sexta-feira, janeiro 09, 2015

As presidenciais e o galo de Santana

Quando era primeiro-ministro, tudo lhe acontecia. Mas o menino guerreiro cresceu e agora parece que tudo lhe continua a acontecer. Lançou as bases daquilo que podia ser a sua candidatura a Belém poucas horas antes de um atentado terrorista em Paris que matou temporariamente a discussão sobre as presidenciais.
Curiosamente, Marcelo Rebelo de Sousa apelara à calma e defendia que ainda não era o tempo para aparecerem candidatos da direita. Mas Santana não o ouviu e atirou-se sem medos, até ser calado pelos acontecimentos internacionais. A coincidência é tanta que o ataque em Paris até podia ter sido levado a cabo para vingar o profeta Marcelo.
Resta agora saber como é que Santana Lopes vai apanhar o fio à meada. Será que quando as coisas acalmarem em França, ele vai reaparecer e dizer “cucu” ou “bom, como eu ia dizendo”?
Seja com for, é importante Santana Lopes perceber que não dá para se candidatar a Presidente da República, a menos que esteja a pensar numa república daquelas de Coimbra. Mas se for naquela de Belém, não vai ser fácil, porque o Governo de Santana Lopes correu muito mal, ainda que se possa e deva admitir que nem tudo foi culpa dele. No planto autárquico, contabiliza-se um brilharete na Figueira e um casino em Lisboa.
Depois Santana Lopes disse que ia andar por aí, até aceitar ficar a vender raspadinhas e lotarias. Ora bem, a direita não vai querer enfrentar um Alto Comissário das Nações Unidas com um cauteleiro, pois não? É que eu não sou elitista, mas Guterres tem fotografias com a Angelina Jolie e Santana tem posters da Angelina Jolie.
Entretanto, também apareceu a possibilidade da candidatura de Alberto João Jardim. Pronto, então isto é mesmo tudo a brincar. Está giro, está.