Há quem queira o talão do multibanco para imediatamente o deitar ao lixo. É talvez mais um fenómeno da sociedade dos “direitos”. Só porque tem direito ao talão, a pessoa pede. Pede para deitar fora, mas ao menos exerce o seu direito e por isso acredita que ninguém a toma por lorpa.
Depois há quem peça o talão para mirar de soslaio o saldo e… lixo. Estes agem mais por desconfiança. Sabem que tinham trinta e que tiraram vinte, mas não descansam enquanto não confirmam que ficaram com dez.
Com efeito, resultam destes caprichos duas preciosas manifestações da alma lusitana: o medo, proporcional ao papel que consumimos; e a cobiça, proporcional ao lixo que fazemos.
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