terça-feira, junho 22, 2010

APOIO DO ESTADO E LÓGICA DE MERCADO

No meio do turbilhão da crise financeira e económica global, a comunidade dos crentes na economia de mercado mudou de cavalos. O Estado, durante muito tempo desqualificado como o mal burocrático, em toda a parte foi chamado a puxar a carroça do capital para terreno seguro, com gigantescos pacotes financeiros. Por um lado, o radicalismo de mercado amansado reconhece, assim, que o Estado sempre foi parte integrante do sistema social e não um mero factor de perturbação externa. Por outro lado, mostra-se, por isso mesmo, que o Estado não pode ser um salvador soberano, estando ele próprio, pelo contrário, refém das contradições internas da gloriosa economia de mercado. Os programas públicos, com dimensões de economia de guerra, apenas adiaram e transferiram o problema da falta de valorização real do capital. Enquanto a economia transnacional das bolhas financeiras durou duas décadas até ao crash, as finanças públicas nacionais ao fim de um ano já esbarram nos seus limites.

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