sábado, outubro 02, 2010

Luta política e origens da crise

Enquanto a Europa se prepara para a mobilização política e até se fazem vários apelos à greve geral, nos Estados Unidos veio e foi-se o Dia do Trabalho. É claro que, no meio da crise e do elevado nível de desemprego existente nesse país, realmente não há nada que celebrar.

Em quase todo o mundo o dia do trabalho celebra-se no primeiro de maio, em memória dos mártires de Chicago, um grupo de sindicalistas anarquistas executados nessa cidade em 1887 pela sua participação na greve de Haymarket no ano anterior. Nos Estados Unidos, a celebração é na primeira segunda-feira da cada Setembro, porque se quis evitar qualquer conexão com os factos sangrentos daquela greve e da repressão que se seguiu.

Hoje, a falta de mobilização nos Estados Unidos é reflexo do triste estado no qual se encontra o movimento sindical. A reforma laboral que foi imposta a partir dos anos oitenta (iniciada quando Ronald Reagan despediu o sindicato de controladores aéreos) conduziu ao enfraquecimento dos sindicatos em quase todos os ramos da actividade económica. Na actualidade, só uma minoria da força de trabalho ocupada milita num sindicato. O importante é que a estagnação na evolução dos salários na economia estado-unidense está correlacionada com o enfraquecimento e desaparecimento dos sindicatos. Além disso, a incerteza e o medo de perder o emprego promovem a desmobilização. Por isso se diz que as crises favorecem a direita, e isso é algo que talvez vamos observar nas eleições de Novembro nos Estados Unidos.

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