Ao debater com crentes (aparentemente católicos) nas caixas de comentários de outro blogue, apercebi-me de como muitos crentes (talvez uma esmagadora maioria), não conseguem separar a questão da existência de «Deus» da respectiva bondade.
Ora, «Deus» existe ou não independentemente da sua «bondade» (ou da sua «maldade»). Mais: antes de abordar a questão das escolhas morais que «Deus» faz (ou não), antes sequer da questão de saber se «criou» um mundo injusto (ou justo), está a questão da existência.
Penso que a confusão dos católicos a este respeito tem duas origens. Por um lado, acham que sem acreditar em «Deus» não há razões para ser «bom». Por outro, acham que o universo tem um propósito (ético).
A primeira ideia é ofensiva, e é desmentida pelos factos. A segunda apela a um desejo de conforto com o cosmos, a uma esperança de que o universo seja mais do que poeira e pedra. É tocante, mas enganoso. E não me parece que seja conciliável com o que observamos na natureza, da violência entre espécies à morte térmica das estrelas, passando pelos tsunamis e pelo cancro da mama.
(Mas é sempre fascinante entender com que medos e desejos joga a religião.)
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