Após oito anos do pesadelo Bush-Cheney, durante os quais assistimos à destruição selvagem do Afeganistão e do Iraque, a negação cínica de séculos de Direito concebido para proteger os mais básicos direitos humanos e uma política externa digna de Genghis Khan, surgiu a "Grande Esperança Negra" na pessoa de Barack Obama. A consciência colectiva mundial virou-se acriticamente para o que era apresentado como uma nova era de paz, mudança e confiança no governo.
Nunca antes alguém testemunhou uma utilização de manipulação, propaganda, feitiçaria de imagem e relações públicas tão consumada para vender ao público o homem que devia tomar o bastão de comando de Bush e andar com ele na corrida para destruir a economia, os direitos do povo e ajudar a nascer um país totalmente controlado por aqueles que sempre estiveram à espreita nas sombras do poder. Foi prometida "mudança" e ela foi entregue na forma de um aprofundamento do pesadelo distópico.
Promessas foram rompidas sem qualquer desculpa, a mesma criativa verborreia jurídica que infestava a administração Bush, na forma de John Yoo e Alberto Gonzalez, foi outra utilizada para negar justiça aos presos de Guantanamo, foi utilizada para justificar mais tortura, mais destruição da Constituição e mais vigilância ilegal de cidadãos dos EUA.
O presidente que estendeu a mão da paz ao mundo muçulmano assassinou centenas de homens, mulheres e crianças paquistaneses. O presidente que prometeu responsabilidade no governo preencheu a sua equipe com lobistas, bankster e promotores da guerra. O seu Procurador Geral recusa-se a processar alguns dos piores crimes de guerra cometidos na história moderna e continua a dar cobertura legal a criminosos que torturavam com impunidade.
O país foi mais uma vez levado à bancarrota pelo roubo contínuo do dinheiro do contribuinte quando os doadores de campanha da Wall Street receberam a sua contrapartida. Obama apoiou indolentemente as declarações de Bernancke de que o Federal Reserve privado não tem de responder ao Congresso. O contribuinte estado-unidense está agora enganchado em US$14,3 milhões de milhões (trillion) que continuam a ascender. Os arrestos e o desemprego estão a aumentar com os esforços significativos da administração para aliviar os sintomas, não importa a causa. A nova imagem da América é de cidades de tendas, extensas filas de sopas, xerifes a expulsarem incontáveis milhares de jovens e velhos dos seus lares, cidades outrora prósperas a resvalarem para uma tranquilidade assustadora e uma massa de povo cada vez mais desiludida.
A "Guerra ao terrorismo" transformou-se numa grelha de controle de uma população cada vez mais consciente. O fundamento para isto já foi estabelecido por Bush com o Patriot Act, Patriot Act 2, lei das comissões militares e numerosas ordens executivas que estrangularam o que restava do Posse Comitatus [1] e da Constituição.
A Segurança Interna agora define "terroristas" como aqueles que acreditam na Constitição, na primeira, segunda e quarta emendas. Veteranos que retornam estão a ser visados pela negação dos seus direitos da segunda emenda. A "Lista de observação terrorista" de mais de um milhão, em rápido crescimento, está a ser utilizada como a base para a negação aos cidadãos dos direitos de viajar e trabalhar.
Obama está agora a contemplar a ideia da detenção indefinida sem julgamento para cidadãos dos EUA. Isto, vindo de um professor da Constituição! Há projectos de lei no Congresso para criminalizar a liberdade de expressão na Internet através do Cyberbullying Act o qual tornará um crime capital (felony) ferir os sentimentos de alguém. Tal como o Patriot Act isto metamorfor-se-á numa criminalização da liberdade de expressão política e de qualquer criticismo do governo.
O "ciberterrorismo" está a ser utilizado como pretexto para levar a regulação do governo à última fortaleza da informação não distorcida. Washington percebeu que está a tornar-se mais difícil avançar com a sua agenda fascista e está a mover-se para controlar o campo. A massa da população tem-se tornado mais consciente da espécie de "Mudança" que Obama tencionava efectuar.
Tem havido uma resistência crescente a nível do Estado com muitos a invocarem os seus direitos da 9ª e 10ª Emenda numa valente tentativa de impedir o Vampiro Federal de sugar as últimas gotas de sangue, os últimos vestígios de Liberdade e Esperança.
Este é o Pesadelo Distópico que a América descobre hoje e cada dia que passa traz novos assaltos à Liberdade e à Razão. A estrutura para o controle total da cidadania, da economia e dos media está a ser construída sobre um implacável engrandecimento do poder governamental. Obama senta-se no topo do seu novo Império ainda a sorrir aquele sorriso asquerosamente insincero cercado pelos seus cortesãos endurecidos que trabalharam durante décadas para levar a América a esta nova era da Nova Ordem Mundial.
[1] Posse Comitatus Act: Lei federal dos EUA aprovada em 16/Junho/1878, após o fim da Guerra Civil. A lei destinava-se a proibir tropas federais de supervisionarem eleições nos antigos estados confederados. Ela na generalidade proíbe pessoal militar federal e unidades da Guarda Nacional de actuarem como aplicadores da lei dentro dos Estados Unidos, excepto quando autorizado pela Constituição ou pelo Congresso. O Posse Comitatus Act limitam portanto os poderes do governo federal para utilizar a força militar para imporem a lei.
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