O porta-voz do Ministério do Interior da Arábia Saudita, Mansur Turki, questionou a veracidade do suicídio de três prisioneiros no campo de concentração norte-americano de Guantanamo. Turki declarou ter suspeitas de que os três prisioneiros foram torturados. Advertiu que "o reino se esforçará por recuperar os corpos dos dois sauditas, Yassir Zahrani (de 22 anos) e Manea Oteibi (de 19), a fim de os sepultar. Por sua vez, o vice-presidente da Assembleia Nacional saudita, Mofleh Qahtani, assinalou: "o campo de detenção está fora do alcance de monitores neutros e por isso é fácil dizer que os prisioneiros se suicidaram". Um dos advogados dos prisioneiros sauditas, Katib Shammari, também colocou "sérias dúvidas" acerca da versão oficial estadunidense e exigiu uma investigação acerca das causas da morte por um conjunto de peritos de diferentes nacionalidades. "Suas famílias não acreditam que se tenham suicidado e consideram-nos mártires", afirmou o advogado. Dois ex-prisioneiros do Kuwait, que conheceram Zahrani e Otaibi, descartaram a versão do suicídio. "É impossivel", afirmou Abdallah Shimmari, libertado em Novembro último, "até porque os reclusos são vigiados 24 horas por dia mediante câmaras". Por sua vez, Mohammad Dihani, também libertado no ano passado, afirmou que apesar das condições duríssimas impostas em Guantanamo os prisioneiros não pensam no suicídio porque isso contraria os princípios da religião islâmica. A Amnistia Internacional emitiu um comunicado onde afirma: "a notícia de que três detidos em Guantanamo morreram devido a um aparente suicídio recorda mais uma vez que os Estados Unidos devem encerrar essas instalações sem lei".
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