Na continuação do nosso último trabalho sobre Kant, pretendemos analisar a mesma questão ontológica do ser e do pensar, mas agora num outro autor que se posiciona, face deste problema de maneira radicalmente diferente: trata-se de Berkeley. Uma tese de que estou seguro, é de que, se em problemas ontológicos se manifestam posições divergentes, como é no caso destes dois pensadores Kant e Berkeley, a explicação deste facto deve ser procurada fora do domínio ontológico. Estou convencido de que pensar só pode ser pensar o real e de que o real pensa-se dentro de uma situação concreta. Daí que o ambiente cultural, a situação política e económica e as convulsões sociais sejam fundamentais para uma explicação duma tomada de posição em termos ontológicos.
Não conhecemos as coisas só pela visão, mas pelo facto de que as manipulamos no nosso dia-a-dia. A prática é desta maneira fundamental no processo do conhecimento. O ponto de vista imediato é insuficiente para dar conta da "omnitudo realitatis", daquilo que constitui a sua riqueza. Estou convencido de que a imediatez pode seguramente tornar-se na mistificação do próprio real.
Deixando de lado estas teses que eventualmente poderão ser retomadas e desenvolvidas num trabalho posterior, vejamos qual éa posição ontológica e gnosiológica que Berkeley defende, tomando como fundamental a tese ser e pensar.
"Existence is percipi or percipere or velle i. e. agere."
"A existência é ser percebido ou perceber ou querer, isto éagir."(1)
A tese fundamental de Berkeley é apresentada na seguinte máxima: "Ser é ser percebido" que resume a frase latina apresentada. Quando Berkeley fala de Ser, refere-se à existência, ao esse latino, e o "é" da máxima "Ser é ser percebido" está posto como objecto dum pensar. Mas para melhor nos embrenharmos na filosofia berkeliana vejamos ainda outros textos significativos do bispo irlandês.
"Mesmo que a matéria fosse extensa com uma extensão indefinida, é todavia a mente (mind) que faz as espécies (sorts), elas não existiam antes da mente as perceber e, mesmo agora, não são sem a mente. Casas, árvores, etc., mesmo que a matéria extensa existisse indefinidamente, não são sem a mente."(2)
e ainda:
"... todo o coro dos céus e todo o equipamento da terra, numa palavra, todos aqueles corpos que compõem a poderosa estrutura do mundo, não têm qualquer subsistência sem uma mente, e o seu ser (esse) é serem percebidos ou conhecidos; consequentemente, na medida em que não são actualmente percebidos por mim ou não existem na minha mente ou na de qualquer outro espírito criado, têm ou não têm qualquer existência ou, então, que subsistir na mente de algum espírito eterno: sendo perfeitamente ininteligível e envolvendo todo o absurdo da abstracção atribuir a qualquer parte singular deles uma existência independente de um espírito."(3)
Neste momento já possuímos elementos que nos permitem dizer que em Berkeley é o pensar que se remete da acção instituinte em relação ao ser. Tendo em conta a correlação ser e pensar, é o pensar que determina o ser e isto num duplo sentido: Num primeiro, o pensar determina as propriedades e qualidades (elementos formais) dos próprios entes - que as coisas manifestam. Podemos dizer que as qualidades, as espécies das coisas dependem da mente, do pensar; Num segundo, o pensar determina o ser numa acepção radical, pois não há fundamento para a existência, que não seja o facto de haver um conjunto de determinações que é posto como objecto por um pensamento.
Defendendo Berkeley que "tudo o que compõe o mundo, não tem subsistência sem uma mente", quer isto dizer que não há qualquer fundamento para a existência dum objecto independente dum pensamento. O pensar institui como fundamento a existência dos objectos. Chegados a esta altura, podemos legitimamente perguntar: O que é que encontramos na base desta concepção filosófica? Isto e só isto: o pensar nunca é capaz de ir para além do seu próprio domínio, da sua própria esfera. O pensar não transcende aquilo que é, no fundo, o próprio campo do pensar. O pensar não é capaz de transcender a sua imanência.
O objecto do pensar é sempre uma ideia e isto não quer dizer que nos referimos só ao universal abstracto.
"Com ideia significo qualquer coisa (thing) sensível ou imaginável."(4)
Para Berkeley, todo o conhecimento é apenas acerca de ideias. Ideia aqui é utilizada no sentido de objecto. Então, podemos dizer que só há conhecimento de coisas que sejam objecto de representação. Reduz-se o objecto à representação. O objecto éimanente à consciência. A ideia é a representação que se tem do objecto.
Como vemos, Berkeley quer-nos mostrar que o conhecimento éincapaz de ir para além do seu próprio domínio. A ideia é somente a representação do objecto que existe na nossa mente. O objecto évisto como ideia e o problema do fundamento da matéria é posto de lado. A ideia é tudo o que é representado na consciência. Como estamos a ver, Berkeley está muito longe de Platão, para quem a ideia é um universal. A coisa material não é senão um conjunto de ideias - colecção de sensações, de dados, que se apresentam àconsciência. Por isso é que Berkeley diz que "Ser é ser percebido". Para além do âmbito deste ser percebido, é um problema que não se põe.
Não se trata da negação das coisas, mas a negação dum fundamento material que existe por detrás das coisas. O que eu toco e sinto existe, mas mais nada. A cadeira, por exemplo, existe porque eu a penso e tenho a sua sensação, mas o que não existe é o seu fundamento material.
O que Berkeley defende é a imanência do ser ao pensar e o que nega é a substancialidade das coisas. Por detrás das ideias, não há nenhum suposto à maneira aristotélica.
Vejamos mais alguns textos de Berkeley que nos servirão para o conhecimento de mais alguns aspectos importantes da sua filosofia:
"Para mim é evidente que as coisas sensíveis não podem existir senão numa mente ou espírito. Donde eu concluo, não que elas não têm qualquer existência real, mas que, vendo que não dependem do meu pensamento e têm uma existência distinta de serem percebidas por mim, tem que existir alguma outra mente em que elas existam. Por conseguinte, tão certo como o mundo sensível realmente existir é haver um Espírito infinito e omnipresente, que o contém e sustenta."(5)
"... nada pode ser mais evidente para quem quer que seja capaz de um mínimo de reflexão do que a existência de Deus ou de um Espírito que está intimamente presente nas nossas mentes, produzindo em todas elas aquela variedade de ideias ou sensações que continuamente nos afecta, de quem estamos em absoluta e inteira dependência, em suma, em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser."(6)
e ainda:
"O grande perigo de fazer existir a extensão sem a mente reside nisto: se ela existe assim, tem de ser reconhecida como infinita, imutável, eterna, etc, o que será: ou tornar Deus extenso (o que penso queé perigoso) ou arranjar, ao lado de Deus, um ser incriado, eterno, imutável, infinito."(7)
"Todas as nossas ideias, sensações, ou as coisas que percebemos, quaisquer que sejam os nomes por que as distinguimos, são visivelmente inactivas; não há nada de poder ou de operatividade (agency) incluído nelas. De tal modo que uma ideia ou objecto de pensamento não pode produzir ou realizar qualquer alteração em outra."(8)
Como já tínhamos visto, Berkeley nega a substancialidade das coisas, mas, a partir destes exemplos, vemos que Berkeley vai mais longe, e nega igualmente a substancialidade material do sujeito.
A alma não é uma coisa para além da existência das ideias. A alma é, para o nosso filósofo, a existência das próprias ideias. A alma não é uma coisa. O pensar não é uma ideia. Ao contrário, o pensar é um acto, assim como o próprio sujeito. O que Berkeley defende é que o conhecer é sustentado por uma acção e neste sentido Kant é um continuador de Berkeley. O sujeito é, por tudo isto que se disse, uma incógnita onde, subjacente àrepresentação, há um acto.
Poderíamos então dizer que as coisas são e não são entes de razão. As coisas são entes de razão no sentido em que há uma mente que as mantém. A existência das coisas é o fundamento duma mente. As coisas não são entes de razão porque nós voltamos as costas às coisas.
No fundo, o que Berkeley nos quer dizer é que é Deus que vive en nós e não nós que vivemos com a independência que aparentamos possuir. E é Deus que pensa em nós.
A questão da existência não é mais do que a posição objectiva da consciência. Ser é fundamentalmente ser para a consciência, ser para o pensar. É a consciência que põe algo como objecto que é dotado das propriedades, entre as quais a da existência.
O pensar é condição do ser. É no pensar e pelo pensar que o ser emerge e existe. Pretender dissolver a materialidade do objecto não põe necessariamente em causa uma tomada de posição empirista. É o caso de Berkeley que é simultaneamente idealista e empirista. É verdade que para Berkeley nem todas as ideias têm o mesmo peso, mas isso não altera o que se disse, nem este problema é relevante para as teses que se estão a discutir. A determinação das coisas aparece como criação subjectiva quanto à sua existência e quanto à sua essência, pois não há o fundamento material das coisas e porque é uma criação de uma mente. Há um apelo a um sujeito transcendente como garantia de "independência" do mundo "objectivo", mundo esse que é radicalmente ideal da mente divina.
Notas:
(1) Berkeley, George - "Notebook A" nº 429, pág. 53, in Works, org. Thomas Nelson, ed. Luce e Jessop, vol. I, London -Edinburgh, 1948.
(2) Berkeley, George - "Notebook B" nº 289, pág. 36, in Works
(3) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", in Essay, Principles, Dialogues with Selections from other Writings, org. and ed. by Mary Whriton Calkins, London, 1929, I, 6, pág. 127.
(4) Berkeley, George - "Notebook A" nº 775, pág. 107, in Works.
(5) Berkeley, George - "Three Dialogues Between Hylas and Philonaus", in Essay, Principles, Dialogues with Selections from other Writings, org. and ed. by Mary Writon Calkins, II, pág. 276, London, 1929.
(6) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", I, 149, pág. 211.
(7) Berkeley, George - "Notebook B" nº 290, pág. 36, in Works
(8) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", I, 25, pág. 137.
Não conhecemos as coisas só pela visão, mas pelo facto de que as manipulamos no nosso dia-a-dia. A prática é desta maneira fundamental no processo do conhecimento. O ponto de vista imediato é insuficiente para dar conta da "omnitudo realitatis", daquilo que constitui a sua riqueza. Estou convencido de que a imediatez pode seguramente tornar-se na mistificação do próprio real.
Deixando de lado estas teses que eventualmente poderão ser retomadas e desenvolvidas num trabalho posterior, vejamos qual éa posição ontológica e gnosiológica que Berkeley defende, tomando como fundamental a tese ser e pensar.
"Existence is percipi or percipere or velle i. e. agere."
"A existência é ser percebido ou perceber ou querer, isto éagir."(1)
A tese fundamental de Berkeley é apresentada na seguinte máxima: "Ser é ser percebido" que resume a frase latina apresentada. Quando Berkeley fala de Ser, refere-se à existência, ao esse latino, e o "é" da máxima "Ser é ser percebido" está posto como objecto dum pensar. Mas para melhor nos embrenharmos na filosofia berkeliana vejamos ainda outros textos significativos do bispo irlandês.
"Mesmo que a matéria fosse extensa com uma extensão indefinida, é todavia a mente (mind) que faz as espécies (sorts), elas não existiam antes da mente as perceber e, mesmo agora, não são sem a mente. Casas, árvores, etc., mesmo que a matéria extensa existisse indefinidamente, não são sem a mente."(2)
e ainda:
"... todo o coro dos céus e todo o equipamento da terra, numa palavra, todos aqueles corpos que compõem a poderosa estrutura do mundo, não têm qualquer subsistência sem uma mente, e o seu ser (esse) é serem percebidos ou conhecidos; consequentemente, na medida em que não são actualmente percebidos por mim ou não existem na minha mente ou na de qualquer outro espírito criado, têm ou não têm qualquer existência ou, então, que subsistir na mente de algum espírito eterno: sendo perfeitamente ininteligível e envolvendo todo o absurdo da abstracção atribuir a qualquer parte singular deles uma existência independente de um espírito."(3)
Neste momento já possuímos elementos que nos permitem dizer que em Berkeley é o pensar que se remete da acção instituinte em relação ao ser. Tendo em conta a correlação ser e pensar, é o pensar que determina o ser e isto num duplo sentido: Num primeiro, o pensar determina as propriedades e qualidades (elementos formais) dos próprios entes - que as coisas manifestam. Podemos dizer que as qualidades, as espécies das coisas dependem da mente, do pensar; Num segundo, o pensar determina o ser numa acepção radical, pois não há fundamento para a existência, que não seja o facto de haver um conjunto de determinações que é posto como objecto por um pensamento.
Defendendo Berkeley que "tudo o que compõe o mundo, não tem subsistência sem uma mente", quer isto dizer que não há qualquer fundamento para a existência dum objecto independente dum pensamento. O pensar institui como fundamento a existência dos objectos. Chegados a esta altura, podemos legitimamente perguntar: O que é que encontramos na base desta concepção filosófica? Isto e só isto: o pensar nunca é capaz de ir para além do seu próprio domínio, da sua própria esfera. O pensar não transcende aquilo que é, no fundo, o próprio campo do pensar. O pensar não é capaz de transcender a sua imanência.
O objecto do pensar é sempre uma ideia e isto não quer dizer que nos referimos só ao universal abstracto.
"Com ideia significo qualquer coisa (thing) sensível ou imaginável."(4)
Para Berkeley, todo o conhecimento é apenas acerca de ideias. Ideia aqui é utilizada no sentido de objecto. Então, podemos dizer que só há conhecimento de coisas que sejam objecto de representação. Reduz-se o objecto à representação. O objecto éimanente à consciência. A ideia é a representação que se tem do objecto.
Como vemos, Berkeley quer-nos mostrar que o conhecimento éincapaz de ir para além do seu próprio domínio. A ideia é somente a representação do objecto que existe na nossa mente. O objecto évisto como ideia e o problema do fundamento da matéria é posto de lado. A ideia é tudo o que é representado na consciência. Como estamos a ver, Berkeley está muito longe de Platão, para quem a ideia é um universal. A coisa material não é senão um conjunto de ideias - colecção de sensações, de dados, que se apresentam àconsciência. Por isso é que Berkeley diz que "Ser é ser percebido". Para além do âmbito deste ser percebido, é um problema que não se põe.
Não se trata da negação das coisas, mas a negação dum fundamento material que existe por detrás das coisas. O que eu toco e sinto existe, mas mais nada. A cadeira, por exemplo, existe porque eu a penso e tenho a sua sensação, mas o que não existe é o seu fundamento material.
O que Berkeley defende é a imanência do ser ao pensar e o que nega é a substancialidade das coisas. Por detrás das ideias, não há nenhum suposto à maneira aristotélica.
Vejamos mais alguns textos de Berkeley que nos servirão para o conhecimento de mais alguns aspectos importantes da sua filosofia:
"Para mim é evidente que as coisas sensíveis não podem existir senão numa mente ou espírito. Donde eu concluo, não que elas não têm qualquer existência real, mas que, vendo que não dependem do meu pensamento e têm uma existência distinta de serem percebidas por mim, tem que existir alguma outra mente em que elas existam. Por conseguinte, tão certo como o mundo sensível realmente existir é haver um Espírito infinito e omnipresente, que o contém e sustenta."(5)
"... nada pode ser mais evidente para quem quer que seja capaz de um mínimo de reflexão do que a existência de Deus ou de um Espírito que está intimamente presente nas nossas mentes, produzindo em todas elas aquela variedade de ideias ou sensações que continuamente nos afecta, de quem estamos em absoluta e inteira dependência, em suma, em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser."(6)
e ainda:
"O grande perigo de fazer existir a extensão sem a mente reside nisto: se ela existe assim, tem de ser reconhecida como infinita, imutável, eterna, etc, o que será: ou tornar Deus extenso (o que penso queé perigoso) ou arranjar, ao lado de Deus, um ser incriado, eterno, imutável, infinito."(7)
"Todas as nossas ideias, sensações, ou as coisas que percebemos, quaisquer que sejam os nomes por que as distinguimos, são visivelmente inactivas; não há nada de poder ou de operatividade (agency) incluído nelas. De tal modo que uma ideia ou objecto de pensamento não pode produzir ou realizar qualquer alteração em outra."(8)
Como já tínhamos visto, Berkeley nega a substancialidade das coisas, mas, a partir destes exemplos, vemos que Berkeley vai mais longe, e nega igualmente a substancialidade material do sujeito.
A alma não é uma coisa para além da existência das ideias. A alma é, para o nosso filósofo, a existência das próprias ideias. A alma não é uma coisa. O pensar não é uma ideia. Ao contrário, o pensar é um acto, assim como o próprio sujeito. O que Berkeley defende é que o conhecer é sustentado por uma acção e neste sentido Kant é um continuador de Berkeley. O sujeito é, por tudo isto que se disse, uma incógnita onde, subjacente àrepresentação, há um acto.
Poderíamos então dizer que as coisas são e não são entes de razão. As coisas são entes de razão no sentido em que há uma mente que as mantém. A existência das coisas é o fundamento duma mente. As coisas não são entes de razão porque nós voltamos as costas às coisas.
No fundo, o que Berkeley nos quer dizer é que é Deus que vive en nós e não nós que vivemos com a independência que aparentamos possuir. E é Deus que pensa em nós.
A questão da existência não é mais do que a posição objectiva da consciência. Ser é fundamentalmente ser para a consciência, ser para o pensar. É a consciência que põe algo como objecto que é dotado das propriedades, entre as quais a da existência.
O pensar é condição do ser. É no pensar e pelo pensar que o ser emerge e existe. Pretender dissolver a materialidade do objecto não põe necessariamente em causa uma tomada de posição empirista. É o caso de Berkeley que é simultaneamente idealista e empirista. É verdade que para Berkeley nem todas as ideias têm o mesmo peso, mas isso não altera o que se disse, nem este problema é relevante para as teses que se estão a discutir. A determinação das coisas aparece como criação subjectiva quanto à sua existência e quanto à sua essência, pois não há o fundamento material das coisas e porque é uma criação de uma mente. Há um apelo a um sujeito transcendente como garantia de "independência" do mundo "objectivo", mundo esse que é radicalmente ideal da mente divina.
Notas:
(1) Berkeley, George - "Notebook A" nº 429, pág. 53, in Works, org. Thomas Nelson, ed. Luce e Jessop, vol. I, London -Edinburgh, 1948.
(2) Berkeley, George - "Notebook B" nº 289, pág. 36, in Works
(3) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", in Essay, Principles, Dialogues with Selections from other Writings, org. and ed. by Mary Whriton Calkins, London, 1929, I, 6, pág. 127.
(4) Berkeley, George - "Notebook A" nº 775, pág. 107, in Works.
(5) Berkeley, George - "Three Dialogues Between Hylas and Philonaus", in Essay, Principles, Dialogues with Selections from other Writings, org. and ed. by Mary Writon Calkins, II, pág. 276, London, 1929.
(6) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", I, 149, pág. 211.
(7) Berkeley, George - "Notebook B" nº 290, pág. 36, in Works
(8) Berkeley, George - "A Treatise Concerning the Principles of Human Knowledge", I, 25, pág. 137.
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