sábado, fevereiro 21, 2015

Portugal, o vassalo da Alemanha

Houve pressão de Portugal? Varoufakis dá a entender que sim

Durante a longa conferência de imprensa, que durou mais de quarenta minutos, Yannis Varoufakis prometeu dizer sempre a verdade. Mas quando questionado sobre a posição de Portugal e Espanha respondeu que há também "uma coisa chamada boas maneiras."
"A ministra portuguesa das finanças e o ministro espanhol são meus colegas no eurogrupo", diz Varoufakis.  "Reconheço que têm as suas próprias prerrogativas políticas", acrescentou dizendo que ficou claro que a posição dos países ibéricos teve em conta esses motivos. "E respeito isso", concluiu.
Foi nesta altura que o assessor de imprensa do ministro grego tentou interrompê-lo - aliás, foram várias as tentativas frustradas durante a conferência de imprensa - mas Varoufakis quis continuar a falar de Portugal e Espanha, e do dinheiro que emprestaram à Grécia.
"Foram 20 mil milhões de Espanha. Não tanto de Portugal, porque Portugal é muito mais pequeno. Mas se olharmos ao que Portugal emprestou per capita, não foi insignificante".
Um dinheiro emprestado em 2010, e que, segundo ele, não foi para a recuperação económica do país mas para a banca. "As condições ligadas a esse dinheiro puseram-nos numa espiral negativa", diz Varufakis, o que justifica que os gregos não tenham conseguido ainda pagar aos credores.
O ministro grego acredita que as negociações agora em curso, e o acordo alcançado hoje no Eurogrupo, vão permitir à Grécia recuperar economicamente e pagar o que deve. Por isso reconhece que tem de "manter uma bom relação de trabalho com os colegas", referindo-se a Maria Luís Albuquerque e Luis de Guindos.
Fonte europeia adiantou ao Expresso que, durante a reunião, Portugal mencionou o facto de ter de haver uma análise da lista de reformas que o governo de Alexis Tsipras se comprometeu a apresentar. Mas terá sido, sobretudo, Espanha a insistir bastante neste escrutínio. 
Até segunda-feira à noite, a Grécia tem de apresentar um conjunto de reformas (também estruturais) com vista a cumprir os objetivos do programa de assistência financeira. Na terça, os ministros das Finanças e as instituições vão olhar para a lista e concordar com ela. Só depois da aprovação será concedida uma extensão do empréstimo por mais quatro meses.
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