Os atentados de Argel e Casa Blanca não são apenas actos criminosos, são terrorismo de natureza religiosa. Se fossem políticos, prendiam-se os dirigentes partidários, como são actos de fé enterram-se os mortos e os líderes continuam a destilar ódio e orações.
Acreditar que Deus ditou aquelas imbecilidades de que os livros sagrados estão cheios, é negar aos homens a capacidade de reproduzir os seus fantasmas e de inventar Deus.
O medo, a insegurança e o desconhecimento das mais básicas noções do início da vida estão na origem dos delírios místicos que forjaram os deuses e do oportunismo com que surgiram apóstolos desejosos de ganhar a vida à custa da divulgação das fantasias.
Há crenças cuja existência é inócua. A virgindade de uma mulher parida, a fecundidade da perna de um deus ou a eficácia das setas de Cupido são mitos que nutrem a fantasia e distraem o espírito. Já o anti-semitismo, a misoginia e a violência prescrita para o que as religiões consideram pecado, são manifestações demenciais que não podem ser objecto de culto e devem ser julgadas à luz do Código Penal.
Os crentes moderados não passam de pessoas sem grande convicção nos princípios da religião que professam e débil curiosidade na busca da razão.
Quem diz que os livros santos não dizem exactamente aquilo que claramente dizem é porque a vergonha, a dúvida, ou ambas, começaram a corroer os alicerces da fé.
É perigoso dar crédito à Tora, à Bíblia ou ao Corão. Convocar os livros sagrados para a elaboração das leis é espezinhar a Europa das Luzes e rasgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
um artigo de Carlos Esperança
http://www.ateismo.net/diario/
Sem comentários:
Enviar um comentário