quinta-feira, outubro 14, 2010

O FBI e a criminalização da dissidência

Bem cedo na manhã de Sexta-feira, dia 24 de Setembro, em Chicago e nas Cidades Gémeas do Minnesota [Minneapolis-St. Paul], agentes do FBI arrombaram as portas de activistas anti-guerra, brandindo armas e passando horas a revistar as suas casas. O FBI levou computadores, fotografias, cadernos e outros artigos de propriedade pessoal. Os residentes foram intimados a comparecer perante um grande júri em Chicago. Foi apenas o último episódio da repressão continuada da dissidência nos EUA, atacando organizadores da paz como apoiantes de “organizações terroristas estrangeiras.”

Coleen Rowley conhece o FBI. Foi uma agente especial de carreira no FBI que revelou as falhas da instituição no período que precedeu os ataques do 11 de Setembro. A revista Time nomeou-a Pessoa do Ano em 2002. Alguns dias depois das buscas na sua cidade natal de Minneapolis, disse-me: «Esta não é a primeira vez que se vê este viés orwelliano da guerra contra o terrorismo sobre grupos pacifistas e grupos de justiça social […] isso começou logo a seguir ao 11 de Setembro, e havia opiniões do Gabinete de Aconselhamento Legal que diziam que a Primeira Emenda já não controlava a guerra contra o terrorismo [1].

A casa de Jess Sundon foi alvo de buscas. Ela foi a principal organizadora da marcha anti-guerra de St. Paul, Minnesota, no Dia do Trabalhador de 2008, a qual ocorreu enquanto a Convenção Nacional Republicana começava. Ela descreveu as buscas: «Passaram provavelmente cerca de 4 horas a revistar todos os nossos objectos pessoais, cada livro, papel, as nossas roupas, e encheram várias caixas e caixotes com os nossos computadores, os nossos telefones, o meu passaporte […] e foram-se embora da minha casa com eles».

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