O G-8 (grupo dos 7 países mais ricos do mundo + Rússia) anunciou à meses que anularia parte das dívidas externas de 18 países pobres que foi contraída junto ao FMI, ao Banco Mundial (BM) e ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O montante total anulado é da ordem dos 40 mil milhões de dólares. O secretário de Estado dos EUA, John Show, classificou como "histórico" tal acordo. Verifica-se que os US$ 40 mil milhões anulados correspondem a menos de um quarto dos US$ 370 mil milhões que estes países têm de pagar por ano a título de serviço da dívida (juros+amortizações do principal). Esta anulação representa apenas 10% da dívida total dos países pobres altamente endividados (cerca de US$ 523 mil milhões). A medida poderia ser considerada um passo no bom sentido, no entanto, se não viesse acompanhada de condicionalidades iníquas. "Os supostos alívios estão condicionados à abertura progressiva das economias do sul aos interesses das transnacionais do norte", acusou o presidente do Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, Eric Toussaint. Isto significa que tais países deverão avançar nas privatizações selvagens dos seus serviços públicos e entregar os seus recursos naturais ao capital estrangeiro. Estas condições lesivas fazem com que o nível de vida das populações submetidas a tal lógica não melhore -- poderá, ao contrário, ser agravado. Toussaint classificou o gesto do G-8 como "uma cortina de fumo" que não deterá a sangria de capitais que afecta estes países. E esta iniciativa demagógica não inclui os empréstimos concedidos pela banca privada internacional, cujos serviços são ainda mais onerosos que os do FMI, BM e BAD. Em 2005 os 27 países "beneficiados" por tal medida pagarão mais pelos serviços das suas dívidas do que em 2003. É um sarcasmo, nestas condições, falar em 'desenvolvimento sustentável'. E é hipócrita que o G-8, que representa mais da metade da riqueza mundial e só 12% da população do planeta, fale em "alívio da pobreza".
Os Estados ricos gastam mais de 1 bilião de dólares em armamento, ao passo que gastam tão somente 79.000 milhões em ajudas às populações mais pobres e carenciadas.Isto significa que por cada 100 dólares entregues à poderosa indústria de armamento, os mais pobres do planeta recebem 7,90 dólares.«A despesa militar mundial está a ultrapassar o nível de despesas atingido durante o período da chamada guerra fria», pode-se ler no relatório sobre as despesas em armamento publicado periodicamente pelo Instituto Internacional de Investigações para a Paz em Estocolmo (SIPRI)Os Estados Unidos é o país com a maior despesa militar do mundo, já que o seu orçamento militar ultrapassa o total das despesas militares dos 35 países mais ricos do mundo.Façamos algumas comparações:Os Estados Unidos gastam 455.300 milhões de dólares em armas, mas só 19.000 para ajudas às populações e países mais pobresO Reino Unidos gasta 47.400 milhões de dólares em armas mas só 7.800 milhões em ajudasA França gasta 46.200 milhões de dólares em armas, mas só 8.500 milhões em ajudas aos países subdesenvolvidos
O Japão gasta 42.400 milhões dólares em armamento, mas só 8.900 milhões de dólares em ajudas
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