terça-feira, maio 27, 2014

Em Sintra, Krugman concluiu: Zona Euro está em "estado de negação"

O economista Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia em 2008, participou na conferência do Banco Central Europeu em Sintra e concluiu: os responsáveis da Zona Euro “parecem estar em negação profunda”.
O Nobel da Economia não gostou de ouvir Barroso atribuir aos governos nacionais as responsabilidade da crise. UE impôs uma “austeridade incrivelmente dura” em países como Portugal “em nome de serem bons europeus”, ataca Krugman.

Num artigo publicado no seu blogue no "New York Times", Krugman, conhecido crítico das políticas de austeridade seguidas pela União Europeia, faz duras críticas ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

“Barroso acabou de declarar que o euro nada tem a ver com a crise, que tudo se deve a políticas nacionais falhadas; há minutos, disse que o problema real da Europa é uma falta de vontade política”, escreve.
Tudo isto, conclui, “é espantoso, de uma forma muito má”.
“Desculpem”, prossegue o Nobel, mas depressões económicas como esta “não aconteciam na Europa antes do aparecimento do euro”.
“Se há coisa que a Europa tem é vontade política”, contrapõe. Foi graças a ela que se impôs uma “austeridade incrivelmente dura” no sul da Europa “em nome de serem bons europeus”.

"O que é que podiam ter feito que não fizeram?", questiona. 

“A possibilidade de que as coisas estão tão más – e que as forças radicais ganharam poder [nas eleições europeias] – porque as políticas estão fundamentalmente erradas parece não ser equacionado”, diz.

No último dia da conferência, Paul Krugman apresenta um artigo a defender que o BCE deve abandonar a política de baixa inflação.