sábado, fevereiro 21, 2015

Troika, Grexit ou Plano B?

Nesta tortuosa saga entre os líderes da Eurozona e o novo governo grego sobre o reembolso da sua dívida do sector público e a continuação do programa de austeridade imposto pela Troika, devemos recordar que a causa de toda esta confusão é o fracasso do capitalismo na Europa e na Grécia. 

Sim, o governo Syriza recuou maciçamente da sua posição original de cancelar ou renegociar o fardo "odioso" da dívida e cedeu sobre algumas (muitas?) das medidas imediatas que pretendia tomar acerca da reversão da austeridade e melhoria dos enormemente reduzidos padrões de vida das famílias gregas. Mas isso inevitável se o governo pretende manter o capitalismo grego dentro ou fora da Eurozona. O capital grego é o mais fraco no espectro do capital europeu, onde a Alemanha e a França são mais fortes. Eles é que dão o tom. 

Assim, o vilão real da peça é o Capital na personagem do capital franco-alemão e dos seus apoiantes nos governos do outros "aflitos" estados da União Monetária Europeia (UME) da Espanha, Portugal e Irlanda, bem como a "Europa do Norte". 

Há muitos comentadores, incluindo aqueles na esquerda keynesiana, a queixarem-se de que os alemães estão a ser não razoáveis e estúpidos. Dar aos gregos alguma liberdade de movimento nos gastos públicos e na redução do fardo da dívida ajudaria a restaurar a economia grega e a manter o projecto europeu em andamento face ao acrescido cepticismo do eleitorado da Europa e uma estagnação e deflação da economia do Euro. 


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