quinta-feira, novembro 11, 2010

Mandelbrot, fractais e crises financeiras

O relâmpago no céu não se desloca em linha recta. A rugosidade de uma couve-flor ou as caprichosas formações do ramo de uma árvore são um desafio para os traços limpos da geometria que aprendemos na escola. Nem as linhas rectas, nem as curvas perfeitas existem na natureza. Mas a partir da obra de Benoît Mandelbrot é possível aproximarmo-nos a uma teoria da rugosidade irregular que é a marca do universo.

Há uma semana faleceu este matemático, criador da geometria fractal e de outras maravilhas próximas à teoria do caos. Fractal, uma palavra cunhada por Mandelbrot, é uma figura semi-geométrica que pode ser dividida em partes mais pequenas, de tal modo que cada uma destas fracções é uma representação à escala da figura inicial. A rugosidade e irregularidade estão intimamente relacionadas com padrões de afinidade entre as partes e o todo. Um exemplo é a couve-flor: pode-se esmiuçar tudo o que se quiser e, ao amplificar cada uma das suas inflorescências individuais, observa-se que as partes mais pequenas são similares à couve-flor inteira. A esta propriedade denomina-se auto-afinidade.

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