Algumas pessoas, raras, são tão geniais e têm um pensamento tão avançado
para a sua época que muitos dos seus contemporâneos, não conseguindo
alcançar tal visão, as julgam palhaços. Pessoas como Copérnico, Galileu,
Darwin e Batatinha, por exemplo. Gustavo Santos é mais um nome a
acrescentar a esta lista. É difícil perceber isto à primeira porque
Gustavo Santos é um homem modesto. Logo no seu perfil, pede aos leitores
«Não me chamem "famoso" ou "vedeta da televisão"»(1) e apresenta-se simplesmente como «um homem que sabe quem é e o que anda aqui a fazer».
Parece pouco, mas as aparências enganam. O pensamento de Santos não só é
revelador, avassalador e revolucionário como toca várias áreas
distintas daquilo que preocupa a humanidade.
Durante milénios, pessoas relativamente inteligentes como Platão, Kant e
Mill procuraram soluções para o problema de avaliar actos, guiar
decisões e encontrar a melhor forma de viver. Pelo caminho inventaram
conceitos confusos como virtudes, deveres, imperativos, utilidades,
contratos sociais e noções de justiça. Uma enorme baralhada que não
ajuda ninguém. Num rasgo de genialidade, Gustavo Santos revela-nos que a
resposta esteve sempre ali, mesmo à nossa frente. No umbigo. «O amor da minha vida sou eu, ponto final parágrafo […] O amor da tua vida és tu.»(2) «Ser feliz é saber quem somos e respeitar o que desejamos, materializando. É sermos a pessoa mais importante da nossa vida»(3).
Também na etimologia o trabalho de Gustavo Santos sobressai. A palavra “presente”, que muita gente julgava vir do Latim praesum,
do “é perante”, afinal separa-se em “pré” e “sente”. Portanto o
presente, afinal, é o que ocorre antes de sentirmos, que Gustavo Santos
separa do agora que é o que ocorre depois de sentirmos (2). Por exemplo,
o período de aproximação rápida entre o martelo e o polegar é o
presente, enquanto o agora é o período durante o qual o incauto
martelador grita “F***-se! M**** para isto! Quem me mandou a andar a
pregar coisas à p*** da mobília! C******!” É supreendente como a análise
etimológica cuidada e bem fundamentada dá novos sentidos à nossa vida.
Mas o génio de Gustavo Santos não se limita à ética ou a questões
linguísticas. Mostra-nos também como terminar, de uma só vez, com todo o
sofrimento da humanidade. A doença, a fome, a miséria, as guerras, o
ódio e a sede de poder assolam muitos milhões de pessoas tornando a sua
vida num inferno. Não é preciso que assim seja e, graças a Gustavo
Santos, já sabemos como resolver este problema. «Descobri que era um homem feliz quando percebi que a minha felicidade apenas dependia de mim»(4).
É esta mensagem importante que temos de transmitir a toda a gente. A
quem tiver perdido a casa e a família num bombardeamento e esteja agora a
fugir de uma guerra. A quem tenha os filhos a morrer de sede. Aos
órfãos esfomeados e abandonados e a quem a vida se esvai em pus e sangue
numa cubata. A todos esses, que se julgam infelizes vítimas das
circunstâncias, temos de dizer que a felicidade só depende deles. Que a
fome não é uma tragédia. É uma oportunidade. Que a guerra não é um mal. É
um desafio. Que se a morte dos filhos os entristece é porque, incautos,
não decidiram amar-se a si próprios acima de tudo.
Gustavo Santos diz-se um “life coach”, alguém que treina os outros para viver. Na sua modéstia, aponta que apesar de ter «formação segundo as normas da ICF, International Coaching Federation», o que lhe dá «verdadeiras habilitações para trabalhá-lo com as mais variadas pessoas [...] é o facto de ser um homem verdadeiramente feliz.»(4)
E qual é o segredo dessa felicidade? Que ideia invulgar permite a
Gustavo Santos dizer tanta coisa genial sem corar de vergonha? É talvez a
mais importante de todas, e aquela que dá a Gustavo Santos o lugar
merecido no fecho de mais um ano de tretas:
«Tudo o que vale a pena nesta vida é aquilo que sentimos; o que pensamos [...] é mau entretenimento.»
Sigam o conselho de Gustavo Santos. Não pensem. Sintam apenas. Senão, se
se metem nesse mau entretenimento que é pensar, não sentirão a
genialidade de Gustavo Santos e ainda podem acabar confundindo-o com um
palhaço. Até par ao ano, e bom 2015.
1- Gustavo Santos, Arrisca-te a viver, perfil.
2- Gustavo Santos, Quanto tempo esperarias pelo amor da tua vida?
3- Revista Progredir, Entrevista a Gustavo Santos
4- Gustavo Santos, Arrisca-te a Viver.
5- Gustavo Santos, Arrisca-te a Viver, Coaching.
DAQUI