sábado, janeiro 17, 2009

"O captain! My captain!" Um texto delicioso do Luís Costa a propósito da resistência interna


Aos professores do Agrupamento de Escolas de Real que estiveram reunidos, no dia 13 de Janeiro, e tiveram elevação de carácter para reafirmar o "NÃO" a este sistema de "agalinhação" docente, a minha vénia. Hoje, voltei para casa com renovado orgulho por ser vosso colega e acreditando firmemente que vamos vencer!
Enquanto dissermos "NÃO" e soubermos resistir passivamente, não há neste mundo Lurdocas suficientes para nos dobrar a coluna e domesticar-nos, como se pretende!
O que começa hoje a repetir-se por esse país fora lembra-me, não sei porquê, a cena final do "Clube dos Poetas Mortos": o director grita patética e inutilmente, tentando impedir os alunos de homenagear o seu professor, aquele que lhes mostrou o espectro da liberdade. Se bem se lembram, os jovens intrépidos subiram para cima das carteiras e brindaram o mestre com um "grito" de Walt Whitman :
"O captain! My captain!"
Luís Costa
Comentário meu
Quem não viu o filme Clube dos Poetas Mortos? É provável que os professores mais jovens, os contratados, essa mão-de-obra barata que o Governo quer barata, submissa e receosa, não tenham a memória do Clube dos Poetas Mortos. Mas os mais velhos têm e sabem que o professor de Inglês não sobreviveria muito tempo na escola pública recriada por Maria de Lurdes Rodrigues e José Sócrates. Qualquer pessoa que tenha visto o filme sabe que o professor de Inglês se arriscaria a uma menção de irregular caso se sujeitasse à aberração que dá pelo nome de avaliação de desempenho e foi imposta por igual aberração que dá pelo nome de decreto regulamentar 2/2008. Como não conseguiriam suportar, durante muito tempo, a escola pública, recriada por MLR, os grandes mestres do século passado. Nem Sebastião da Gama , nem Rómulo de Carvalho , nem Vergílio Ferreira , nem António Hermano Saraiva conseguiriam sobreviver ao modelo das grelhas, do faz-de-conta e da mentira imposto pelo mais ignorante, vaidoso e autoritário primeiro-ministro que Portugal teve nos últimos 34 anos. É por isso e porque Sócrates está a conduzir o país à ruína e os professores ao empobrecimento progressivo que os docentes vão parar as escolas do país, no dia 19 de Janeiro.
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