sexta-feira, maio 01, 2015

E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão?


No país que muito provavelmente mais golpes de estado patrocinou, entre dezenas ou mesmo centenas de invasões e ataques militares que devastaram países, cidades, serviços básicos e sobretudo pessoas, que em muitos casos foram empurradas para um nível de pobreza muito abaixo daquilo que algum dia teriam imaginado, em países que já de si existiam em situações extremamente frágeis, para não falar dos mortos, nos regimes totalitários que se instalaram e nas ervas daninhas que plantaram, entre as quais a Al-Qaeda será a sua obra-prima, ainda existe violência racial. O que não é grande novidade claro. A novidade é que em Baltimore a paciência parece ter chegado ao fim.
Depois da morte de Freddie Gray na prisão daquela cidade, os protestos multiplicaram-se e estenderam-se a outras cidades. Nova Iorque foi um desses casos e o título que surge sobre o assunto no Sapo é um excelente exemplo não só do mau jornalismo que se pratica neste pais mas também da forma como se manipulam ideologicamente estes casos: “Mais de 100 detidos em protestos contra a polícia em Nova Iorque“. Mas os protestos não são contra a polícia. Os protestos são contra a violência policial sentida pela população afro-americana na cidade de Baltimore. Se fossem na Venezuela, e obviamente fruto da crueldade do regime chavista, aposto que os manifestantes eram todos corajosos guerrilheiros da liberdade. A indignação dos unicórnios teria proporções bíblicas. Como tudo isto se passa nos EUA, deve ser apenas um bando de delinquentes que armou tudo isto para pilhar uns bancos.