Recordação de algumas atrocidades do duo Clinton-Gore
Apresenta-se nas salas de cinema do mundo inteiro um produto audiovisual denominado "Uma verdade incómoda". Ele faz parte de uma extensa campanha propagandística, com base na teoria no aquecimento global do planeta, do senhor Al Gore, ex–vice-presidente dos Estados Unidos da América.
Com o seu computador Macintosh e graças à Internet e à informação obtida pela sua privilegiada situação política, Gore conseguiu elaborar um livro com o mesmo título, com publicação próxima em Espanha. Com mais de 700 mil cópias vendidas só na edição inglesa, às quais há que juntar as que foram vendidas em 23 edições em outros tantos idiomas, o livro de Gore, juntamente com o filme e o DVD (um milhão de cópias vendidas só nos Estados Unidos), conseguiu formar um verdadeiro corpo diplomático de carácter mediático que lhe abre as portas dos grandes salões e fóruns mundiais.
Al Gore foi recebido a 6/Fevereiro/2007 em Madrid pelo presidente do governo espanhol no Palácio da Moncloa [e no dia 8 em Lisboa pelo primeiro-ministro português]. Vários ministros e outras personalidades acorreram à sua primeira conferência em Espanha: "O maior problema actual da humanidade e a nossa contribuição para travá-lo". Conferência que se anuncia nos media com o subtítulo: "debate aberto com Al Gore". Esta conferência permitiu a presença daqueles que pagaram 470 € + IVA, quantia que não dava direito a tirar fotografias nem a gravação audiovisual, nem tão pouco a formular qualquer pergunta ao senhor Gore, proibição que também afectou os jornalistas. Apesar da oferta de lugares gratuitos às organizações ecologistas, algumas destas receberam resposta negativa à sua presença se não desembolsassem a quantia mencionada.
Al Gore apresenta-se no filme como um enviado da Natureza, de origem norte-americana, mas que também se dirige aos norte-americanos (o produto há-de vender-se no mundo inteiro). O novo profeta, seguindo a metodologia bíblica das sete pragas do Egipto, anuncia-nos a oitava praga do aquecimento global que arrasaria de novo o planeta. Com um discurso americano para norte-americanos, Gore maneja habilmente a informação que lhe parece oportuna e nesta linha elabora as conclusões sobre o terrível futuro que se nos avizinha e as soluções que já conhecemos.
Assim, os dados que oferece sobre a situação actual do aquecimento global do planeta provém dos "cientistas" em que ele confia e que dizem a verdade, e não dos maus que a escondem por dinheiro. Al Gore de modo algum cita os cientistas (cerca de 2500) que desde 2001 e com mandato da ONU trabalham no Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla inglesa) que, certamente, oferecem uma informação mais rigorosa e menos catastrofista que a expressa pelo ex–vice-presidente. Al Gore só nos fala do CO 2 (anidrido carbónico ou dióxido de carbono) como o único gás com efeito de estufa, ignorando deliberadamente os outros gases, como o metano, responsáveis por um efeito muito maior ainda que estejam presentes em menor quantidade. Este esquecimento terá algo a ver com a política do presidente Bush de desprestígio da ONU e da recusa de ratificação do Protocolo de Quioto?
O senhor Gore parece que gosta mais do simples CO 2 do que das dioxinas, dos furanos, dos PCB e outras de substâncias complexas, de reciclagem impossível na natureza – ao contrário do CO 2 (que poderia ser convertido em biomassa, se não desflorestassem o planeta) –, sobre os quais existe um acordo absoluto quanto à sua extrema periculosidade. Por esta razão, identificadas as doze substâncias mais letais existentes na atmosfera, nos solos, nos nossos corpos e na maioria dos seres vivos, que hão-de manter-se durante gerações, se assinou em 2001 e se ratificou em 2004 a Convenção de Estocolmo. Mas nos processos de incineração, nos quais se geram a maioria destes compostos, para além do CO 2 em que só se fixa o discurso de Al Gore, continuam e pouco ou nada sabemos da sua evolução, se exceptuarmos a informação dos investigadores médicos, sobre a sua maior presença nos tecidos e órgãos humanos.
No seu filme, podemos ver como vai sofrer a Natureza, a obra de Deus, com maior precisão e crueldade do que os seus próprios habitantes. Ao referir-se aos efeitos das alterações climáticas em África mostra-nos um pobre mapa com o lago Chade sem imagem alguma do sofrimento dos seus habitantes. A única imagem que oferece para nos mostrar a sua angústia e o seu sofrimento que o leva até à morte é a de um urso polar que nada, durante 100 km, à procura de gelo e que morre. Talvez a visita a Espanha lhe pudesse servir para que alguns ministros e outras autoridades lhe sugerissem que mudasse o urso por africanos que, em muito maior número, morrem ao tentar o atravessamento do estreito de Gibraltar à procura de uma vida melhor. Saberá ele, ou os seus assessores audiovisuais, que os africanos não são brancos como o urso?
Sem dúvida, na película, não podemos ver as causas que provocaram a ruína económica e social desse gigantesco continente que contém uma grande parte dos recursos naturais do planeta e que, talvez, por isso se encontre na actual situação de ruína. Simplesmente, ao mostrar-nos o lago de Chade seco (com uma seta que diz Darfur à direita e Níger à esquerda), indica-nos que o ex–vice-presidente não lhe interessa os outros problemas que existem por lá. E, por isso, não nos diz como solucioná-los.
Tão pouco nos diz o senhor Gore qual é a causa verdadeira da situação no mundo sobre o esgotamento dos recursos, a degradação ambiental e a actual desigualdade económica e social. Apesar de que em 1972 já se tenha feito um estudo exaustivo ("Os limites do crescimento", estudo apresentado pelo Clube de Roma, sobre a avaliação da situação humanitária, feito por Donella H. Meadows, Denis L. Meadows, Jorgen Randers et William Berens III), ao qual se seguiram outros estudos que deram ocasião à declaração da Cimeira da Terra (Rio de Janeiro, 1992) sobre a necessidade da conservação dos recursos; o senhor Gore não nos fala nas soluções para a redução do consumo de alguns recursos naturais, energéticos ou outros. Só nos fala de energia e CO 2 . Não se preocupa com o sofrimento actual das pessoas devido à destruição dos seus territórios, às migrações e mortes como consequência da depredação dos recursos, mas só se mostra compungido ao pensar na sua quinta na qual passou a sua idílica infância. Preocupa-o não saber em que condição ficará com o dito aquecimento global. O consumismo é intocável, como alma mater e motor da nossa civilização actual que transforma recursos naturais em resíduos na proporção de 93%. Só 7% dos recursos naturais que utilizamos (minerais energéticos e não energéticos, alimentos, etc) são transformados em bens úteis para o nosso exagerado consumo. Al Gore indica-nos que a solução está na mudança de automóvel por outro sem nos dizer se na fabricação e utilização deste novo automóvel se consome mais ou menos recursos e se a eficiência transformadora (maior aproveitamento dos recursos) será maior ou menor. O mesmo acontece com a energia, mostrando-nos painéis fotovoltaicos (transformam a luz solar em corrente eléctrica) que, hoje por hoje, necessitam no seu processo de projecto, fabricação e montagem, mais energia do que aquela que vão produzir na sua vida útil. Diz-nos o senhor Gore que se exija das empresas eléctricas o fornecimento de energia limpa e verde. A que novas formas de energia se refere o senhor Gore quando nos diz que se pode atingir a emissão zero de CO 2 ? Alcançar este objectivo no uso intensivo da energia num país como os EUA, e no mundo, significa não queimar matéria orgânica (petróleo, gás natural, carvão, biomassa, etc). Só a energia nuclear de fusão, o sonho do reactor reprodutor (ITER), pode fornecer garantidamente as gigantescas procuras actuais, e maiores ainda no futuro, que a nossa civilização exige no consumo-destruição-fabricação-consumo. Só uma fonte inesgotável de energia eléctrica poderia garantir a disponibilidade do hidrogénio para substituir os combustíveis fósseis nos processos de combustão. Coincidências entre Al Gore e Jeremy Rifkin.
QUAL O AUTOMÓVEL DE JESUS CRISTO?
Uma vez mais, Al Gore recorda-nos que é norte-americano e, no fundamental, fala para os norte-americanos. Só se refere ao resto do mundo nas partes menos importantes do seu discurso. Diz-nos que devemos reduzir a dependência do petróleo estrangeiro, não a mobilidade compulsiva. Esquece-se que se deslocam, constantemente, cada vez mais, mais depressa e mais longe materiais, produtos e pessoas. Diz-nos que devemos reduzir a extracção do petróleo do nosso país. A que país se refere? A maioria não tem petróleo. Esta meta de redução da dependência, com a ideia da segurança nacional, traduz-se num verdadeiro dilema pois torna-se necessária a importação do petróleo, tanto para os militaristas (guerras territoriais para controlar o petróleo) como para os falcões do fisco (repercussão das importações no valor do dólar) e para os sectores económicos do neoconservadorismo que apoiam o presidente Bush. Também parece que pretende satisfazer os desejos das prédicas de poderosas seitas evangelistas que falam na necessidade de o homem conservar a Terra que Deus nos deu. Ainda que Al Gore não responda à pergunta chave para estas seitas: Que automóvel conduziria Jesus Cristo nos dias de hoje?
Al Gore, definitivamente, pretende assustar-nos (o medo é o instrumento mais subtil e útil do poder) ao responsabilizar-nos a todos, mas sem mostrar-nos um gráfico ou uma tabela que indique a responsabilidade que corresponderia a cada um de nós (pessoas, grupos económicos e sociais, países). E mais, no fundo, ele tão pouco sabe porque nos acusa. Assim, lamenta-se como alguém que em nome de Deus tenha passado por aqui, ao referir-se aos desastres produzidos pelo furacão Katrina.
Al Gore não exige responsabilidades aos conhecidos causadores da situação actual e futura, cujo enriquecimento material é ainda maior do que o aumento do desastre ambiental que produziram (só a Exxon-Mobil obteve, em 2006, 30,36 mil milhões de dólares de lucros, o maior jamais alcançado por uma empresa na história do capitalismo), mas exige que aceitemos esta situação como o pecado de toda a humanidade e que trabalhemos todos juntos no futuro para nos salvarmos do perigo que está para acontecer.
Tão pouco nos indica quanto CO 2 se emitiu para a atmosfera como consequência da fabricação, ensaios, transporte e utilização do desproporcionado exército do seu país que não representa a humanidade no seu conjunto. Nem o do emitido nas sucessivas guerras para o controlo do petróleo (bombardeamentos, explosões de poços de petróleo e refinarias, roturas de oleodutos e gasodutos).
Para emitir este discurso simples e sustentado já existe o republicano Schwarzenegger, talvez com maior experiência cinematográfica. Mas, no seu estado da Califórnia, supostamente avançado do ponto de vista ambiental, ainda ninguém consegue comprar o tal automóvel capaz de ser conduzido por Jesus Cristo.
Como conclusão, a propaganda de Al Gore não oferece nada de novo e rigoroso (melhor escrito e estudado, ainda que não apresentado com tais parangonas, existe no primeiro relatório do Clube de Roma de 1972; mais rigoroso e aparentemente científico encontra-se na informação fornecida pelo IPCC, órgão da ONU, em 2001). Segue a Bíblia na sua apresentação simplista da análise das causas e da formulação das medidas, recomendando a reza aos que sejam seus crentes. Para cobrar os benefícios do desastre e os que se derivam da sua divulgação, incluído o próprio, existem nomes e apelidos. Para pagar os danos ambientais devemos estar todos juntos e irmanados e ao que nos toca mais concretamente devemos perguntar-lhe como a Deus: "porquê nós e aqui?" Al Gore desaproveita nesta magnífica, talvez irrepetível, ocasião, a oportunidade de nos oferecer o seu currículo pessoal no que respeita aos trabalhos, aos sacrifícios e aos resultados obtidos durante a sua carreira política incluindo o seu período como vice–presidente dos EUA. Talvez assim tivesse ganho as eleições e fosse hoje presidente em vez de andar a vender livros e DVDs, ainda que então talvez não fosse iluminado por Deus para andar a fazer prédicas sobre o desenvolvimento sustentável, algo que, segundo manifesta o próprio, só aconteceu depois de ter perdido as eleições presidenciais. Eis agora o que o novo profeta ecologista manifesta: "vi claramente a missão que me estava destinada".
Vejam, leiam e julguem vós, sobretudo os privilegiados que puderam ouvir e ver o profeta, por 470 € + IVA, se não se assiste a um fenómeno global, ecológico, económico e religioso, que atrai por igual as crianças e os mais crescidos, orientais e ocidentais, plebeus (como eu que só vi o DVD que nos emprestou um amigo) e aristocratas (que lhe pagaram os 200 mil dólares por conferência e têm a possibilidade de vê-lo ao vivo e inclusive falar-lhe). Para terminar, umas últimas perguntas:
– O que terão aprendido, quer o presidente do Governo quer os ministros e outras autoridades, com as suas conferências?
– Pagaram as suas entradas?
– Se sim, fizeram-no com o dinheiro dos nossos impostos?
– Pagaram-lhe pelos seus méritos?
– Ou por outros "méritos" que não conhecemos?
– Ser-lhe-á dado o próximo prémio Príncipe das Astúrias de 2007?
– O senhor Gore alguma vez terá a oportunidade de ler este artigo e outros semelhantes?
– Dir-nos-á, finalmente, qual é o automóvel que Jesus Cristo conduziria hoje? Em Madrid não o podemos averiguar.
1- Pedro Prieto. Editor de Crisis energética. Al Gore en España. ¿El huevo del calentamiento global o la gallina del agotamiento fósil? Disponible en Crisis energética: http://www.crisisenergetica.org/article.php?story=20070205190147543
2- Una verdad antigua. Marcela Çaldumbide. Advogado.
3- Quando Al Gore exercia seu papel de vendedor de drogas ao serviço das multinacionais.
Recordação de algumas atrocidades do duo dinâmico Clinton-Al Gore durante o período em que suportámos do seu mandato
por Alfredo Embid
Os actuais apóstolos de causas humanitárias, como a SIDA e o Aquecimento Global, o duo dinâmico Clinton-Al Gore, têm uma história bastante sinistra. Para começar a opinar sobre as suas actuais cruzadas há que ter senso comum. Há que recordar o que fizeram quando eram dirigentes do estado mais poderosos do planeta: – desde 20 de Janeiro de 1993 até 20 de Janeiro de 2001. Albert Gore, Jr. vice-presidente da administração Clinton e este último como presidente, estiveram implicados e foram responsáveis por diversos crimes e atrocidades, incluindo intervenções em diversos países de todo o mundo, e pelo apoio ao terrorismo e à guerra da Jugoslávia. Além disso são responsáveis pelo bombardeamento com armas radioactivas na guerra da Jugoslávia, na Somália e, provavelmente, também no bombardeamento do Iraque e do Afeganistão.
Os acontecimentos:
IRAQUE, 1993-2001. Durante toda a Administração Clinton-Gore continuou o bombardeamento do Iraque (com a colaboração da França e da Grã-Bretanha). A justificação dos bombardeamentos foram desculpas que mais tarde se revelaram fraudulentas [1] . Por exemplo, em 26 de Junho de 1993 (5 meses depois da tomada de posse de Clinton-Gore), os EUA bombardearam Bagdad com 23 mísseis Tomahawk com a desculpa de uma conspiração para matar Bush. Os Estados Unidos financiaram com milhares de dólares o Acordo Nacional Iraquiano para desestabilizar o regime de Saddam Hussein com atentados terroristas [2] . Além disso, mantiveram o embargo e doaras sanções económicas que custaram a vida a mais de milhão e meio de iraquianos, na sua maioria crianças [3] .
SOMÁLIA, 1993. Bombardeamento com mísseis das forças do general Mohamed Aidid que se opunha à entrada de tropas americanas no seu país. A operação foi apresentada como álibi de ajuda humanitária com amplo envolvimento de meios. Mas na realidade é que por detrás estava "a merda do diabo" que é como os africanos chamam ao petróleo, o "ouro negro" como chamamos nós. Há provas de que se utilizou armamento radioactivo [4] .
JUGOSLÁVIA, 1992-94. Estabeleceu-se um bloqueio marítimo dos EUA e da NATO contra a Jugoslávia: Sérvia e Montenegro. A Jugoslávia estava na agenda.
JUGOSLÁVIA, BÓSNIA, 1993. Estabeleceu-se uma zona de exclusão aérea patrulhada, fomentou-se a guerra civil, abateram-se aviões, bombardearam-se alvos civis. Aumentou-se a tensão sobre os objectivos que explicaremos.
HAITI, 1993-94. Ocupação do Haiti por uma força multinacional encabeçada pelos EUA. Em 19 de Setembro de 1994 apoiaram as forças internas que derrubaram o presidente Aristides que fora eleito legitimamente. Os ocupantes dos EUA prenderam os líderes do exército do Haiti pelos seus crimes. Mas, em vez de os julgar, premiaram-nos com garantias de segurança e milionárias reformas. O padre cristão Aristides, que havia sido derrubado por um golpe militar poucos meses depois de ter sido eleito, em 1991, é reconduzido à chefia do governo depois de ter sido obrigado pelos EUA a prometer que iria portar bem. Isto é, que deixaria de ajudar os pobres e se submeteria a uma agenda política favorável aos ricos e à classe dirigente do país. Desde então, os EUA impedem o castigo dos responsáveis pelas violações dos direitos humanos e negam-se a devolver os documentos oficiais roubados durante a invasão que poderiam estabelecer as suas responsabilidades.
JUGOSLÁVIA, BÓSNIA, 1994-1995. Aqui permito-me estender mais além para tornar compreensível o contexto porque o duo dinâmico é totalmente responsável por ter provocado uma guerra aparentemente incompreensível na Europa. A Jugoslávia negava-se terminantemente a que o Ocidente lhe impusesse o seu modelo e a entrada na NATO. Algo especialmente grave quando era uma região geoestratégica importante para a passagem das vias energéticas da Ásia Central e além disso possuía importantes recursos minerais. A Jugoslávia era além disso um exemplo de convivência interétnica como comprovei pessoalmente em duas viagens em que a cruzei, em 1967. Assim, inicialmente, fiquei profundamente incrédulo como fora possível uma guerra civil. Mas foi um efeito da estratégia do império que se baseou justamente em atiçar as diferenças étnicas, tal como o fez Hitler quando invocou a autodeterminação étnica contra a Checoslováquia e a Polónia como desculpa para invadi-las em 1938-39. A autodeterminação étnica é um princípio que agora se esconde debaixo do tapete dos "direitos humanos" para conseguir o mesmo objectivo: estimular as insularidades e dividir. Assim, os EUA orquestraram a demonização dos sérvios que já havia sido iniciada pela Alemanha nos princípios dos anos 90 [5, 6] .
Desde 1994 os EUA desenvolveram uma operação secreta similar à que fizeram anteriormente e que resultou no escândalo Irão-contra, mas esta ainda permanece oculta [7] .
Os EUA, encobertamente (financiando grupos islâmicos) violaram o embargo do Conselho de Segurança da ONU na venda de armas a qualquer grupo armado no conflito da Jugoslávia. Como resultado formou-se um arrede secreta de venda de armas através da Croácia [8] .
Não se trata de uma teoria da conspiração, os EUA utilizaram os islamitas para armar os muçulmanos da Bósnia, ex-Jugoslávia, segundo um relatório governamental holandês que inclusive provocou a demissão do governo [9] .
Para compreender a participação dos islamitas nas guerras da Jugoslávia e de Bin Laden, financiados pelos EUA, é especialmente interessante o trabalho de Jurgen Elsasser que explica como os combatentes muçulmanos recrutados pela CIA para lutar contra os soviéticos no Afeganistão e que estavam praticamente sem ocupação, foram utilizados sucessivamente na Jugoslávia (e na Chechénia) sempre com o apoio dos EUA. Ao acabar a guerra no Afeganistão, Osama Bin Laden recrutou esses mesmos militantes jihadistas, treinou-os, em parte com o apoio da CIA, e deslocou-os para a Bósnia com soldos de 3000 dólares mensais para servir o exército bósnio. O seu lugar tenente na Bósnia Herzogovina, Al Zawahiri, que ra o braço direito de Bin Laden, foi o chefe de operações nos Balcãs em princípios dos anos 90, viajou para os >EUA com um agente dos US Special Command para recolher dinheiro para uam nova guerra [10] .
CHECHÉNIA, 1995. Os EUA não aparecem como actores nesta primeira guerra mas existem provas de que também participaram ao financiar grupos islâmicos desocupados, desde a guerra do Afeganistão, e os separatistas, tal como fizeram na Jugoslávia e se explica no livro "Comment le Djihad est arrivé en Europe" [11] .
CUBA, 1996. Em 18 de Outubro um avião norte-americano foi encontrado a fumigar algo na província cubana de Matanzas. Seguiu-se uma praga de insectos thrips palmi que nunca antes se haviam encontrado na ilha e que devoraram milho, pepinos e outros alimentos. Este acto de guerra biológica foi denunciado perante a ONU [12] .
ZAIRE (CONGO), 1996-97. Intervenção de tropas marines dos EUA tal como na LIBÉRIA em 1997 e na ALBÂNIA também em 1997.
SUDÃO, 1998. Imposição de um embargo económico e bombardeamento do país. Incluindo um ataque com mais de uma dezena de mísseis Tomawak à única fábrica de medicamentos humanos e veterinários com a desculpa de que fabricavam armas químicas e de terrorismo [13] . Foi algo que nunca se demonstrou e se reconheceu inclusive que se tratava de um erro [14] . A consequência foi uma penúria de 90% dos medicamentos que estavam a produzir. Estes medicamentos eram fabricados e consumidos localmente. Portanto, a consequência do bombardeamento do duo dinâmico foi sobretudo a destruição da autonomia farmacêutica do país relativamente às multinacionais da medicina. Como consequência também, milhares de desgraçados somalis morreram ao não se poderem tratar com medicamentos eficazes para as doenças endémicas. Isto é, assassinatos e despovoamento. Curiosamente, é o mesmo que promove a ortodoxia da SIDA, da qual Clinton se converteu num apóstolo com a colaboração de Al Gore [15] .
ÁFRICA, 1998. Nesse mesmo ano criava-se a Iniciativa Norte-americana de Resposta às Crises Africanas (ACRI). Com a desculpa de realizar "missões humanitárias" desenvolveu-se um amplo programa de treinamento militar em vários países africanos cujo prolongamento consequente é a actual invasão da Somália [16] .
AFEGANISTÃO, 1998. Ataque com mísseis sobre antigos campos de treino da CIA utilizados por grupos fundamentalistas islâmicos aos quais se acusa de ter atacado embaixadas [17] .
IRAQUE, 1998-99. Bombardeamento intenso com mísseis durante quatro dias de ataques aéreos. Só nos primeiros 8 meses de 1999, os EUA e a Grã-Bretanha realizaram 10 mil voos sobre o Iraque, lançando mais de mil bombas e mísseis sobre 400 lugares [18] .
ÁFRICA DO SUL, 1999. Al Gore, que estava ligado à indústria farmacêutica [19] , tenta vender AZT com descontos ao governo sul-africano. Mas este afasta a "ajuda" ao dar-se conta que o AZT é uma mezinha para a SIDA.
JUGOSLÁVIA, 1999. Sob a liderança dos EUA, a NATO bombardeou Kosovo e a Sérvia numa operação denominada "Intervenção Humanitária Anjo da Guarda" de 24 de Março a 10 de Junho de 1999.
Como no caso da Bósnia Herzegovina, apontaram o fundamentalismo islâmico para desestabilizar a região. Por artes mágicas, numa questão de meses, as milícias da UCK qualificadas pelos EUA como terroristas, em Fevereiro de 1998, converteram-se em seus aliados no Kosovo [20] .
A intervenção montou-se uma vez mais (como na Bósnia) a partir da informação falsa e manipulada, fornecida pelos EUA e a NATO, sobre presumíveis massacres cometidos pelos sérvios para demonizá-los. Esta montagem sem provas foi difundida vergonhosamente por todos os meios de desinformação durante meses para preparar a invasão.
Depois os EUA apresentaram umas negociações fraudulentas com umas condições surrealistas que se pode resumir no seguinte: a NATO (isto é, os EUA) apropriar-se-á do Kosovo e terá acesso livre a toda a Jugoslávia e além disso vocês têm que pagar os custos da governação da NATO. Estas exigências, inaceitáveis para qualquer estado, foram, evidentemente, recusadas [21, 22] .
Como consequência veio a operação humanitária "anjo da guarda" durante a qual se lançaram 25 mil toneladas de explosivos, numas 25 mil incursões aéreas. Foram empregues bombas de estilhaçamento assim como munições radioactivas.
O comandante das forças aéreas francesas da NATO, General Joffret, afirmou: "As forças aéreas receberam ordens para destruir a vida na Sérvia" [23] . Segundo as suas declarações nesta missão "humanitária", mulheres, crianças, maiores, passageiros de comboios e de autocarros, transeuntes sobre pontes, foram aniquilados. Perderam a sua vida 2500 pessoas das quais 30% eram crianças. Ficaram feridas mais de 10 mil pessoas dos quais 40% eram crianças. Durante o ataque realizaram-se bombardeamentos maciços de objectivos civis, alojamentos residenciais, pontes, estradas, vias-férreas, refinarias, instalações químicas, estruturas empresariais vitais, estações transmissoras de rádio e de televisão. Muitas instituições sanitárias e educativas, monumentos culturais, igrejas, mosteiros, cemitérios, também foram totalmente arrasadas. Destruíram deliberadamente a estação de televisão (como é habitual fazê-lo, com o último exemplo em Bagdad no Iraque) e inclusive a embaixada da China, em Belgrado, que os EUA (com os seus sofisticados meios de detecção por satélite) "não sabiam" donde estava (o que era evidente num qualquer mapa turístico). Causou-se uma perda maciça de vidas numa catástrofe humanitária, económica e ambiental, cujas trágicas consequências não podem ser limitadas em termos de espaço e de tempo. Nesta agressão dos EUA e da NATO contra República Federal da Jugoslávia, cometeu-se uma grave violação dos princípios fundamentais nas relações internacionais, do Direito Internacional Humanitário. A NATO violou os mandatos do Conselho de Segurança das Nações Unidas assim como a Acta da sua própria fundação [24] . Em Março de 1999, juristas de vários países incluindo dos EUA, apresentaram queixas perante o Tribunal Internacional de Haia, acusando os crimes de guerra cometidos pela NATO, mas o tribunal processou os Sérvios [25] .
Como se fosse pouco, os EUA e a NATO admitiram oficialmente ter lançado no Kosovo mais de 30 mil projécteis com urânio empobrecido, mais de 2500 no resto da Sérvia e 300 em Montenegro. Recordamos que estas armas, além de serem de "urânio empobrecido", são consideradas como "armas de destruição maciça" pela Subcomissão para a Protecção e Promoção dos Direitos Humanos e que violam numerosas convenções internacionais como já se explicou.
O General G. Robertson, na sua carta de 7 de Fevereiro de 2000, confirmou que em todo o território da província de Kosovo e Metohija, em aproximadamente 100 incursões aérea, se utilizaram 31 mil cartuchos de munições contendo urânio (o que é equivalente a 10 toneladas de urânio empobrecido). Nos meses que se seguiram, soldados da NATO que tiveram o privilégio de participar neste genocídio começaram a adoecer e a morrer. Especialmente os que haviam sido colocados estrategicamente em zonas de máxima contaminação como os espanhóis.
Há que recordar que as tropas dos privilegiados que pertencem ao clube nuclear foram posicionadas fora dessa zona. Os mapas mostram a situação das tropas invasoras decidida pela NATO tornando claro que os espanhóis foram enviados para as zonas de máximo risco enquanto os membros do clube nuclear (EUA, Inglaterra e França) se situaram estrategicamente nas de menos risco de contaminação radioactiva.
Além disso, os EUA retiveram, ocultaram e sonegaram informação, obstruindo as investigações sobre os perigos do urânio com o objectivo de evitar responsabilidades morais e materiais. O porta-voz do Pentágono teve o desplante de afirmar que "os projécteis de urânio empobrecido não são danosos do ponto de vista ambiental nem apresentam um impacto significativo sobre a saúde" [27] .
Javier Solana foi ainda mais longe sugerindo que inclusive poderia ser benéfico para a saúde. O programa da UNEP sobre contaminação radioactiva é uma fraude e o relatório da Organização Mundial da Saúde também, já que desde 1957 está submetida à Agência Internacional de Energia Atómica, isto é, ao lobby nuclear [28] . Os meios de comunicação seguiram a voz do dono e censuraram toda a informação a este respeito, especialmente quando se detectou plutónio na Jugoslávia. O plutónio é o elemento radioactivo artificial mais tóxico que se produz. O plutónio não faz parte do urânio fraudulentamente chamado empobrecido, como tão pouco outro elemento radioactivo artificial, o U236, que também se encontrou no Iraque e no Afeganistão [29] . Eram novas provas de que os EUA e a NATO mentem contra a nossa saúde.
O balanço da guerra da Jugoslávia foi de 200 mil mortos e mais de um milhão de refugiados. [30] . É o que se contabiliza, já que as consequências da radioactividade ficam presentes para sempre.
CHECHÉNIA, 1999. Na segunda guerra na Chechénia, tal como na primeira, os EUA aparentemente não intervieram. Mas segundo muitos analistas estavam por detrás estimulando o conflito. Utilizando, como no Afeganistão e na Jugoslávia, as milícias islâmicas. Estas eram armadas por países aliados dos EUA como a Arábia Saudita, a Turquia e a Jordânia. Refugiavam-se no Azerbaijão que também é seu aliado. Além disso, eram descaradamente apoiadas pelas rádios da CIA: Radio Free Europe e Radio Liberty. Inclusive há provas de que o então agente da CIA Bin Laden financiou e apoiou os rebeldes chechenos [31] .
1999. Os EUA negam-se a assinar o Acordo Internacional para a proibição de utilização de minas antipessoais (cuja definição inclui as bombas de estilhaçamento) que entrou em vigor em 1 de Março de 1999. E com razão, já que nesse mesmo ano haviam lançado na Jugoslávia 1100 bombas de estilhaçamento cada uma das quais contém 202 bombas simples. Isto é, despejou 222.200 bombas naquele país [32] .
1999. Os EUA reconhecem que estão a formar um grupo para manipular a opinião pública internacional relativamente à sua política externa [33] .
TIMOR ORIENTAL, 1999. Os EUA apoiam, com ajuda militar, o massacre perpetrado pelo exército indonésio sobre a população que reclama a independência [34] . Certamente, o mesmo que fez com Israel durante a guerra do Líbano.
ÁFRICA DO SUL, 2000. Apesar dos esforços dos EUA, das instituições sanitárias como a OMS e a UNICEF e, até, das multinacionais farmacêuticas, a guerra dos EUA contra a epidemia da SIDA inventada em África, vai mal. As vendas do tóxico AZT recuam, e inclusive a própria hipótese oficial de que a SIDA é causada por um vírus é questionada. Em Janeiro, Al Gore preside a uma reunião excepcional do Conselho de Segurança da ONU sobre o problema da SIDA em África. Mas, na realidade, sobre a ameaça da crescente dúvida acerca da hipótese oficial em África. Em Maio, os EUA ameaçam a África do Sul declarando que a SIDA é uma ameaça para a segurança nacional dos EUA [35] .
COLÔMBIA, 2000. Com o falso argumento da "Guerra às Drogas", os EUA lançam o Plano Colômbia, um programa de ajuda maciça que na sua maior parte é um plano militar. A guerrilha é classificada de narcotraficante, mas o próprio administrador da DEA (Drug Enforcement Agency) num testemunho do ano anterior perante a Câmara do Comité Judicial, Subcomité do Crime, disse que "não havia chegado à conclusão de que as FARC e o ELN fossem entidades que se dedicassem ao tráfico de drogas". Pelo contrário, havia provas de que o exército colombiano sim, é que estava implicado no tráfico de drogas e não só de cocaína, mas também de heroína. O mesmo pode dizer-se do exército mexicano e peruano apoiados pelos EUA [36] .
O Plano Colômbia, apresentado em 1998 pelo presidente Andrés Pastraña como um programa de desenvolvimento económico sem drogas, é na realidade uma cortina para a implantação de forças estado-unidenses no país, como o demonstra o efeito de que depois de 5 anos de combates, a Colômbia continua a ser o primeiro produtor mundial de cocaína [37] . Não se trata de nenhum fracasso. O petróleo colombiano encontra-se sob controlo dos EUA e a dissidência interna também. A hipocrisia da luta contra a droga ficou bem esclarecida anteriormente (para os que tiverem alguma dúvida) mediante a exposição de um facto. Atrás da invasão do Afeganistão, cuja produção de ópio havia sido reduzida em 90%, antes da invasão com a desculpa de combate ao terrorismo, depois da democracia imposta pelos EUA, o país voltou a consagrar-se como o principal produtor mundial de ópio [38] .
1993 – 2001. Durante todo o seu mandato também lutou contra o próprio povo norte-americano. O analista Nat Hentoff afirma que a Administração Clinton-Al Gore "é a que infligiu maiores danos aos nossos direitos e liberdades constitucionais" [39] .
Toda esta galeria de atrocidades não pretende ser exaustiva. O duo dinâmico de cruzadas humanitárias Clinton-Al Gore é responsável pelos seguintes crimes globais:
1 – Ter fomentado, durante a sua permanência no poder do país mais poderoso do mundo uma ordem internacional injusta que assassina silenciosamente por si mesma a grande maioria dos seus semelhantes ao privá-los de água potável e dos alimentos mínimos que necessitam, para benefício de uma leite de que eles fazem parte.
2 – Ocultar que os mais graves problemas da humanidade não são as suas rentáveis e oportunistas cruzadas sobre a SIDA ou sobre o aquecimento global. Estas servem para nos entreter com a criação do medo e impedir que enfrentemos os autênticos problemas que temos: o esgotamento dos recursos petrolíferos, o aumento da contaminação química e radioactiva, o aumento das guerras e das desigualdades entre ricos e pobres, etc, etc. Manipular o problema do aquecimento global, cujas consequências poderemos experimentar dentro de um indefinido número de anos, ocultando as consequências da contaminação radioactiva (que eles próprios contribuíram para o aumento com as suas guerras) cujos efeitos se fazem sentir desde há décadas na forma do aumento de enfermidades da civilização. O aquecimento global apresentado como "a principal ameaça que enfrentamos" oculta e fomenta a deterioração do nosso património genético provocado pela crescente contaminação radioactiva.
Notas:
] 1- Michel Collon. "Attention media" ed. EPO Bélgica. Pág. 284. http://www.michelcollon.info
2- Independent. Londres, 26 Março 1996.
3- Ver nosso relatório detalhado sobre as consequências sanitárias do bloqueo para a população do Iraque no nº 69 da revista. Alfredo Embid "Aumento de cánceres, malformaciones y otras enfermedades en Iraq". E entrevista com o ministro da Saúde Pública iraquiano.
4- Para mais informação sobre a Somália e a guerra actual ver o nº 142 do Boletín Armas contra las guerras. Alfredo Embid "La puerta de las lágrimas de nuevo ensangrentada por la mierda del diablo". Cuya publicación hemos retrasado para recibir a Al Gore.
5- Michel Collon: " Yougoslavie: a nouveau la demonisatión. Pour cacher quoi?." postsciptum enero 2004 "Attention Medias" ediciones EPO Bélgica.
6- Michel Collon "Poker menteur". Ediciones Epo Bélgica do qual também existe uma tradução espanhola da editorial Hiru. Na minha opinião um, livro imprescindível para entender a guerra da Jugoslávia. www.hiru-ed.com
7- Ver a respeito da operação Irão-Contra e das suas actuais repercussões o boletim nº 122.
8- The Guardian, http://www.guardian.co.uk/yugo/article/0,2763
9- The Guardian op.cit.
10- Silvia Cattori entrevista a Jurgen Elsasser: "La CIA reclutó y entrenó a los yihadistas" , Voltaire 28 junio, 2006
] 11- Jurgen Elsasser "Comment le Djihad est arrivé en Europe", prólogo de Jean-Pierre Chevènement. Ediciones Xenia (Suiza).
12- Documento de la Asamblea General de la ONU, A/52/128, 29 abril, 1997.
13- Noam Chomsky "11/09/2001" RBA editores. Barcelona 2001.
14- William Blum. "El estado agresor". La esfera de los libros. Madrid 2006.
15- ver boletín nº 140.
16- ver boletín nº 142.
17- Sobre a criação dos grupos islamicos no Afeganistão ver entre outros nossos editoriais da revista Medicina Holística nº 64, 65 e o boletim nº 89.
18- W. Blum. Op. cit.
19- John Judis "K.Street Gore" The American prospect, julio-agosto 1999. Ver boletim nº 140.
20- Michel Collon "Monopoly" ed Hiru.
] 21- Addict to war. Joel an dreas. www. adictedtowar.com Excelente síntese da historia dos EUA coM algumas objecções sobre o 11S
22- Michel Collon Poker menteur op cit
23- Citado numa carta de Michel Fontanie, Presidente de ASFED FRANCE (Association pour la suvegarde des familles et enfants de disparus), Estrasburgo, 27 Mayo 1999.
24- Facts on consequences of the use of depleted uranium in the nato agresión against the federal republic of yugoslavia in 1999. Catherine Euler. publicado en agosto de 2000 por el Ministerio de Asuntos Exteriores de la República Federal de Yugoslavia.
25- William Blum op. cit.
26- The trojan horses of nuclear war. Conferencia de Hamburgo Octubre 2003. www.uranimweaponsconfeence.de
27- Reuters, 23 de marzo del 2000
28- Ver nº 64 da revista Medicina Holística.
29- Ver trabalhos do UMRC publicados em boletins anteriores.
30- Le livre noir du capitalisme. Le temps des cerises.1998.
] 31- Michel Collon. "Monopoly, la OTAN a la conquista del mundo". Hiru.
32- William Blum. Op. cit.
33- Washington Times 28 Julio 1999.
34- Allan Naim "US complicityin Timor" The observer. Londres 19 septiembre 1999.
35- Ver boletim nº 140 e a secção de artigos gratuitos, apartado SIDA y outros publicados na nossa revista.
36- William Blum. Op. cit.
37- El Plan Colombia. Cocaína, petróleo y mercenarios. Red Voltaire. 14 de febrero de 2005.
38- Ver detaljes no boletim nº 89.
39- Washington Post. 2 enero 1999.
Alfonso del Val
http://resistir.info/
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