quinta-feira, janeiro 01, 2015

Bom ano, tudo de bom e beijocas

Um maravilhoso ano, é o que desejo. Como se diz na gíria fofinha, “tudo de bom”. “Tudo de bom” é um pouco fatela mas muito prático. É o canivete suíço das saudações. Está lá tudo. Não precisamos de andar a discriminar, saúde, amor, felicidade, fortuna.
Tudo de bom é mesmo tudo de bom. Saúde, amor, felicidade, fortuna, mas também meteorologia, A5 sem trânsito, óculos, carteira, telefone e chaves sempre no bolso, bateria e depósito sempre tudo cheio, pessoas chatas longe, etc..
Portanto, tudo de bom é feio mas é prático. É como aquela pochete que se põe à cintura. Há melhor sítio para guardar a carteira, o telefone, as chaves, o palito, o corta-unhas e o revólver? Não há. Na pochete vai tudo, bem acondicionado e junto à genitália, que é a parte mais protegida do corpo. Bate-se com todas as partes do corpo em todas as esquinas, mas nunca ninguém deu com o pipi no pé de uma mesa, por exemplo. E admitimos que os amigos e até conhecidos nos dêem palmadinhas nas costas, mas jamais palmadinhas na pilinha.
Na mesma lógica, podemos falar também do fato de treino, que também não é bonito, mas não há indumentária mais prática para ir à rua, pois mantém a temperatura adequada sem ser necessário várias camadas de roupa, havendo assim liberdade de movimentos. A licra é também mais agradável ao toque que a ganga, por exemplo. Por outro lado, com cores variadas e reflectoras, o fato de treino não só nos coloca na moda como em segurança.
Mas enfim, tudo isto só para desejar bom ano e, claro, tudo de bom. E depois de desejarmos tudo de bom, também podemos mandar beijocas, que também é feio mas também é prático. Beijinhos, embora muitos, são pequeninos; beijo é pouco, beijos é íntimo; beijão é brasileiro. Sobram as beijocas, que têm o tamanho certo e são muito mais redondinhas.
Dirá o Leitor mais retrógrado: “Mas beijocas é para meninas, e para os meninos?”. Por favor, estamos quase em 2015, já é tudo com beijocas.