A ACAPO, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, escolheu como mensagem para difundir no Dia Mundial do Braille, que hoje se assinala, a existência de muita informação oficial e importante não acessível aos deficientes visuais. Será verdade. Mas constata-se, mais uma vez, e lamenta-se, que nem em vésperas da discussão do Orçamento de Estado a maior associação representativa dos interesses dos deficientes visuais esboça o mais pequeno gesto no sentido de reivindicar a reposição dos benefícios fiscais que foram retirados pelo anterior Governo a todos os deficientes portugueses a partir do “Ano Europeu da Igualdade para Todos”. Em 2010, ano em que termina o regime de transição, os trabalhadores portadores duma qualquer deficiência verão a sua carga fiscal aumentar novamente, abrangendo agora 100% do seu rendimento, com uma pequena dedução. Caso se mantenha a calendarização de mais esta regressão social imposta pela governação Sócrates, as despesas que decorrem de serem portadores de uma deficiência, que o cidadão comum nem enfrenta, nem imagina, bem como as dificuldades de progressão nas carreiras com a mesma origem, terão em 2010 uma compensação em sede fiscal ainda mais minimal. A ACAPO conhece bem estas dificuldades. Conhece bem a realidade de ser caro ser-se portador de uma deficiência. E cala-se. Não dá voz aos seus representados.
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