segunda-feira, outubro 04, 2010

A palavra de ordem é “saquear os pobres”!…

No antiquíssimo conto oriental Ali Babá e os 40 ladrões diz-se que uma quadrilha de salteadores do deserto fazia quartel-general numa caverna que, simultaneamente, lhe servia de armazém para o produto dos saques. Numa era tão distante, quando electrónica era palavra sem sentido, a caverna já dispunha de um sofisticado sistema de segurança: ninguém lá podia entrar se não conhecesse esta cifra mágica: “Abre-te, Sésamo!”. É curioso como tudo isto se ajusta ao governo e à “sociedade civil” portuguesa dos nossos dias. Uma grande quadrilha, uma sede secreta e um acesso ao local reservado aos iniciados na sociedade do crime.

Estamos, certamente, em vésperas de acontecimentos decisivos. O governo de Sócrates toma medidas aparentemente disparatadas mas que fazem sentido nos planos do saque e destruição final do regime democrático, através da anarquia das leis e da bancarrota: aumenta a dívida pública, não paga a quem deve, finge ignorar a corrupção, a inflação e o desemprego, acelera a sabotagem do Estado social, destrói e fragiliza direitos dos trabalhadores (sempre da base para o topo), agrava impostos, recusa actualizar salários, descaracteriza pensões e mente sistematicamente quando justifica o facto consumado das suas medidas anticonstitucionais. Por entre as ruínas que provocam, os saqueadores procuram, todavia, projectar de si mesmos uma imagem de honestidade e segurança. Recorrem à arquitectura verbal de sentido ético. Os remédios aumentam de preço porque os doentes fazem negócio com os subsídios. As escolas encerram porque é função do Estado garantir a todas as crianças a mesma qualidade de ensino. O Estado fecha ou transfere para locais distantes postos de saúde, porque zela pelos interesses das populações, segundo os princípios democráticos da igualdade para todos e da fraternidade. E em tudo o mais que faz ou deixa de fazer o governo e as forças que aberta ou ocultamente o apoiam revelam planos bem delineados, unidade na acção e convergência de esforços que uma palavra de ordem pode resumir: “Acelerar a pilhagem dos pobres e abrir caminho a uma Nova Ordem”!

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