Por breves momentos, alguns portugueses mais ingénuos acreditaram nas palavras do habitante do Palácio de Belém, que afirmava, sem reservas, que os portugueses podiam confiar no BES. Estávamos em Julho de 2014. Alguns meses mais tarde, confrontado com perguntas incómodas de uma jornalista, Cavaco desmentia Cavaco e afirmava, naquele tom de indignação dissimulada habitual em políticos sem coluna vertebral, que nunca tinha feito qualquer declaração sobre o BES.
Um ano depois das certezas de Cavaco posteriormente desmentidas por Cavaco, milhares de portugueses continuam a desconhecer o paradeiro das suas economias, em alguns casos a poupança de uma vida, e preparam-se para doar mais algum para o peditório do Espírito Santo. É que segundo as notícias que vieram ontem a público após o encerramento do prazo definido pelo governo para receber propostas vinculativas para a compra do Novo Banco, cuja corrida ficou reduzida aos camaradas da Fosun, da Anbang e ao fundo de investimento Apollo, as propostas dos finalistas não irão além dos 4 mil milhões de euros. Significa isto que o Fundo de Resolução bancária, cujo principal “accionista” é a nossa Caixa Geral de Depósitos, vai ter que assumir cerca de 900 milhões de perdas. Mais um ficheiro para o arquivo dos casos que não iam custar um cêntimo ao contribuinte.
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