quarta-feira, junho 03, 2015

Série "milagre português": mérito

Ontem a notícia foram os desempregados que o IEFP anda a prejudicar para proveito das estatísticas transformando-os em população inactiva através de anulações das suas inscrições contra a sua vontade e ignorando as recomendações do Provedor de Justiça. Hoje a notícia é uma nova descida na taxa     de desemprego - o número não importa grande coisa, ninguém encontra trabalho - para 13%. Confirma-se. O pessoal do IEFP anda a trabalhar mesmo bem.
Vagamente relacionado: O Observatório sobre Crises e Alternativas estima em 24,7% o desemprego real para 2014, dado que compara com os 13,5% oficiais avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se for tido em conta o sub-emprego, a percentagem sobe para 29,1%. Sobre a estratégia utilizada para que o desemprego real não estrague a propaganda da recuperação que apenas se encontra na comunicação social que se limita a divulgar os dados oficiais, o Observatório   escreve no seu último Barómetro: “se no primeiro trimestre de 2011 este diferencial se situava em cerca de quatro pontos percentuais, em 2013 passa para oito pontos percentuais e atinge os onze pontos percentuais no final de 2014. E se às estimativas de Desemprego 'Real' juntarmos ainda o subemprego, essa diferença passa de sete pontos percentuais em 2011 para treze pontos percentuais em 2013, atingindo um valor de dezasseis pontos percentuais no final de 2014”, isto é, neste momento por cada ponto percentual da taxa de desemprego considerada oficialmente já são desconsiderados mais de 1,18 pontos percentuais de desemprego real. O pleno emprego está mesmo aí ao virar da esquina.


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