A grande "cacha" jornalística da semana veio na página 14 do "Expresso" e ninguém deu por ela. É a ministra da Educação a sorrir, o que sugere que, ao contrário das piores expectativas, ela é humana. E que talvez até a sua severa postura de mestre-escola face aos "professorzecos" (a elegante expressão é de um dos seus secretários de Estado) que dão erros nos ditados do Ministério seja humana, demasiadamente humana (coisa do vago parassimpático ou do hipocampo). De qualquer modo, a descoberta de que a ministra sorri abre perspectivas inesperadas de análise, sobretudo tendo em conta a notória falta de sentido de humor dos sindicatos, às políticas por assim dizer educativas do Ministério. Diz o Talmude que não se deve interromper a instrução das crianças nem para reconstruir o Templo. Que Maria de Lurdes Rodrigues ande há três anos a reconstruir, pedra a pedra, o Templo (Estatuto da Carreira Docente, avaliação dos professores, gestão escolar) esquecendo o ensino, e principalmente a instrução, há-de decerto ter que ver com "humor objectivo" ou algo do género. Provavelmente, como na famosa carta de Nietzsche de 6 de Janeiro de 1889, a ministra preferiria ser professora e não Deus, mas não pôde levar o seu egoísmo ao ponto de abandonar a criação do Mundo.
Por outras, palavras, Manuel, António, Pina
http://jn.sapo.pt/2008/02/21/ultima/finalmenteum_sorriso.html
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