quarta-feira, junho 14, 2006

Ministra culpa professores pelo insucesso escolar

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, responsabilizou ontem os professores pelo insucesso escolar e a falta de qualificação dos alunos e criticou o funcionamento dos estabelecimentos de ensino.
Na abertura de uma série de seminários, promovidos pelo Conselho Nacional de Educação, no Fórum da Maia, Maria de Lurdes Rodrigues disse que o trabalho dos professores «não se encontra aos serviço dos resultados e das aprendizagens».
Maria de Lurdes Rodrigues lamentou também que a escola não esteja a combater as desigualdades sociais. A título de exemplo, refere o Jornal de Notícias, a ministra referiu-se à organização dos horários escolares que, segundo sublinhou, privilegia os alunos melhores, assim como os filhos de funcionários das escolas.
«No conjunto de regras de funcionamento da escola tem de se lhe inscrever a preocupação com os resultados dos alunos, medidos quer nas provas de aferição, quer pela qualidade dos diplomas e das competências adquiridas pelos alunos», realçou.
Os professores não ficaram incólumes no discurso da ministra da Educação, que considerou ser uma classe com uma cultura profissional (que comparou com os médicos) que não têm como objectivo o sucesso educativo dos alunos, escreve o Diário de Notícias na sua edição de hoje.
«[Os docentes] Não são orientados para os casos mais difíceis. Os melhores professores ficam com os melhores alunos e os docentes com pior estatuto na casa levam com as turmas difíceis», afirmou a ministra, garantindo ainda não haver trabalho em equipa nas escolas.
Alguns docentes presentes no evento não gostaram das palavras da ministra e protestaram, exortando a governante a adoptar um discurso que respeite a sua dignidade profissional.
A governante já apontou várias vezes a falta de mobilização da escola para os resultados dos alunos.
No início do mês, em Oliveira de Azeméis, Maria de Lurdes Rodrigues disse que o Ensino Secundário não pode continuar «a preparar alunos apenas para o acesso à universidade».
O cenário traçado segunda-feira pela ministra da Educação veio agravar o descontentamento dos professores, gerado pela apresentação das propostas de alteração ao Estatuto da Carreira de Docente, no fim-de-semana passado.
Para os sindicatos do sector, as declarações de Maria de Lurdes Rodrigues são «lamentáveis» e «perigosas».
Paulo Sucena, da Federação Nacional de Professores (Fenprof), assegurou ao DN que as acusações da ministra - dizendo que as escolas e os docentes não estão orientados para os resultados - «não correspondem à verdade» pois, se assim fosse, «não haveria professores a leccionar no interior ou nas áreas urbanas mais marcadas pela indisciplina dos alunos».
Já João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), disse ao DN que «as generalizações são sempre perigosas e dão mau resultado».
Apesar de admitir que possa haver falhas em certos serviços, o responsável lembra todas as escolas que se preocupam com os resultados e até vão mudando a sua actuação em função deles.

(Dos jornais)





Aprecio com ironia o vinagre que a Srª. Ministra destila quando fala dos professores que tutela. Só lhe falta dizer como o colega Costa "...Estes não são os meus professores..."Adorei a comparação que fez do meu empenho com alunos problemáticos com o empenho dos médicos nos doentes mais complicados. Genial! Nem Sócrates faria melhor...Que outra atitude se espera de um médico? Não se empenha? Empurra para o colega? E se o paciente morre?Quem o avalia? Os familiares do falecido? O Ministério da Saúde? A Ordem dos Médicos? Enfim Srª. Ministra a conclusão é óbvia:Enterrem o cadáver, arquivem o processo...Ao longo da minha carreira formei muitos doutores. Os que enveredaram por outros caminhos fizeram-no por opção pessoal, circunstâncias da vida e tive até um aluno que me mandou dar uma volta ao recreio e partiu para a nobre missão de produzir o pão que diáriamente consumo... O ingrato!O único fracasso que carrego no meu longo curriculum não faleceu nem ficou com graves sequelas para o resto da vida. Está bem de vida e o saber não apreendido não lhe causa nenhum problema nas funções que exerce actualmente. É seu colega de governo como Secretário de Estado num Ministério qualquer!!! Se o encontrar diga a esse safado que a Terra é redonda e gira, gira, gira...


Dividir para reinar é o que cavalheira que se diz ministra (falhada) anda a fazer.
- Como não tem (nem o seu governo) capacidade para mudar o sistema de educação, tomando as medidas correctas e procurando os verdadeiros culpados do caos a que chegou o ensino em Portugal, atira-se para cima dos menos culpados.- É tal e qual como os cobardes: atira as pedras e foge para longe fazendo de conta que não tem nada a ver com o caso.- O ensino e não só chegou ao que chegou com os aprendizes de politicos que nos sairam na rifa nos últimos 30 anos: Estes sim são os verdadeiros culpados!!!!


a falência do ensino só pode dever-se à sabotagem dos professores

Claro!!
...e, os pais que mandam os filhos para as escolas e não querem saber do que eles andam lá a fazer não têm rigorosamente nada a ver com o insucesso... quando eu era miúdo, ai de mim que chegasse a casa com notas negativas!!!

a desacreditação do ensino português não se faz chumbando os maus alunos, mas sim passando todos os alunos

E uma atitude pouco inteligente esta de culpar apenas os professores. Afinal as culpas repartem-se entre professores, alunos e o ministerio da Educacao. A ministra vai precisar dos professores para vencer a batalha do insucesso escolar. Culpa-los de todos os males nao e a melhor estrategia.

Quando o dono de um restaurante manda comprar produtos de 3ª e 4ª qualidade para confeccionar as refeições, impõe uma ementa que não lembraria ao diabo, manda cortar no gás, na electricidade, na água e nos produtos de limpeza, evidentemente que o produto final não pode ser o melhor. Claro que para muitos dos que aqui escrevem, a culpa é só do cozinheiro, esse burro incompetente e chulo que segue as ordens do patrão para não ser despedido. Ele até era razoavelmente bem pago pelo patrão. mas deveria ser substituído por outro mais competente, que conseguisse atingir a excelência na confecção dos pratos, sendo que as condicionantes impostas pelo patrão não passam de pormenores sem a menor expressão e importância para a qualidade do produto final....Há imensa gente que se esquece que os professores se limitam a aplicar as políticas educativas impostas pelo ME, quer concordem com elas, quer não. E, para ajudar, passam a vida a saltar de reforma educativa em reforma educativa. Quando uma reforma educativa acaba de ser interiorizada e limada, eis que temos novo governo e nova reforma educativa. E isto sem falar nos meios ridículos que a esmagadora maioria das escolas fornece aos seus professores.

Os alunos não precisam de estudar. Os professores é que têm de os passar.
É a mensagem básica da ministra. .Mas a ministra não pode lançar a pedra e esconder a mão. Quias são as escolas onde se verificam o que a ministra disse: "A título de exemplo, refere o Jornal de Notícias, a ministra referiu-se à organização dos horários escolares que, segundo sublinhou, privilegia os alunos melhores, assim como os filhos de funcionários das escolas.".Em que escolas é que se passou isso? E o que fez o ministério na altura com a sua omnipresente e omnipropotente inspecção? Não fez nada, elaborou um relatório para a ministra usar na ocasião que achasse conveniente, como agora?vamos lá, senhora ministra, concretize as acusações que faz? E diga o que fez o ministério para as resolver?...Quer um caso concreto, sr.a ministra? Fui tutor de dois alunos do tecnológico um curso de montagem de computadores..Um dos alunos tem pai, mas este nunca está em casa. Para lá da mãe, em casa está um irmão um pouco mais velho, cuja ajuda que lhe dá é levá-lo com ele todas as noites para o café jogar bilhar até às tantas.O outro exemplo, tem pai, está em casa. Então o seu pai não se interessa, não lhe pergunta como vai a escola?Responde, pergunta, quando faz isso, digo-lhe que não estou na escola, que não quero falar disso, viro-lhe as costas e vou para o meu quarto e fecho as porta!!!!!!!Não são casos isolados não, são a regra das muitas, mas muitas familias desestruturadas em resultado das práticas dos sucesssivos governos do PS e do PSD.Vamos lá, sr.ª ministra, vamos lá estudar caso a caso cada um dos casos de insucesso e abandono a ver se não encontramos em regra filhos de famílias em situações dramáticas, vamos lá, a ver quantos não encontramos que nem sequer um euro têm para levar para a escola por dia..Vamos lá fazer um trabalho sério e honesto! E depois tire-se as conclusões. O que, evidentemente a senhora não quer nem tem autorização para fazer.


PALAVRAS DA MINISTRA


«O problema é este: em dez anos, o número de alunos decresceu dois por cento e o número de professores aumentou 1,2 por cento. Depois olhamos para os recursos financeiros - em educação parece haver uma espécie de vergonha em falar dos meios financeiros, mas o país paga isto - e vemos que o orçamento do Ministério da Educação duplicou.»


"Numa má educação, quem tem culpa é o educador..." Certíssimo.O problema está em saber quem é o educador. São só os professores? Quem nos dera. Mas o professor luta contra a incapacidade dos pais, a cegueira de quem manda pôr trinta alunos na mesma turma e lhe retira as competências disciplinares para controlar a situação; de quem elabora programas científicamente muito correctos - quem sabe - mas inexequíveis; dos autores dos planos orçamentais que retiram dos corredores os auxiliares (a quem ninguém até hoje pensou dar formação para o papel especializado que devia ser o seu)... Posso parar por aqui? Toda a gente pode interferir na educação dos jovens portugueses. Quem os educa realmente?

Imaginemos que durante estes 10 anos, os preços tinham aumentado 80%. Nesse caso a duplicação do orçamento corresponderia a um aumento "real" de cerca de 10%.Já se or preços aumentaram 50%, a duplicação do orçamento corresponde a um aumento "real" de 33%.Sem se conhecer o deflactor, não faz sentido comparar preços. Seria idiota comparar os preços de hoje com os do século passado... O deflactor permite a comparação.

«O problema é este: em dez anos, o número de alunos decresceu dois por cento e o número de professores aumentou 1,2 por cento. Depois olhamos para os recursos financeiros - em educação parece haver uma espécie de vergonha em falar dos meios financeiros, mas o país paga isto - e vemos que o orçamento do Ministério da Educação duplicou.» Está a ser desonesta. Desonesta porque ignora o deflactor, e apenas considerando-o esta frase teria algum significado. Considerando a inflacção, o orçamento da educação não "duplicou". Terá aumentado, sim. E realmente temos de nos questionar acerca desta diminuição de eficiência. Mas a honestidade de usar números verdadeiros deveria ser um ponto de partida para esta discussão.Isto foi uma pequena desilusão depois da ideia peregrina e patética de pôr os pais a avaliarem os professores, para beneficiarem aqueles que dificultam menos a vida aos alunos.»

1 - 12% ao fim de dez anos? É muito acima da inflação? E do aumento do custo da habitação? Quanto aumentou o preço de uma consulta médica?2 - Os alunos são menos e os professores são mais? Este ano lectivo contei o número de disciplinas que uma pobre turma do 9º ano tinha. Era quase o dobro das que eu próprio tive no ano correspondente e já eram muitas. Quem inventou essas áreas todas por onde o diabo perderia as botas e o aluno perde mesmo a vontade de estudar? As escolas têm de ter cada vez mais professores, que remédio, quando os ministros não têm juízo, a escola é que paga, a escola é que paga –


A Tabela

Tomar a parte pelo todo é um erro em que todos podemos incorrer. Depois de ter escrito isto, recebi a tabela remuneratória dos professores do secundário em 2005. Primeira constatação: o exemplo da Maria não serve, porque a Maria, detentora de licenciatura desde 1972, com profissionalização e 34 anos de antiguidade, está no topo da carreira. Tudo visto, serve apenas para provar que tem um salário superior ao da Catarina (doutoramento, 22 anos de antiguidade), professora de um liceu privado de Cleveland. Realmente não é isso que interessa. Conheço professores bem pagos, conheço professores que optam pelo vencimento de origem porque nas direcções-gerais, mesmo como chefes de divisão (quadro de dirigentes), ficariam aquém do vencimento de docente do ensino secundário, vi listas de aposentações em número suficiente para saber que muitos se reformam com pensões acima de 2 500€, em suma, os exemplos que possa dar pecam por alinhar por cima. Agora vi a tabela toda. E a tabela de 2005 diz-me que os professores do regime probatório, sem licenciatura e sem profissionalização, auferem 747,74€ ilíquidos. Parece-me inadmissível. A menos que tenham uma carga horária de 15 horas por semana (como part-time nada a objectar). Mas uma dúvida me ocorre: há assim tanta falta de docentes para ser necessário recrutar, como professores, pessoas sem habilitação própria e sem profissionalização? Adiante. Os licenciados não profissionalizados entram a ganhar 1 058,60€. E só a partir do 8.º escalão — quantos anos para lá chegar?, saber isso faz toda a diferença... — se pode falar de vencimento interessante: nesse escalão, um professor aufere 2 058,39€ ilíquidos (se for casado e tiver dois filhos, depois dos descontos leva para casa 1 533,50€ líquidos). O 10.º escalão corresponde a 2 856,54€ ilíquidos, ou seja, a 39 991,56€ por ano. Assim é mais fácil perceber do que falamos.


Ódio aos professores

Não é só o artigo de Beatriz Pacheco Pereira que se refere hoje, no Público, às intervenções disparatadas da ministra da Educação. Mais à frente, em texto intitulado «‘Olhar de medusa’», o docente universitário Santana Castilho, autor de alguns dos artigos mais informados sobre ensino que têm vindo a lume na imprensa portuguesa, não é parco em críticas certeiras. Atente­‑se no juízo a abrir o discurso: «A incompetência técnica, a insensibilidade política e a falta de senso comum são atributos que se colaram definitivamente à ministra da Educação, deixando­‑a sem espaço para prosseguir no cargo». E esclarece: «Comecemos pela proposta da revisão do estatuto. […] O essencial radica no espírito do documento, verdadeiro pacto entre as piores emanações das chamadas Ciências da Educação e as hediondas fixações populistas e economicistas de um PS que travestiu o socialismo numa versão selvagem. Se vier a ser aprovado, este estatuto será a magna carta de uma corrente doutrinária que, no Estado, se apossou da educação dos nossos filhos e a linguagem satírica apelidou de ‘eduquês’».Quanto à avaliação dos professores, Santana Castilho esclarece: «Há anos que defendo a necessidade de avaliar de forma credível o desempenho dos professores. E, como eu, a maioria dos docentes. Mas o desenvolvimento de um instrumento dessa natureza carece de rigor teórico e de prudência prática. É disparatado e inaceitável que professores experientes, que durante anos exerceram tarefas de coordenação departamental e foram referenciais de orientação pedagógica para os pares, passem, por via normativa, para uma situação subalterna relativamente aos que até então dirigiram. A cadeia de consequências que daí deriva é facilmente antecipável.»A conclusão do artigo lembra uma evidência nunca demais salientada: «Como se pode aceitar que a ministra acuse os professores de serem os responsáveis pelo insucesso escolar em Portugal? Como se pode compreender que essa senhora diga das escolas que não se encontram ao serviço das aprendizagens? Tanto ódio à classe docente, semelhante obstinação em denegrir professores, só pode gerar da parte destes sentimento idêntico».

PROFISSÃO MAL PAGA?

Do artigo de Beatriz Pacheco Pereira hoje no Público, “Em que país estava a ministra da Educação?”, sendo fácil concordar com muito do que lá se diz, mas não com o ataque à ministra da Educação — Maria de Lurdes Rodrigues transmite uma imagem de competência e consequência muitíssimo acima da média dos seus colegas; e, manifestamente, não é responsável pelo estado das coisas elencadas no texto —, retenho a seguinte frase: «[...] ser professor era (é) das tarefas mais exigentes, mal pagas, de carreira mais difícil e incerta.» Exigente e extenuante admito que sim. Mas mal paga... Deixando de lado os docentes universitários, que não são para aqui chamados, dou dois exemplos de professoras do ensino secundário. 1. Maria acabou a licenciatura e começou a dar aulas no liceu de um concelho limítrofe de Lisboa, no ano lectivo 1972-73. Andou nas bolandas do costume, embora Santarém tenha sido o mais longe que esteve colocada. Há vinte anos estabilizou no centro da cidade. Amigos desde sempre, não teve pejo em mostrar a declaração de IRS 2005, pela qual verifico que, no ano passado, auferiu 49 176,40€ (quarenta e nove mil cento e setenta e seis euros e quarenta cêntimos). É só dividir por catorze. Sim, a gente sabe, os impostos e outros descontos comem uma maquia significativa. 2. Catarina, depois de um divórcio complicado, emigrou para o Canadá em 1976. Tinha então 24 anos. Trabalhou numa biblioteca de Toronto enquanto fez um doutoramento. Em 1984 conseguiu colocação num liceu privado de Cleveland, do outro lado da fronteira. Ainda lá está. Trabalha 40 horas por semana, 44 semanas por ano. Como conseguiu? Respondeu a um anúncio, foi a duas entrevistas de selecção, contrataram-na à experiência por três períodos lectivos, foi classificada — a associação de pais foi ouvida —, considerada «apta», e a partir dessa altura cumpre contratos de cinco anos. O ano passado recebeu 45 000,00USD$ (quarenta e cinco mil dólares), ou seja, ao câmbio actual, 35 024,90€ (trinta e cinco mil e vinte e quatro euros e noventa cêntimos). A partir daqui é só comparar salários. Isto para “responder” ao item da profissão mal paga. Aliás, quem conheça a realidade da função pública, sabe que todos os professores destacados em institutos e direcções-gerais de outros ministérios (cultura, economia, ambiente, etc.), e são milhares, repito, milhares, optam por auferir o vencimento do lugar de origem — i.e., o da escola —, porque se o não fizessem perdiam dinheiro. Métodos de recrutamento abstrusos, programas tontos, instalações degradadas, miragem informática, apoio logístico inadequado e insuficiente, falta de estímulo, violência, etc., tudo isso será verdade e desmotivador. Mas em matéria de salários convinha ter algum recato. Basta consultar as listas de aposentações que o Diário da República publica no fim de cada mês para perceber o nonsense. Adenda às 22:40h. Depois de ler este post, mão amiga fez-me chegar a tabela remuneratória dos professores do secundário em 2005. Tendo verificado discrepância entre o montante (ilíquido) auferido o ano passado pela Maria, e os valores da tabela a multiplicar por catorze, quis saber porquê. E o porquê é que o montante declarado inclui cerca de 9 200,00€ de remunerações não relacionadas com actividade docente. Lamento o equívoco.

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