À sociedade da mentira e da hipocrisia, da facada pelas costas e da traição. Aí onde as relações humanas se estabelecem com base no interesse e na exploração no estrito contexto das seleções coercivas, o tempo para se criar puros e decentes laços de solidariedade social ou política está perigosamente se esgotando. E se muitas vezes o interesse e a vaidade geram uma massa compacta em rota comum, entre amos, elites econômicas, grupos políticos e outros pequenos grupos, criando a ilusão de uma frente sólida, outras tantas vezes têm sido demonstrado que sempre que todos estes se encontram sob circunstâncias favoráveis e particularmente negativas com a possibilidade iminente da derrocada, a conjuntura aparentemente muito forte, que criou estes vínculos, de repente retrocede deixando atrás uma chusma de sub-humanos, onde cada qual salva a sua pele, não hesitando em entregar o seu companheiro ao até há bem pouco tempo inimigo comum.
Para mim, tendo já 32 anos, com as experiências que tenho e com o ponto de vista que tenho desenvolvido, é indubitável que desde sempre uma das armas mais valiosas e mais fortes dos homens que lutam contra o mundo dos amos, esperando um amanhã justo e livre, foi e é a solidariedade. Uma solidariedade não se reduz perante a repressão, mas sim, que se desdobra com determinação. Que não chora, mas ataca. Que não esquece, pelo contrário, rende homenagens com a sua memória.
Esta solidariedade que experimentei durante quase os cinco anos em que sou refém do Estado, é ela que em grande medida me tem endurecido contra todas as vicissitudes que tenho enfrentado como prisioneiro e como anarquista. Desde os eventos de solidariedade e as marchas de apoio, as ocupações de estações de rádio e a multiplicidade de folhetos informativos até às ações incendiárias e com bombas contra bancos estatais e financeiros. Desde a Grécia, Espanha, Alemanha e Inglaterra até à Argentina e México, as idéias, princípios e sonhos comuns montaram uma rede de solidariedade dentro da qual me sinto feliz de estar.
A todos e a todas que estão ao meu lado todos estes anos de minha reclusão e seguem dando-me ânimo e coragem, como penso que continuarão, para que me mantenha em pé frente a todos os mecanismos estatais, sinto que devo uma parte de mim.
Saúdo, e dou o meu agradecimento a todos/as os/as companheiros/as, que no âmbito da rede de solidariedade local e internacional que se está formando e reforçando constantemente durante os últimos anos e penetra fronteiras e distâncias, consideraram e estimaram que merecesse a pena arriscar-se até a sua própria liberdade a fim de edificar uma forte barreira e um contrapeso político às agressões do Poder e as decisões que se voltaram contra mim.
Antes que o sol amanheça definitivamente e faça desaparecer a escuridão que nos tem a todos envoltos, os fogos dispersos que cada vez mais a miúdo emergem e se vêm nos lugares mais longevos e inesperados, iluminem os pontos e os caminhos imperceptíveis da consciência da rebeldia mundial. É inevitável que a minha mente e a minha alma estejam completamente com ela.
Nenhum lutador refém nas mãos das modernas elites do poder e econômicas.
Liberdade aos que estão encarcerados.
Com saudações de luta,
G. Dimitrakis
Prisão de Domokós
Grécia, segunda-feira, 3 de maio de 2010.
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
Para mim, tendo já 32 anos, com as experiências que tenho e com o ponto de vista que tenho desenvolvido, é indubitável que desde sempre uma das armas mais valiosas e mais fortes dos homens que lutam contra o mundo dos amos, esperando um amanhã justo e livre, foi e é a solidariedade. Uma solidariedade não se reduz perante a repressão, mas sim, que se desdobra com determinação. Que não chora, mas ataca. Que não esquece, pelo contrário, rende homenagens com a sua memória.
Esta solidariedade que experimentei durante quase os cinco anos em que sou refém do Estado, é ela que em grande medida me tem endurecido contra todas as vicissitudes que tenho enfrentado como prisioneiro e como anarquista. Desde os eventos de solidariedade e as marchas de apoio, as ocupações de estações de rádio e a multiplicidade de folhetos informativos até às ações incendiárias e com bombas contra bancos estatais e financeiros. Desde a Grécia, Espanha, Alemanha e Inglaterra até à Argentina e México, as idéias, princípios e sonhos comuns montaram uma rede de solidariedade dentro da qual me sinto feliz de estar.
A todos e a todas que estão ao meu lado todos estes anos de minha reclusão e seguem dando-me ânimo e coragem, como penso que continuarão, para que me mantenha em pé frente a todos os mecanismos estatais, sinto que devo uma parte de mim.
Saúdo, e dou o meu agradecimento a todos/as os/as companheiros/as, que no âmbito da rede de solidariedade local e internacional que se está formando e reforçando constantemente durante os últimos anos e penetra fronteiras e distâncias, consideraram e estimaram que merecesse a pena arriscar-se até a sua própria liberdade a fim de edificar uma forte barreira e um contrapeso político às agressões do Poder e as decisões que se voltaram contra mim.
Antes que o sol amanheça definitivamente e faça desaparecer a escuridão que nos tem a todos envoltos, os fogos dispersos que cada vez mais a miúdo emergem e se vêm nos lugares mais longevos e inesperados, iluminem os pontos e os caminhos imperceptíveis da consciência da rebeldia mundial. É inevitável que a minha mente e a minha alma estejam completamente com ela.
Nenhum lutador refém nas mãos das modernas elites do poder e econômicas.
Liberdade aos que estão encarcerados.
Com saudações de luta,
G. Dimitrakis
Prisão de Domokós
Grécia, segunda-feira, 3 de maio de 2010.
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
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