sexta-feira, fevereiro 13, 2015

A regra das regras


Em Bruxelas, à entrada para aquela que seria a Cimeira Europeia mais importante de sempre caso houvesse vontade para negociar, Angela Merkel pôs as garras de fora entre sorrisos e deu o mote: “regras são regras”, que é como quem diz “a democracia não manda nada, quem manda aqui sou eu e eu não quero negociar”. Quase em simultâneo, em Lisboa, no Parlamento português, o Ministro Pedro Mota Soares pegou na deixa da madrinha e enunciou algumas regras. Regra número 1, o aumento dramático da pobreza em Portugal que vem espelhado nos dados mais recentes do INE o que afinal revela, palavra de Ministro, é que o Estado social está mais forte. Regra número dois, o Estado social ficará ainda mais forte cortando ainda mais 100 milhões às prestações sociais que atenuam a pobreza a mais de 38% dos portugueses e distribuindo 60 milhões pelos novos barões da pobreza cuja missão é dar sopa a pobrezinhos que só por ignorância passam fome, a sua sopinha está sempre ali à mão de pedinchar, e dizer umas quantas sobre bifes que não são para bocas indignas até mesmo de merecerem ser lavadas com água corrente. E a regra das regras deles é quanto mais pobres, tanto melhor. Ainda bem que as regras obedecem todas a uma regra universal que não depende deles: podem ser mudadas a qualquer momento, assim haja vontade. Os gregos quiseram-no e estão a fazê-lo, por si e por nós. Os germanófilos que engulam as suas regras. Necessitamos de poder viver como gente outra vez.

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