segunda-feira, janeiro 05, 2015

Levar o Latim às escolas

Diversos países começam a reconhecer um problema que percebem ser muito grave: as dificuldades de escrita dos alunos.

Este é um sinal bem evidente de que a escolaridade elementar ou básica não está a cumprir uma das suas funções mais importantes e estruturantes - a alfabetização -, com inevitáveis consequências na escolaridade secundária e superior.

Muitos têm considerado que a principal causa desta situação é o abandono do estudo do Latim, a matemática da língua. De facto, a partir de finais da década de sessenta do século XX, as disciplinas de Latim e de Grego foram associadas a uma educação elitista, tradicional, antiga, a uma educação contemplativa que apenas servia para maçar os aprendizes. Era preciso renovar o currículo com disciplinas que preparassem para a vida, que permitissem compreender o mundo circundante e que correspondessem às necessidades e interesses das comunidades.

Essa mudança feita com muito entusiasmo e pouco conhecimento pedagógico - o que, tendo em conta, a época se percebe perfeitamente - desencadeou diversos erros e um deles é certamente o abandono das línguas ditas mortas.

Para remediar a situação, alguns sistemas educativos estão a reintroduzi-las no currículo escolar e diversas entidades autónomas arregaçam as mangas e fazem o que podem.

Um exemplo: Professores e estudantes de pós-graduação da Universidade de Glasgow criaram um programa de ensino do Latim que levam a cada vez mais escolas de zonas carenciadas, primeiro primárias e agora também secundárias. Esse programa contempla mitologia e literatura da Antiguidade, história e consciência da língua, gramática e vocabulário... E, sim, parece que os miúdos a quem o programa se destina gostam e aprendem.


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