma acção militar americana “defensiva” contra o Irão que mergulharia uma América isolada num profundo atoleiro englobando o Irão, o Iraque, o Afeganistão e o Paquistão».
Leram bem: Brzezinski evocou a possível organização pela administração Bush de um atentado em solo dos Estados Unidos que seria atribuído falsamente ao Irão para provocar uma guerra.
Em Washington, os analistas hesitam entre duas interpretações desta declaração. Para uns, o antigo conselheiro nacional de segurança tentou puxar o tapete debaixo dos pés dos neoconservadores e lançar de antemão a dúvida sobre qualquer circunstância conducente à guerra. Para outros, Brzezinski quis, além disso, sugerir que, em caso de confrontação com os partidários da guerra, poderia reabrir o processo do 11 de Setembro. Seja como for, a hipótese de Thierry Meyssan – segundo a qual os atentados do 11 de Setembro teriam sido perpetrados por uma facção do complexo militar industrial para provocar as guerras do Afeganistão e do Iraque – deixa de repente o domínio do tabu para ser discutida publicamente pelas elites de Washington.
Voltaire
http://www.infoalternativa.org/usa/usa147.htm
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