sábado, março 01, 2008

Sócrates e as Crianças

É assim que Sócrates vê o mundo do ensino: os professores contra as “crianças”. Os privilégios dos professores contra os interesses das “crianças”. O próprio método de avaliação que o Governo defende para os professores faz depender a apreciação do mérito dos professores do êxito das “crianças”. Evidentemente que assim não há escolha possível. Os professores defendem-se a si próprios e ao seu estatuto de “irresponsabilidade”, e o Governo defende “as crianças”. É verdade que, depois disto, Sócrates e a Ministra da Educação deixam de contar com os professores. Estranhamente, trouxeram para a reforma da educação o mesmo quadro mental que têm aplicado na Administração Pública ou no Estado: a função do Governo consiste, num conflito entre agentes do “sistema” que o próprio alimenta, em enfraquecer e isolar os interesses ilegítimos. Esquecem-se que não se pode pôr os professores contra os alunos e vice-versa, tal como se confrontam os funcionários de um serviço do Estado com outros funcionários. O ensino exige que os professores mantenham uma autoridade e legitimidade institucional independente dos alunos. Muito diferente do que quer este Governo. (Pedro Lomba no DN de hoje)
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