1. Proudhon nada compreendeu do Materialismo Histórico.
Não é inútil relembrar que os conceitos de materialismo histórico e de materialismo dialéctico pertencem de facto ao marxismo dogmático. Um tal mecanismo, no que respeita à concepção da evolução das sociedades, não teve aliás senão a função de justificar o imobilismo da social-democracia ou dos sistemas estalinistas: visto que tudo é automático, para quê apressar-nos? O sentido da História tirará para nós as castanhas do fogo capitalista.
Se voltarmos a Marx, o materialismo histórico significa que a evolução das sociedades tem como factor preponderante o desenvolvimento das contradições entre forças produtivas e relações de produção. Mas, como também para Marx, as super estruturas são produtos e produtoras da infraes-trutura, segue-se que a evolução dialéctica da sociedade não tem nada de determinista. Senão, para quê militar numa organização revolucionária?.
Proudhon estava de acordo com Marx neste aspecto. Jean Bancal qualificou, com toda a justiça, a obra de Proudhon de trabalhismo histórico. O que é que isso significa? Simplesmente que as condições objectivas da produção, enquanto organização do trabalho à volta dos meios de produção (organização no sentido técnico, no sentido de modo operatório) entram em contradição com os actores do trabalho e a organização social que os engloba (organização no sentido de regulamentações jurídico-sociais).
O maquinismo arrasta uma divisão social do trabalho cada vez mais intenso, segue-se que os diferentes trabalhos são cada vez mais interdependentes, complementares, sociais. A produção torna-se cada vez mais social, no sentido em que todas as profissões concorrem, indissocia-
velmente à produção global. A autarcia não é mais a regra quando a produção se diversificou. Ora, a produção, ainda que social, é apropriada pelos proprietários que entram em contradição de interesses com as forças colectivas, privadas dos frutos do seu trabalho.
Do mesmo modo que vimos em Proudhon, aprofundando as teorias de Adam Smith, o primeiro facto é a divisão do trabalho, esta repartição conjun-tural num dado estado de forças colectivas estava na origem da pluralidade dos grupos sociais; estes constituíndo-se com efeito em redor das diferentes funções que requer o funcionamento económico e político da sociedade global.
Uma das primeiras fontes da evolução social residirá portanto nos conflitos de interesses que opõem os diferentes grupos sociais. Mas estes conflitos não se podem exprimir numa força social a não ser na medida em que os interesses particulares de tal ou tal grupo social são percebidos, analisados, orientados numa estratégia pelos membros do grupo enquanto conjunto colectivo colocados na mesma situação em relação à divisão social do trabalho. É o que Proudhon traduziu pela necessidade duma consciência colectiva, duma “Ideia” ( quer dizer duma teoria, uma análise da situação objectiva para modificar esta situação), duma acção colectiva ( quer dizer duma estratégia e duma táctica apropriadas, servindo por outro lado de critério de justiça da análise.).
Mas a fonte fundamental do movimento das sociedades é encontrar nas modificações que traz à divisão social do trabalho a evolução da técnica e da tecnologia em particular sob o aguilhão da concurrência, e da luta que leva o salariato para melhorar as suas condições de existência.
Proudhon tem portanto uma ideia precisa do que determina, no longo período, o movimento social, e da dialéctica que o anima. O parentesco com o materialismo histórico parece-me próximo. A diferença fundamental reside no facto que para Proudhon, o movimento social não estará nunca terminado, que o pluralismo social é uma constante que não encontrará nunca um fim, que os antagonismos sociais não desaparecerão com a revolução social deitando abaixo o capitalismo.
Não é inútil relembrar que os conceitos de materialismo histórico e de materialismo dialéctico pertencem de facto ao marxismo dogmático. Um tal mecanismo, no que respeita à concepção da evolução das sociedades, não teve aliás senão a função de justificar o imobilismo da social-democracia ou dos sistemas estalinistas: visto que tudo é automático, para quê apressar-nos? O sentido da História tirará para nós as castanhas do fogo capitalista.
Se voltarmos a Marx, o materialismo histórico significa que a evolução das sociedades tem como factor preponderante o desenvolvimento das contradições entre forças produtivas e relações de produção. Mas, como também para Marx, as super estruturas são produtos e produtoras da infraes-trutura, segue-se que a evolução dialéctica da sociedade não tem nada de determinista. Senão, para quê militar numa organização revolucionária?.
Proudhon estava de acordo com Marx neste aspecto. Jean Bancal qualificou, com toda a justiça, a obra de Proudhon de trabalhismo histórico. O que é que isso significa? Simplesmente que as condições objectivas da produção, enquanto organização do trabalho à volta dos meios de produção (organização no sentido técnico, no sentido de modo operatório) entram em contradição com os actores do trabalho e a organização social que os engloba (organização no sentido de regulamentações jurídico-sociais).
O maquinismo arrasta uma divisão social do trabalho cada vez mais intenso, segue-se que os diferentes trabalhos são cada vez mais interdependentes, complementares, sociais. A produção torna-se cada vez mais social, no sentido em que todas as profissões concorrem, indissocia-
velmente à produção global. A autarcia não é mais a regra quando a produção se diversificou. Ora, a produção, ainda que social, é apropriada pelos proprietários que entram em contradição de interesses com as forças colectivas, privadas dos frutos do seu trabalho.
Do mesmo modo que vimos em Proudhon, aprofundando as teorias de Adam Smith, o primeiro facto é a divisão do trabalho, esta repartição conjun-tural num dado estado de forças colectivas estava na origem da pluralidade dos grupos sociais; estes constituíndo-se com efeito em redor das diferentes funções que requer o funcionamento económico e político da sociedade global.
Uma das primeiras fontes da evolução social residirá portanto nos conflitos de interesses que opõem os diferentes grupos sociais. Mas estes conflitos não se podem exprimir numa força social a não ser na medida em que os interesses particulares de tal ou tal grupo social são percebidos, analisados, orientados numa estratégia pelos membros do grupo enquanto conjunto colectivo colocados na mesma situação em relação à divisão social do trabalho. É o que Proudhon traduziu pela necessidade duma consciência colectiva, duma “Ideia” ( quer dizer duma teoria, uma análise da situação objectiva para modificar esta situação), duma acção colectiva ( quer dizer duma estratégia e duma táctica apropriadas, servindo por outro lado de critério de justiça da análise.).
Mas a fonte fundamental do movimento das sociedades é encontrar nas modificações que traz à divisão social do trabalho a evolução da técnica e da tecnologia em particular sob o aguilhão da concurrência, e da luta que leva o salariato para melhorar as suas condições de existência.
Proudhon tem portanto uma ideia precisa do que determina, no longo período, o movimento social, e da dialéctica que o anima. O parentesco com o materialismo histórico parece-me próximo. A diferença fundamental reside no facto que para Proudhon, o movimento social não estará nunca terminado, que o pluralismo social é uma constante que não encontrará nunca um fim, que os antagonismos sociais não desaparecerão com a revolução social deitando abaixo o capitalismo.
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