quarta-feira, janeiro 07, 2015

2015, A nuvem ao fundo do túnel



Cortar, aguentar, voltar a cortar e continuar a aguentar, ou então os mercados ficam nervosos e é ainda pior, dizia a fábula da letra da banda sonora destes tempos de regressão consentida. Não há nada pior do que a morte. E o ano começou com notícias de mortes no caos dos corredores dos hospitais que a nossa indiferença deixou abandalhar. Não há nada mais horrível do que a insensibilidade perante uma morte que poderia ser a nossa ou a de alguém que nos é muito querido. E o número de mortos por falta de assistência num local criado para a obter já vai em duas em apenas seis dias, há pessoas que esperam quase 24 horas para serem atendidas, o pico da gripe ainda não foi atingido, o pandemónio tende a aumentar, qualquer um de nós é candidato a ser a próxima vítima, e garantidamente haverá mais vítimas, mas não se ouve um protesto, nada. O eterno nada, à prova de morte, à prova de tudo, certamente também à prova do terceiro terramoto financeiro mundial em seis anos, desta vez com deflação mas novamente para reforçar a mesma austeridade selectiva e a mesma ortodoxia mercantil que a originou e, para não variar muito, com o nosso arco da subserviência a responder-lhe com a tradicional obediência aos ditames de uma Europa que põe e dispõe das nossas vidas com doses reforçadas de responsabilidade, sentido de Estado e, porque não, uma leitura "mais inteligente/fofinha" do Tratado Orçamental e quejandos. Em 2015 haverá eleições, será um ano de escolhas importantes. E vem aí borrasca da grossaVale a pena ler com atenção.

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