Este artigo critica as teses do documento preparado pela FEDEA sobre as pensões, o qual indica que a transição demográfica torna a sustentabilidade das pensões públicas impossível. O artigo questiona esta tese, acrescentando, além disso, uma crítica ao Fundo Monetário Internacional pela incoerência das suas políticas sobre pensões.
A Fedea (Fundação de Estudos de Economia Aplicada) é financiada primordialmente pelas Bancas, pelas Cajas e pelas Companhias de Seguro. Entre os seus maiores patrocinadores estão o Banco Sabadell, o Banco Popular, Caja Madrid, BANESTO, o Banco Santander, BBVA, La Caixa, e um longo etc.. É, por outras palavras, o que na terminologia anglo-saxónica se chama o Think Tank do capital financeiro, o grupo fáctico mais poderoso de Espanha. A sua influência em delinear, reproduzir e promover a sabedoria convencional económica do país é enorme. Durante anos, o seu empenho foi fazer crer à população espanhola que o sistema público de pensões em Espanha não é viável, a não ser que se cortem de forma substancial as pensões públicas. Ano após ano, foi publicando relatórios alertando que tal sistema entrará em colapso em data próxima, data que se foi atrasando constantemente ao não se realizar o colapso na data predita. O objectivo deste alarmismo era e é assustar a população para que vá correndo ao Banco, às Cajas e às Companhias de Seguros para comprar um plano de pensões privado. O enorme problema que têm é que a crise financeira afectou muito negativamente tais fundos de pensões privadas, reduzindo-se o seu valor de forma espectacular. Enquanto isso, a Segurança Social, que, segundo as suas previsões, tinha que ter entrado em colapso já em 1995, depois em 2000, e mais tarde em 2010, continua actualmente em superávit.
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