Manuel Pinho tem o tempo que dura uma viagem entre a China e Portugal, para escrever uma eloquente missiva ao primeiro-ministro, apresentando a sua demissão, fundamentando-se na imbecilidade das suas afirmações. Texto que o chefe do governo português entenderá com naturalidade, aceitando de imediato a almejada demissão.
Ora, é o momento certo para o Carmo e a Trindade caírem, quando o ministro da Economia cativa investimento estrangeiro, anunciando com orgulho que no seu país são praticados os mais baixos salários da União Europeia. Pinho faz da vergonha brio, com a pose palerma do costume.
Talvez seja difícil de entender, para o ministro da Economia, que Portugal não é o Banco Espírito Santo. Talvez seja difícil perceber, também, que governar um país não é como gerir uma empresa ou, no caso do sector bancário, como gerir o dinheiro de outros. Jamais e em tempo algum, pode um governante enaltecer os baixos salários – que são também, registe-se, prova cabal da má distribuição de riqueza - procurando captar investimento.
Ou é a média comunitária que está inflacionada ou Manuel Pinho convidou os chineses – ainda por cima os chineses – a explorarem mão-de-obra portuguesa, como já fazem os espanhóis e os holandeses nos seus territórios.
Este Pinho é o mesmo Pinho que entendeu demolir a casa onde morou Almeida Garrett para construir apartamentos de luxo. Um homem que gosta descontroladamente de dinheiro, tudo fazendo e chegando a fazer qualquer coisa para o ver multiplicar-se.
Agora, o vício envergonhou uma nação inteira. Envergonhou, sobretudo, um povo que está a completar quase uma década de sacrifícios pedidos pelos governantes.
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