Eis que Cavaco ameaça com o veto presidencial os cortes do Governo ao ensino privado e cooperativo. A questão não está na crítica aos cortes, apenas defensáveis dentro do modelo de ortodoxia financeira que recusa outras alternativas para combater a crise económica. O ponto reside no facto de Cavaco nunca se ter preocupado com as machadadas no Serviço Nacional de Saúde, nos transportes públicos, na escola pública, nas bolsas a estudantes… O candidato só se agita quando a sua “gente” é afectada. E Cavaco pensa muito mais nos negócios do que na qualidade de ensino ou nas crianças de origens sociais desfavorecidas que também estudam no ensino particular e cooperativo. Convém nunca nos esquecermos como floresceram as Universidades privadas quando ele foi primeiro-ministro, o surgimento dos turbo-professores e a intensa promiscuidade entre essas empresas da educação e o mundo da política que vai do PS ao CDS, já para não falar da ausência de fiscalização ao lixo científico e pedagógico por que se notabilizaram, com raras e honrosas excepções.
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