sexta-feira, dezembro 05, 2014

Músicos

O Governo ataca, os sindicatos respondem com uma greve de um dia, os trabalhadores perdem um dia de salário e, no dia seguinte, quando a barulheira deixa de ouvir-se, consuma-se mais uma perda. Tem sido assim o sempre a perder de todos os que vivem do seu trabalho, tem sido assim o sempre a levar a melhor dos sucessivos Governos. E os sindicatos, que ou não aprendem ou não querem aprender, dão sinais inequívocos de que aceitaram participar como elemento decorativo numa engrenagem que não deixa nada intacto à sua passagem. Os trabalhadores da Segurança Social estão hoje em greve em resposta ao despedimento chamado “requalificação” de quase 700 trabalhadores. Os sindicatos, que voltam a esforçar-se por fazer o maior chinfrim, dizem que vão avançar com acções na Justiça, junto da Assembleia da República e da PGR. Sim, sim. Há muito que o Governo anunciou a sua intenção de despedir entre 12 e 14 mil trabalhadores. Os sindicatos ignoraram o aviso, apenas respondem agora e somente relativamente à primeira parcela de 5% do total a despedir, ou seja, continuam a colaborar com o Governo ignorando os restantes 95% que, tais como os primeiros 5, 300 hoje e 800 amanhã, ficarão muito surpreendidos quando receberem a notificação de que foram sorteados para esse limbo de miséria chamado requalificação e, na ausência  de um fundo de greve que permita respostas prolongadas que forcem o Governo a recuar, cada uma das parcelas terá garantido o seu diazito de greve e o estardalhaçozito do costume. Estes sindicatos não servem para rigorosamente nada.

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