domingo, abril 11, 2010

Quando a economia capitalista entra em crise não é porque uma força externa a golpeia. É porque algo não anda bem internamente. Mas qual poderia ser esse mal-estar endógeno?

A pergunta não é trivial: o diagnóstico é fundamental para determinar as medidas para sair da emergência.

Hoje predomina a interpretação de que estamos numa crise causada pela desregulação do sector financeiro, bancário e não bancário. Este enfraquecimento de regras teria gerado incentivos perversos à especulação e à aceitação de riscos desmedidos.

Evidentemente, quando rebentou a bolha especulativa, os sectores não financeiros também se viram afectados pelo colapso na procura agregada. Por isso foram aplicados estímulos fiscais para a reactivar. Mas a narrativa oficial é que os sectores não financeiros da economia (agricultura, indústria e serviços) iam bem até que apanharam os estertores de uma crise que nasceu no sector financeiro.

Isso é erróneo. Os problemas da economia real estão na raiz desta crise e, enquanto não forem encarados, a economia mundial continuará a sofrer tropeções e um dia chegará uma verdadeira hecatombe.

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