sexta-feira, outubro 29, 2010

Centrais sindicais: confrontarem-se ou acompanharem?

Um dos elementos característicos do movimento actual, inédito, contra a reforma das aposentadorias é a unidade sindical que perdura até hoje. Esta unidade das direcções sindicais é percebida por uma larga faixa dos assalariados, da população, como um trunfo, um ponto de apoio para o movimento. O calendário das greves e manifestações não é considerado como "manifestações rituais" sem perspectivas, como foi o caso nos últimos anos, mas ao contrário e até agora como manifestações permitindo mobilizar, fazer a plena mobilização dos diferentes sectores. O movimento intersindical surge portanto para a maior parte da população como uma oposição ao governo e a Sarkozy.

A manutenção desta unidade explica-se sobretudo pelo facto de que o governo permanece inflexível acerca do cerne da sua reforma (o adiamento para 62 anos da idade legal de aposentadoria e para 67 para uma aposentadoria sem desconto) e não dá, assim, nada a negociar às direcções sindicais mais abertas ao diálogo social. Mas ela se explica também pela profundidade das mobilizações, do descontentamento, pondo em dificuldade que se afastar do movimento nos próximos meses. Ela permite também a certas direcções, em particular na CFDT , recuperarem o seu crédito depois de terem dado aval à reforma das aposentadorias em 2003.

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