terça-feira, fevereiro 15, 2011

As contra-revoluções emergentes na Tunísia e no Egipto


"O presidente Hosni Mubarak decidiu afastar-se da presidência do Egipto e designou o alto conselho das forças armadas para dirigir os assuntos do país", disse Suleiman numa breve intervenção na TV. "Possa Deus ajudar a todos".

Urras podiam ser ouvidos nas ruas do Cairo mesmo antes de Suleiman cessar de falar. E ainda que não houvesse meio de saber se o exército cumpriria seus compromissos anteriores de garantir eleições democráticas, as multidões estavam eufóricas com a notícia de que os 30 anos de domínio autoritário de Mubarak estavam acabados.

"O Egipto está livre! O Egipto está livre" gritavam eles na Praça Tahrir. "O regime caiu!".
The Washington Post (11/Fevereiro/2011)

Um faraó arrogante caiu. Os egípcios podem estar a cantar que o seu país é livre, mas a sua luta está longe de terminada. A República Árabe Unida do Egipto ainda não é livre. O velho regime e o seu aparelho ainda estão ali e à espera de que assente o pó. Os militares egípcios estão oficialmente a controlar o país e a contra-revolução está a emergir. Uma nova fase da luta pela liberdade iniciou-se.

As chamadas "fases de transição" pretendidas para os regimes na Tunísia e no Egipto estão a ser usadas para comprar tempo a fim de fazer três coisas. O primeiro objectivo é desgastar e finalmente as exigências populares. A segunda meta é actuar para preservar políticas económicas neoliberais, as quais serão utilizadas para subverter o sistema político e reforçar o colete-de-forças das dívidas externas. Finalmente, a terceira motivação e objectivo é a preparação da contra-revolução.

Sem comentários: