sábado, agosto 09, 2008

Pagamentos em espécie. Isenção de IRS e de contribuição para a Segurança Social ?

A coisa
O governo, sob o alto patrocínio dos dois miseráveis criminosos que constam da fotografia, incluiu, à sucapa, para ver se escapava, uma disposição nova no projecto de legislação laboral a aprovar no parlatório de S. Bento.

A introdução de disposições à última hora nos textos distribuidos aos chamados parceiros sociais (ou colaboradores sociais?) não é nova. Ao que sabemos, o Campos Cunha, primeiro comissário socratóide das Finanças, demitiu-se quando viu que a proposta de orçamento para 2006 havia sido alterada sem seu conhecimento e se viu confrontado com o facto em plena AR. Quem tenha dúvidas sobre a baixeza e ausência de escrúpulos daqueles entes tem mais um elemento para mudar de ideias.

A causa da coisa

Sócrates, um dia desses encontrou numa gaveta lá de casa uns apontamentos da Independente onde se falava de troca directa e consultou o plasmódio barbudo do Vieira da Silva para que lhe explicasse o que era isso. E aí está – a negação da economia monetária, a negação do dinheiro ! Inovação que o Pinho validou mas, que o Teixeira dos Santos tem dúvidas por causa da tributaçao em IVA e IRS.

Estudaram em segredo um “case- study” de pagamento em espécie - o caso Apito Dourado – e chamaram como consultores o Valentim e o Pinto da Costa. Porém, os árbitros terão sido pagos em espécie mas, não obrigados a tal.

Neste contexto, se o leitor trabalhar numa fábrica de cadeiras de rodas, poderá receber, obrigatoriamente, por decisão do seu van-zeller, uma cadeirinha, por conta da remuneração mensal. Se trabalhar num restaurante, receberá os 30 rissóis sobrantes e trazer 20 litros de sopa para casa.

A proposta de lei mantém a ideia de que os bens pagos como remuneração terão de satisfazer as necessidades do trabalhador e da família. Mas, tendo em conta a grande linha estratégica do PS/PSD “todo o poder aos patrões, já!” quem decide sobre as necessidades do agregado familiar do trabalhador ?

O patrão pode entender que o trabalhador terá de trazer para casa, por dia, 20 litros de sopa de feijão pois daí pode resultar a viabilidade da empresa e, acessoriamente, a necessária manutenção do emprego. Quanto à cadeira de rodas, pode ser conveniente para o trabalhador se sentar a ver televisão e até constituir um género de seguro, no caso de alguém do agregado passar a ter dificuldades de locomoção. Assim, ninguém poderá dizer que os patrões não zelam pelo bem estar presente e futuro dos seus “colaboradores” como agora se usa dizer.

A indigência cultural do mandarinato e a iliteracia dos patrões desta vez fazem-nos rir.
http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/

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