Este artista anda de bicicleta pelas ruas de New York a oferecer high fives às pessoas que se encontram de braço estendido a pedir um táxi.
Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
quarta-feira, setembro 30, 2009
Como apanhar uma cobra pitão
Homem que é homem apanha uma pitão dando a sua própria perna a ser comida.
A propósito das escutas de Belém
A propósito das escutas do menino jesus, desculpem de Belém, se cavaco tivesse um magalhães, nada disto teria acontecido...
terça-feira, setembro 29, 2009
O NEGRO E O VERMELHO
PARA UM SOCIALISMO LIBERAL E REALISTA
Carta a Karl Marx
Caro senhor Marx: consinto, de boa vontade, em vir a ser um dos términus da sua correspondência, cujo objectivo e organização me parecem ser muito úteis...
Tomarei, entretanto, a liberdade de pôr algumas reservas, que me são sugeridos por diversas passagens da sua carta.
Em primeiro lugar, ainda que as minhas ideias, no que respeita a organização e a realização, sejam, neste momento, completamente determinadas, pelo menos em relação aos princípios, creio que é meu dever, que se tornou dever de todo o socialista, conservar por algum tempo ainda a forma antiga ou dubitativa, numa palavra, professo, como o público, de um anti-dogmatismo económico quase absoluto.
Procuremos em conjunto, se quiser, as leis da sociedade, o modo como essas leis se realizem, o desenvolvimento segundo o qual conseguiremos descobri-las; mas, por Deus! depois de termos demolido todos os dogniatismos a priori, não pensemos nós em doutrinar o povo; não caiamos na contradição do seu compatriota Martin Luther, que, depois de ter arrasado a teologia católica, começou imediatamente, à força de excomunhões e anátemas, a criar uma teologia protestante... Uma vez que estamos à cabeça do movimento, não nos tornemos chefes de uma nova intolerância, não nos apresentemos como apóstolos de uma nova religião, mesmo que seja a religião da lógica, a religião da razão. Acolhamos, encorajemos todos os protestos; desanimemos todas as exclusões, todos os misticismos; não consideremos nunca uma questão como esgotada, e, quando tivermos usado até ao nosso último argumento, recomecemos, se for preciso, com eloquência e ironia.
Com esta condição, entrarei, com prazer, na sua associação; caso contrário, não!
Tenho também uma observação a fazer-lhe sobre aquela frase da sua carta: «no momento de acção». Talvez que você ainda conserve a opinião de que actualmente nenhuma reforma é possível sem um golpe repentino, sem aquilo que outrora se chamava uma revolução, e que não é, muito ingenuamente, senão uma sacudidela...
Apresento, a mim próprio, assim o problema: fazer regressar à sociedade, por uma combinação económica, as riquezas que sairam da sociedade por uma outra combinação económica. Noutros termos: transformar em economia política a teoria da propriedade, contra a propriedade, de maneira a criar aquilo a que os socialistas alemães chamam comunidade, e a que eu me cingírei, de momento, a chamar liberdade, igualdade...
Eis, meu caro filósofo, a minha posição, no momento actual; sujeito-me a estar em erro, e, se merecer palmatoadas da sua mão, a isso me submeterei de boa vontade, esperando a minha desforra...
Em suma, seria, em minha opinião, de má politica para nós, falar em exterminadores; os meios rigorosos aparecerão em número suficiente: para isso o povo não tem necessidade de nenhuma exortação!... (Carta a K. Marx, 17 de Maio de 1846.)
Carta a Karl Marx
Caro senhor Marx: consinto, de boa vontade, em vir a ser um dos términus da sua correspondência, cujo objectivo e organização me parecem ser muito úteis...
Tomarei, entretanto, a liberdade de pôr algumas reservas, que me são sugeridos por diversas passagens da sua carta.
Em primeiro lugar, ainda que as minhas ideias, no que respeita a organização e a realização, sejam, neste momento, completamente determinadas, pelo menos em relação aos princípios, creio que é meu dever, que se tornou dever de todo o socialista, conservar por algum tempo ainda a forma antiga ou dubitativa, numa palavra, professo, como o público, de um anti-dogmatismo económico quase absoluto.
Procuremos em conjunto, se quiser, as leis da sociedade, o modo como essas leis se realizem, o desenvolvimento segundo o qual conseguiremos descobri-las; mas, por Deus! depois de termos demolido todos os dogniatismos a priori, não pensemos nós em doutrinar o povo; não caiamos na contradição do seu compatriota Martin Luther, que, depois de ter arrasado a teologia católica, começou imediatamente, à força de excomunhões e anátemas, a criar uma teologia protestante... Uma vez que estamos à cabeça do movimento, não nos tornemos chefes de uma nova intolerância, não nos apresentemos como apóstolos de uma nova religião, mesmo que seja a religião da lógica, a religião da razão. Acolhamos, encorajemos todos os protestos; desanimemos todas as exclusões, todos os misticismos; não consideremos nunca uma questão como esgotada, e, quando tivermos usado até ao nosso último argumento, recomecemos, se for preciso, com eloquência e ironia.
Com esta condição, entrarei, com prazer, na sua associação; caso contrário, não!
Tenho também uma observação a fazer-lhe sobre aquela frase da sua carta: «no momento de acção». Talvez que você ainda conserve a opinião de que actualmente nenhuma reforma é possível sem um golpe repentino, sem aquilo que outrora se chamava uma revolução, e que não é, muito ingenuamente, senão uma sacudidela...
Apresento, a mim próprio, assim o problema: fazer regressar à sociedade, por uma combinação económica, as riquezas que sairam da sociedade por uma outra combinação económica. Noutros termos: transformar em economia política a teoria da propriedade, contra a propriedade, de maneira a criar aquilo a que os socialistas alemães chamam comunidade, e a que eu me cingírei, de momento, a chamar liberdade, igualdade...
Eis, meu caro filósofo, a minha posição, no momento actual; sujeito-me a estar em erro, e, se merecer palmatoadas da sua mão, a isso me submeterei de boa vontade, esperando a minha desforra...
Em suma, seria, em minha opinião, de má politica para nós, falar em exterminadores; os meios rigorosos aparecerão em número suficiente: para isso o povo não tem necessidade de nenhuma exortação!... (Carta a K. Marx, 17 de Maio de 1846.)
“A Era da Estupidez?” é um remake de “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore e aborda de novo as designadas “alterações climáticas”, desta feita fazendo profecias quanto à situação do Mundo em 2055. Ora, profecias, cada um faz as que quer, mas é bom que se diga que isto nada tem a ver com ciência.
Comentário:É preciso deixar bem claro que o clima, por um lado, e o ambiente e a poluição, por outro lado, são realidades completamente distintas, acentuando que se o Homem tem influência no ambiente e na poluição, não tem a mínima possibilidade de influenciar o clima, pelo que, quaisquer alterações climáticas não são, nem serão, da responsabilidade do ser humano.
Comentário:É preciso deixar bem claro que o clima, por um lado, e o ambiente e a poluição, por outro lado, são realidades completamente distintas, acentuando que se o Homem tem influência no ambiente e na poluição, não tem a mínima possibilidade de influenciar o clima, pelo que, quaisquer alterações climáticas não são, nem serão, da responsabilidade do ser humano.
segunda-feira, setembro 28, 2009
O NEGRO E O VERMELHO
A CAMINHO DE UMA PROPRIEDADE SOCIALIZADA
Não devo dissimular que, além da propriedade ou da comunidade, ninguém concebeu uma sociedade possível: este erro, inteiramente deplorável, tornou a vida fácil à propriedade.
Coisa singular! A comunidade sistemática, negação reflectida da propriedade, é concebida sob a influência directa do preconceito da propriedade; e é a propriedade que se encontra na base de todas as teorias dos comunistas.
Os membros duma comunidade, isto é verdade, não têm nenhum bem próprio; mas a comunidade é proprietária, e proprietária não só dos bens, mas também das pessoas e das vontades.
Tudo o que se imaginasse para conciliá-la com as exigências da razão individual e da vontade, só conduziria a mudar a coisa conservando o nome; ora, se procuramos a verdade de boa fé, devemos evitar as disputas de palavras...
A comunidade, primeiro modo, primeira determinação da sociabilidade, é o primeiro marco do desenvolvimento social, a tese; a propriedade, expressão contraditória da comunidade, constitui o segundo marco, a antítese. Falta descobrir o terceiro marco, a síntese, e teremos a solução procurada.
A esta terceira forma de sociedade, síntese da comunidade e da propriedade, dar-lhe-emos o nome de liberdade. (Qu’est-ce que la Prop.?, cap. V.)
Não devo dissimular que, além da propriedade ou da comunidade, ninguém concebeu uma sociedade possível: este erro, inteiramente deplorável, tornou a vida fácil à propriedade.
Coisa singular! A comunidade sistemática, negação reflectida da propriedade, é concebida sob a influência directa do preconceito da propriedade; e é a propriedade que se encontra na base de todas as teorias dos comunistas.
Os membros duma comunidade, isto é verdade, não têm nenhum bem próprio; mas a comunidade é proprietária, e proprietária não só dos bens, mas também das pessoas e das vontades.
Tudo o que se imaginasse para conciliá-la com as exigências da razão individual e da vontade, só conduziria a mudar a coisa conservando o nome; ora, se procuramos a verdade de boa fé, devemos evitar as disputas de palavras...
A comunidade, primeiro modo, primeira determinação da sociabilidade, é o primeiro marco do desenvolvimento social, a tese; a propriedade, expressão contraditória da comunidade, constitui o segundo marco, a antítese. Falta descobrir o terceiro marco, a síntese, e teremos a solução procurada.
A esta terceira forma de sociedade, síntese da comunidade e da propriedade, dar-lhe-emos o nome de liberdade. (Qu’est-ce que la Prop.?, cap. V.)
Como triplicar o lucro de um mendigo
O Sr. Félix ganhava uma média de 20€ diários a pedir esmolas nas ruas de Lisboa, mas com um pouco de merchandising conseguiu ganhar o triplo. Vejam como!
O Watergate português
«A História repete-se, primeiro como tragédia, depois como farsa». Aqui está mais uma frase de Marx que demonstra o modo como, em certos aspectos, o seu pensamento está desactualizado ou incompleto. Marx não soube perceber (mas quem o censura?) que, quando se repete em Portugal, a História volta na forma de um espectáculo que está vários furos acima da farsa - quer em termos de ridículo, quer quanto à riqueza do enredo. O recente caso do Watergate português merece, por isso, ser analisado mais do ponto de vista humorístico que do ponto de vista político. Felizmente, há muito para dizer.
domingo, setembro 27, 2009
Às 20 horas e 8 minutos
A primeira grande conclusão é que não existe mais maioria absoluta com tudo de bom o que isso pode significar.
A segunda grande conclusão a retirar é que o sócrates voltou a ganhar as eleições. Não foi o ps. Foi o sócrates com tudo de mau que isso significa.
A terceira grande conclusão a retirar destas eleições legislativas é que ao contrário do que os comentadores/bloguistas/movimentos independentes diziam os problemas do serviço público de educação/ensino não foram resolvidos pelo simples acto das eleições mas só o será pela vontade e determinação dos professores, coisa que os próprios não tiveram coragem de resolver como aqui já tinha sido explicado.
A segunda grande conclusão a retirar é que o sócrates voltou a ganhar as eleições. Não foi o ps. Foi o sócrates com tudo de mau que isso significa.
A terceira grande conclusão a retirar destas eleições legislativas é que ao contrário do que os comentadores/bloguistas/movimentos independentes diziam os problemas do serviço público de educação/ensino não foram resolvidos pelo simples acto das eleições mas só o será pela vontade e determinação dos professores, coisa que os próprios não tiveram coragem de resolver como aqui já tinha sido explicado.
Repórter entra dentro de jaula com leões
Este repórter do jornal britânico Telegraph decide fazer uma visita a uma jaula com leões e acaba por fazer um novo amigo. Conseguem tirar daqui alguma lição?
Homem canhão aterra no sítio errado
No circo colombiano/mexicano Hermanos Gasca, um homem canhão foi lançado a 20 metros de altura e acabou por aterrar fora da rede, tendo sido de imediato transportado para o hospital. O homem em questão era Israel Gasca, sobrinho do dono do circo.
Uma operação fracassada
Não é que essa gente do aparelho e do governo PS não seja capaz de mandar fazer escutas a qualquer um. Conhecemos bem como agem. Mas, no caso das pretensas escutas do governo de Sócrates ao Presidente da República, as coisas parecem configurar uma inábil manobra desencadeada a partir de Belém para dar uma ajudinha a um PSD em dificuldades.
1,1 milhões de precários e 700.000 desempregados em Portugal !!! « - Porreiro, pá!»
sábado, setembro 26, 2009
O NEGRO E O VERMELHO
O plano autoritário
Na fase a que chegámos, o comunismo aparece para pôr em situação critica a propriedade. O comunismo reproduz, pois, mas através duma posição inversa, todas as contradições de economia política. O seu segredo consiste em substituir o indivíduo pelo homem colectivo, em cada uma das funções sociais, produção, troca, consumo, educação, família. A utopia comunista, saída do fundamento económico do Estado, é a contraprova da rotina egoísta e proprietária...
Numa comunidade bem organizada, deverá conhecer-se com exactidão, e para toda a espécie d produtos, as necessidades de consumo e os limite da produção... Cada associação industrial deve então fornecer um contingente proporcional ao seu pessoal e aos seus meios, descontando os sinistros e as avarias; reciprocamente, cada manufactura e cada corpo do Estado receberá, dos outros centros de produção fornecimentos de todo o gênero, calculados proporcionalmente às suas necessidades. Tal é a condição sine qua non do trabalho e do equilíbrio...
Deste modo, teremos de estabelecer, pelo menos para as fábricas, associações, cidades e províncias, uma contabilidade. Por que não se há-de aplicar esta contabilidade, pura expressão da justiça, aos indivíduos, tal como às massas? Por que não há-de descer a repartição, começada nas grandes corporacões do Estado, até às pessoas?...
A comunidade, dizeis vós, cai sobre as coisas, não sobre as pessoas. A comunidade estabelece-se entre estas, pelo uso dos mesmos objectos.
C. A ditadura
Será preciso seguir as normas, e, para conservar a vida comum, abolir a vida privada?... mas, lembro-vos que então a comunidade passa das coisas às pessoas...
Deveria acaso ser abolida a liberdade individual, em nome da liberdade geral, a qual se compõe da soma das liberdades individuais? Qual seria o motivo desta abolição?
Como assegurar a eficácia do trabalho e a equidade do rendimento, sem responsabilidade, e, consequentemente, sem liberdade individual?
A divisão do trabalho é anti-comunista, naquilo em que ela adapta a um grau, tão fraco quanto se queira, as funções a grupos e os grupos a indivíduos.
Seja o que for que ela faça, a comunidade está condenada a morrer; só tem que escolher entre abdicar, nas mãos da justiça, ou criar, a coberto da fraternidade, o despotismo do número, em lugar do despotismo da força...
De todos os seus preconceitos, aquele que os comunistas mais acarinham é a ditadura. Ditadura da indústria, ditadura do comércio, ditadura do pensamento, ditadura na vida social e na vida privada, ditadura por toda a parte: tal é o dogma...
A revolução social, M. Cabet não a concebe como efeito possível do desenvolvimento das instituições e do concurso das inteligências. É-lhe preciso um homem. Depois de ter suprimido todas as vontades individuais, ele concentra-as numa individualidade suprema, que exprime o pensamento colectivo, e que, como o motor imóvel de Aristóteles, dá livre curso a todas as actividades subalternas. Deste modo, pelo simples desenvolvimento da ideia, é-se invencivelmente levado a concluir que o ideal da comunidade é o absolutismo. Assim, o que é a comunidade? É a ideia económica do Estado, levada até à absorção da personalidade e da iniciativa individual... (Contr. Écon., cap. XII, 1846.)
Na fase a que chegámos, o comunismo aparece para pôr em situação critica a propriedade. O comunismo reproduz, pois, mas através duma posição inversa, todas as contradições de economia política. O seu segredo consiste em substituir o indivíduo pelo homem colectivo, em cada uma das funções sociais, produção, troca, consumo, educação, família. A utopia comunista, saída do fundamento económico do Estado, é a contraprova da rotina egoísta e proprietária...
Numa comunidade bem organizada, deverá conhecer-se com exactidão, e para toda a espécie d produtos, as necessidades de consumo e os limite da produção... Cada associação industrial deve então fornecer um contingente proporcional ao seu pessoal e aos seus meios, descontando os sinistros e as avarias; reciprocamente, cada manufactura e cada corpo do Estado receberá, dos outros centros de produção fornecimentos de todo o gênero, calculados proporcionalmente às suas necessidades. Tal é a condição sine qua non do trabalho e do equilíbrio...
Deste modo, teremos de estabelecer, pelo menos para as fábricas, associações, cidades e províncias, uma contabilidade. Por que não se há-de aplicar esta contabilidade, pura expressão da justiça, aos indivíduos, tal como às massas? Por que não há-de descer a repartição, começada nas grandes corporacões do Estado, até às pessoas?...
A comunidade, dizeis vós, cai sobre as coisas, não sobre as pessoas. A comunidade estabelece-se entre estas, pelo uso dos mesmos objectos.
C. A ditadura
Será preciso seguir as normas, e, para conservar a vida comum, abolir a vida privada?... mas, lembro-vos que então a comunidade passa das coisas às pessoas...
Deveria acaso ser abolida a liberdade individual, em nome da liberdade geral, a qual se compõe da soma das liberdades individuais? Qual seria o motivo desta abolição?
Como assegurar a eficácia do trabalho e a equidade do rendimento, sem responsabilidade, e, consequentemente, sem liberdade individual?
A divisão do trabalho é anti-comunista, naquilo em que ela adapta a um grau, tão fraco quanto se queira, as funções a grupos e os grupos a indivíduos.
Seja o que for que ela faça, a comunidade está condenada a morrer; só tem que escolher entre abdicar, nas mãos da justiça, ou criar, a coberto da fraternidade, o despotismo do número, em lugar do despotismo da força...
De todos os seus preconceitos, aquele que os comunistas mais acarinham é a ditadura. Ditadura da indústria, ditadura do comércio, ditadura do pensamento, ditadura na vida social e na vida privada, ditadura por toda a parte: tal é o dogma...
A revolução social, M. Cabet não a concebe como efeito possível do desenvolvimento das instituições e do concurso das inteligências. É-lhe preciso um homem. Depois de ter suprimido todas as vontades individuais, ele concentra-as numa individualidade suprema, que exprime o pensamento colectivo, e que, como o motor imóvel de Aristóteles, dá livre curso a todas as actividades subalternas. Deste modo, pelo simples desenvolvimento da ideia, é-se invencivelmente levado a concluir que o ideal da comunidade é o absolutismo. Assim, o que é a comunidade? É a ideia económica do Estado, levada até à absorção da personalidade e da iniciativa individual... (Contr. Écon., cap. XII, 1846.)
O sexto sentido chegou !
"Vivemos na era da tecnologia", isto é quase um chavão, é indiscutível.
Mas se os jovens recebem com a maior naturalidade toda a parafernália de novidades e gadjets, quem viveu no tempo em que as televisões eram um bem raro só ao alcance de alguns, em que os computadores eram do tamanho de casas e reservados a experiências militares, em que os telefones estavam agarrados ás casas através de fios... o género de avanços que vos mostro neste vídeo pode de facto causar estupefacção sem limites.
Vejam e ouçam com atenção.
Se não falam inglês ou preferirem dessa forma, na parte de baixo do leitor de vídeo podem activar as legendas na língua que pretenderem.
Mas se os jovens recebem com a maior naturalidade toda a parafernália de novidades e gadjets, quem viveu no tempo em que as televisões eram um bem raro só ao alcance de alguns, em que os computadores eram do tamanho de casas e reservados a experiências militares, em que os telefones estavam agarrados ás casas através de fios... o género de avanços que vos mostro neste vídeo pode de facto causar estupefacção sem limites.
Vejam e ouçam com atenção.
Se não falam inglês ou preferirem dessa forma, na parte de baixo do leitor de vídeo podem activar as legendas na língua que pretenderem.
O SUFRÁGIO UNIVERSAL
Nunca me esqueci das palavras de Proudhon: “O sufrágio universal é a meu ver uma verdadeira lotaria.” A democracia representativa é um sistema no qual as pessoas são espectadores e não actores. A intervalo regulares, têm o direito de colocar um boletim na urna, de escolher alguém dentro da classe dos chefes para os dirigir. Depois, espera-se que voltem para casa e tratem dos seus assuntos, consumam, vejam televisão, cozinhem e, acima de tudo, não incomodem. É isso a democracia em que vivemos.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
A democracia que defendo é aquela em que toda a forma de autoridade, de hierarquia, deve ser posta em causa e deve provar o seu fundamento. Não há auto justificação que seja aceitável. Isto é de igual modo válido para as relações entre os pais e os filhos, os homens e as mulheres, no mundo do trabalho ou entre os Estados. É necessário referenciar todas as formas de autoridade e fazer com que as mesmas justifiquem a sua existência.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Algumas dessas formas de autoridade têm fundamento. Assim, as relações entre uma mão e o seu filho são de natureza autoritária. Mas toda a forma de autoridade que não pode provar o seu fundamento é ilegítima, e temos o direito de a derrubar. Isto é verdade a todos os níveis, desde as relações individuais até às relações internacionais.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Ao contrário de alguns “livres pensadores” que advogam o voto em branco, vamos responder massivamente com a greve eleitoral, não pondo sequer os pés nos locais de voto, mostrando assim, que não pactuamos com este sistema injusto e caduco.
«O sufrágio universal é a contra-revolução» - Proudhon.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Para que me servem todas estas eleições? Para que necessito eu de mandatários, assim como de representantes? E se é preciso explicitar a minha vontade, não o poderei fazer sem o auxílio de ninguém?
O homem que solicita os meus sufrágios é um homem desonesto, porque em troca da situação e da fortuna a que o conduzo, promete-me uma série de coisas que não me vai dar e que além disso, nem sequer estaria em seu poder dá-las. O homem que elevo não representa nem a minha miséria, nem as minhas aspirações, nem nada de mim; não representa senão as suas próprias paixões e os seus próprios interesses, que são contrários aos meus. Não penso, nem para me reconfortar nem para me dar esperanças que depressa seriam desiludidas, que o deplorável espectáculo a que assistimos hoje é particular de uma época ou de um regime e que isso passará. Neste sentido todas as épocas se equivalem, tal como todos os regimes, ou seja, não valem nada.
Quando foi criada a democracia indirecta, representativa, formal, nominal ou burguesa, ao fim e ao cabo tão indirecta e tão pouco representativa como qualquer ditadura, indispensável, não obstante, à gestão e protecção correctas e correntes dos bens dos possidentes não foi tido em conta o grande perigo que a ameaça: a abstenção activa, consciente. Numa palavra: a greve eleitoral, a fuga à delegação de poderes, que em si não basta, no entanto, e deve ser imediatamente seguida ou acompanhada da gestão generalizada e directa de todos os aspectos da vida social desalienada.
Mas o arsenal de que as instituições e os poderosos que as controlam dispõem, para esconjurar tal perigo, é de respeito e dissuasor: são as pré-campanhas e as campanhas eleitorais, com o seu cortejo de promessas e as suas distribuições de brindes; são as somas fabulosas distribuídas pelos capitalistas a todos os partidos politicamente relevantes, as mais das vezes a todos ao mesmo tempo, para que da aposta múltipla resulte uma mais rápida cobrança dos dividendos do investimento; é a acção da Comissão Nacional de Eleições; é o apelo lírico ao voto do Presidente da República; é a ameaça aos prevaricadores de perda dos direitos cívicos ou políticos, por determinado período; é a chantagem de todo o aparelho ideológico do Estado; é a orquestração pelos meios de comunicação de massa e pelos proprietários e gestores do negócio da informação.
Nas últimas eleições que tem havido em Portugal se vitória nítida houve, foi a da abstenção. A democracia representativa, indirecta, formal ou burguesa deu um trambulhão. Está com um joelho em terra. Temos que pô-la completamente de joelhos. Será um gesto de salubridade pública, em nome da liberdade e da igualdade efectivas. O caminho começa a ficar desobstruído. Já ninguém consegue esconder que todos os partidos políticos estão a perder a sua base eleitoral. Todos se encontram em plano inclinado, não uniformemente, é certo, mas inclinado. O que para nós, anarquistas, é relevante é que a abstenção global de 37%, em 1993, passou para os 40%, em 1997. Devemos bater-nos para que, em 2004, a abstenção nacional suba para os 50% ou para os 60%.
«Como é que o sufrágio universal conseguiria manifestar o pensamento, o verdadeiro pensamento do povo, quando o povo está dividido, pela desigualdade das fortunas, em classes subordinadas umas às outras, votando por servilismo ou por ódio; quando esse mesmo povo, jugulado pelo poder, não pode, apesar da sua soberania, fazer ouvir o seu pensamento sobre nada; quando o exercício dos seus direitos se limita a escolher todos os três ou quatro anos os seus chefes e os seus charlatães; quando a sua razão, moldada pelo antagonismo das ideias e dos interesses, não sabe senão ir de uma contradição para outra
contradição?» - Proudhon
«É preciso ter-se vivido nesse retiro isoladíssimo a que se chama Assembleia Nacional, para se conceber como é que os homens que ignoram mais completamente o estado de um país, são quase sempre os que o representam». - Proudhon
«Fazer votar assembleias numerosas, populações em massa, a favor do sim ou a favor do não, sobre questões de nacionalidade, de forma governamental, de política, de propriedade, de ciência, até mesmo de moral pública, é organizar a tirania e consagrar, em nome da soberania popular, a injustiça e a imoralidade». - Proudhon,
Vê-se que o sufrágio universal é um meio poderoso para adormecer a actividade humana. Nada tem em comum com a soberania popular, com o direito de alguém ser em qualquer momento tão soberano como outro indivíduo qualquer. Nada tem em comum com a igualdade.
Impor apreciações pela força, é tiranizar. A lei é a opressão suprema, a opressão legal, o direito do mais forte.
Os direitos de um homem não podem depender da apreciação mais ou menos desinteressada de outros homens. Esses direitos existem ou não existem. Se existem, têm que ser exercidos.
Os homens reconhecem à unanimidade que a sociedade actual tem demasiados erros.
Como é que esta sociedade, reconhecida defeituosa por todos, consegue durar?
Ela dura: Porque há pessoas, os privilegiados, para quem ela é tolerável; Porque os não privilegiados, para quem ela não é tolerável, se resignam, porque não se revoltam.
Com efeito, todas as vezes que os homens são chamados a votar, esse apelo pode ser considerado como o pedido de uma assinatura para o prolongamento do pretenso contrato social.
O primeiro significado da abstenção eleitoral é o seguinte - Não quero o regime que me impõem e que querem continuar a impor-me.
De aqui decorre que todo o eleitor é um conservador, porquanto o resultado do seu voto é contribuir para fazer funcionar o sistema em vigor.
E fica-se espantado por a revolução não se fazer! Caberia ficar espantado, pelo contrário, que a revolução se fizesse, com semelhante sistema, com um sistema anti-revolucionário, com um sistema conservador.
A revolução far-se-á, quando os homens deixarem de abdicar da sua actividade.
A revolução far-se-á, quando os homens deixarem de delegar os seus poderes, quando deixarem de nomear amos e senhores, quando deixarem de permitir que homens semelhantes a eles agem por si. A autoridade cairá no dia em que os homens deixarem de a impor a si próprios, no dia em que deixarem de criar categorias de privilegiados, de governantes, de opressores.
A revolução começará no momento preciso em que os homens abandonarem a política.
Todas as revoluções foram momentos em que os homens abandonaram a política, em que se ocuparam eles mesmos da sua sorte.
Todo o homem que abandona a política, começa a revolução, porque retoma a actividade de que abdicou até então.
Quais seriam as consequências da greve eleitoral?
A recusa de votar nas condições acima indicadas não é um acto de inércia, mas um acto de revolta. Os governantes compreenderiam que o abstencionista consciente não é um indiferente, mas um revoltado, que esse revoltado não pode deixar de agir e que a sua abstenção eleitoral tem por contrapartida a actividade individual gasta a demolir o arbitrário absurdo.
Além disso, a abstenção generalizada tornaria difícil o exercício do governo.
Que autoridade teria um indivíduo eleito por uma pequena porção dos eleitores? Que autoridade teriam assembleias de indivíduos delegados por minorias? Que autoridade teria o poder executivo formado com base nessas assembleias?
A partir do momento em que a autoridade, para funcionar, sente a necessidade de se fazer justificar pelo voto, pode-se concluir que há um limite de sufrágios, abaixo do qual a autoridade fica desqualificada.
E, na medida em que se desqualificasse a autoridade, a massa tomaria consciência da sua força. A greve eleitoral é um meio maravilhoso para os revolucionários contarem quantos são. Entende-se por revolucionários os homens capazes de derrubar o estado de coisas actual e que o provam, recusando-se a submeter-se a ele.
Além disso, querer impor a liberdade pela autoridade parece um pouco estranho. A liberdade e a autoridade, dissemo-lo bastantes vezes, e Proudhon em primeiro lugar, são incompatíveis, a tal ponto que uma aumenta à medida que a outra diminui.
Até ao momento presente, todas as sociedades foram estabelecidas sobre o princípio de autoridade. Mesmo o que é denominado erradamente socialismo, é uma forma desse princípio. Delegar os seus poderes em alguns encarregados de tudo repartirem da melhor maneira pela colectividade, equivale ao abandono dos seus direitos. Os camaradas repartidores serão privilegiados, governantes, opressores; os outros serão governados, explorados, oprimidos
Como o voto conduz à autoridade, convém lutar contra o voto e não participar nele.
Por tudo isto não votes!
Como dizia Octave Mirbeau “vai para casa e faz greve”.
Francisco Trindade
P.S. Ciclicamente publico e republico este texto quando eleições se aproximam...Não me canso de o publicar e continuo a pensar que está actualizado...
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
A democracia que defendo é aquela em que toda a forma de autoridade, de hierarquia, deve ser posta em causa e deve provar o seu fundamento. Não há auto justificação que seja aceitável. Isto é de igual modo válido para as relações entre os pais e os filhos, os homens e as mulheres, no mundo do trabalho ou entre os Estados. É necessário referenciar todas as formas de autoridade e fazer com que as mesmas justifiquem a sua existência.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Algumas dessas formas de autoridade têm fundamento. Assim, as relações entre uma mão e o seu filho são de natureza autoritária. Mas toda a forma de autoridade que não pode provar o seu fundamento é ilegítima, e temos o direito de a derrubar. Isto é verdade a todos os níveis, desde as relações individuais até às relações internacionais.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Ao contrário de alguns “livres pensadores” que advogam o voto em branco, vamos responder massivamente com a greve eleitoral, não pondo sequer os pés nos locais de voto, mostrando assim, que não pactuamos com este sistema injusto e caduco.
«O sufrágio universal é a contra-revolução» - Proudhon.
Este é o nosso ponto de vista. Este é o nosso ponto de partida.
Para que me servem todas estas eleições? Para que necessito eu de mandatários, assim como de representantes? E se é preciso explicitar a minha vontade, não o poderei fazer sem o auxílio de ninguém?
O homem que solicita os meus sufrágios é um homem desonesto, porque em troca da situação e da fortuna a que o conduzo, promete-me uma série de coisas que não me vai dar e que além disso, nem sequer estaria em seu poder dá-las. O homem que elevo não representa nem a minha miséria, nem as minhas aspirações, nem nada de mim; não representa senão as suas próprias paixões e os seus próprios interesses, que são contrários aos meus. Não penso, nem para me reconfortar nem para me dar esperanças que depressa seriam desiludidas, que o deplorável espectáculo a que assistimos hoje é particular de uma época ou de um regime e que isso passará. Neste sentido todas as épocas se equivalem, tal como todos os regimes, ou seja, não valem nada.
Quando foi criada a democracia indirecta, representativa, formal, nominal ou burguesa, ao fim e ao cabo tão indirecta e tão pouco representativa como qualquer ditadura, indispensável, não obstante, à gestão e protecção correctas e correntes dos bens dos possidentes não foi tido em conta o grande perigo que a ameaça: a abstenção activa, consciente. Numa palavra: a greve eleitoral, a fuga à delegação de poderes, que em si não basta, no entanto, e deve ser imediatamente seguida ou acompanhada da gestão generalizada e directa de todos os aspectos da vida social desalienada.
Mas o arsenal de que as instituições e os poderosos que as controlam dispõem, para esconjurar tal perigo, é de respeito e dissuasor: são as pré-campanhas e as campanhas eleitorais, com o seu cortejo de promessas e as suas distribuições de brindes; são as somas fabulosas distribuídas pelos capitalistas a todos os partidos politicamente relevantes, as mais das vezes a todos ao mesmo tempo, para que da aposta múltipla resulte uma mais rápida cobrança dos dividendos do investimento; é a acção da Comissão Nacional de Eleições; é o apelo lírico ao voto do Presidente da República; é a ameaça aos prevaricadores de perda dos direitos cívicos ou políticos, por determinado período; é a chantagem de todo o aparelho ideológico do Estado; é a orquestração pelos meios de comunicação de massa e pelos proprietários e gestores do negócio da informação.
Nas últimas eleições que tem havido em Portugal se vitória nítida houve, foi a da abstenção. A democracia representativa, indirecta, formal ou burguesa deu um trambulhão. Está com um joelho em terra. Temos que pô-la completamente de joelhos. Será um gesto de salubridade pública, em nome da liberdade e da igualdade efectivas. O caminho começa a ficar desobstruído. Já ninguém consegue esconder que todos os partidos políticos estão a perder a sua base eleitoral. Todos se encontram em plano inclinado, não uniformemente, é certo, mas inclinado. O que para nós, anarquistas, é relevante é que a abstenção global de 37%, em 1993, passou para os 40%, em 1997. Devemos bater-nos para que, em 2004, a abstenção nacional suba para os 50% ou para os 60%.
«Como é que o sufrágio universal conseguiria manifestar o pensamento, o verdadeiro pensamento do povo, quando o povo está dividido, pela desigualdade das fortunas, em classes subordinadas umas às outras, votando por servilismo ou por ódio; quando esse mesmo povo, jugulado pelo poder, não pode, apesar da sua soberania, fazer ouvir o seu pensamento sobre nada; quando o exercício dos seus direitos se limita a escolher todos os três ou quatro anos os seus chefes e os seus charlatães; quando a sua razão, moldada pelo antagonismo das ideias e dos interesses, não sabe senão ir de uma contradição para outra
contradição?» - Proudhon
«É preciso ter-se vivido nesse retiro isoladíssimo a que se chama Assembleia Nacional, para se conceber como é que os homens que ignoram mais completamente o estado de um país, são quase sempre os que o representam». - Proudhon
«Fazer votar assembleias numerosas, populações em massa, a favor do sim ou a favor do não, sobre questões de nacionalidade, de forma governamental, de política, de propriedade, de ciência, até mesmo de moral pública, é organizar a tirania e consagrar, em nome da soberania popular, a injustiça e a imoralidade». - Proudhon,
Vê-se que o sufrágio universal é um meio poderoso para adormecer a actividade humana. Nada tem em comum com a soberania popular, com o direito de alguém ser em qualquer momento tão soberano como outro indivíduo qualquer. Nada tem em comum com a igualdade.
Impor apreciações pela força, é tiranizar. A lei é a opressão suprema, a opressão legal, o direito do mais forte.
Os direitos de um homem não podem depender da apreciação mais ou menos desinteressada de outros homens. Esses direitos existem ou não existem. Se existem, têm que ser exercidos.
Os homens reconhecem à unanimidade que a sociedade actual tem demasiados erros.
Como é que esta sociedade, reconhecida defeituosa por todos, consegue durar?
Ela dura: Porque há pessoas, os privilegiados, para quem ela é tolerável; Porque os não privilegiados, para quem ela não é tolerável, se resignam, porque não se revoltam.
Com efeito, todas as vezes que os homens são chamados a votar, esse apelo pode ser considerado como o pedido de uma assinatura para o prolongamento do pretenso contrato social.
O primeiro significado da abstenção eleitoral é o seguinte - Não quero o regime que me impõem e que querem continuar a impor-me.
De aqui decorre que todo o eleitor é um conservador, porquanto o resultado do seu voto é contribuir para fazer funcionar o sistema em vigor.
E fica-se espantado por a revolução não se fazer! Caberia ficar espantado, pelo contrário, que a revolução se fizesse, com semelhante sistema, com um sistema anti-revolucionário, com um sistema conservador.
A revolução far-se-á, quando os homens deixarem de abdicar da sua actividade.
A revolução far-se-á, quando os homens deixarem de delegar os seus poderes, quando deixarem de nomear amos e senhores, quando deixarem de permitir que homens semelhantes a eles agem por si. A autoridade cairá no dia em que os homens deixarem de a impor a si próprios, no dia em que deixarem de criar categorias de privilegiados, de governantes, de opressores.
A revolução começará no momento preciso em que os homens abandonarem a política.
Todas as revoluções foram momentos em que os homens abandonaram a política, em que se ocuparam eles mesmos da sua sorte.
Todo o homem que abandona a política, começa a revolução, porque retoma a actividade de que abdicou até então.
Quais seriam as consequências da greve eleitoral?
A recusa de votar nas condições acima indicadas não é um acto de inércia, mas um acto de revolta. Os governantes compreenderiam que o abstencionista consciente não é um indiferente, mas um revoltado, que esse revoltado não pode deixar de agir e que a sua abstenção eleitoral tem por contrapartida a actividade individual gasta a demolir o arbitrário absurdo.
Além disso, a abstenção generalizada tornaria difícil o exercício do governo.
Que autoridade teria um indivíduo eleito por uma pequena porção dos eleitores? Que autoridade teriam assembleias de indivíduos delegados por minorias? Que autoridade teria o poder executivo formado com base nessas assembleias?
A partir do momento em que a autoridade, para funcionar, sente a necessidade de se fazer justificar pelo voto, pode-se concluir que há um limite de sufrágios, abaixo do qual a autoridade fica desqualificada.
E, na medida em que se desqualificasse a autoridade, a massa tomaria consciência da sua força. A greve eleitoral é um meio maravilhoso para os revolucionários contarem quantos são. Entende-se por revolucionários os homens capazes de derrubar o estado de coisas actual e que o provam, recusando-se a submeter-se a ele.
Além disso, querer impor a liberdade pela autoridade parece um pouco estranho. A liberdade e a autoridade, dissemo-lo bastantes vezes, e Proudhon em primeiro lugar, são incompatíveis, a tal ponto que uma aumenta à medida que a outra diminui.
Até ao momento presente, todas as sociedades foram estabelecidas sobre o princípio de autoridade. Mesmo o que é denominado erradamente socialismo, é uma forma desse princípio. Delegar os seus poderes em alguns encarregados de tudo repartirem da melhor maneira pela colectividade, equivale ao abandono dos seus direitos. Os camaradas repartidores serão privilegiados, governantes, opressores; os outros serão governados, explorados, oprimidos
Como o voto conduz à autoridade, convém lutar contra o voto e não participar nele.
Por tudo isto não votes!
Como dizia Octave Mirbeau “vai para casa e faz greve”.
Francisco Trindade
P.S. Ciclicamente publico e republico este texto quando eleições se aproximam...Não me canso de o publicar e continuo a pensar que está actualizado...
Uma colisão vista de dentro do carro...
uma colisão destas é que eu desejo amanhã ao sistema representativo...
O Metropolitano de Lisboa é uma entre muitas sociedades portuguesas de capitais públicos que pedem uma indemnização à Lehman Brothers.
O que fazia o dinheiro de uma empresa estruturalmente deficitária e cuja missão é a prestação do Serviço Público de Transporte Colectivo de Passageiros, em sistema de metro, nas mãos da Lehman Brothers?
P.S. São estas "pequenas coisas" que deviam ter sido discutidas na campanha eleitoral para quem acredita nas virtualidades duma campanha eleitoral...o que não é o meu caso...por isso mesmo!
O que fazia o dinheiro de uma empresa estruturalmente deficitária e cuja missão é a prestação do Serviço Público de Transporte Colectivo de Passageiros, em sistema de metro, nas mãos da Lehman Brothers?
P.S. São estas "pequenas coisas" que deviam ter sido discutidas na campanha eleitoral para quem acredita nas virtualidades duma campanha eleitoral...o que não é o meu caso...por isso mesmo!
sexta-feira, setembro 25, 2009
O NEGRO E O VERMELHO
A ideia de comunidade
O sol, o ar e o mar são comuns; o usufruto destes objectos apresenta o mais elevado grau de comunismo possível. Ninguém pode implantar neles marcos, dividi-los e delimitá-los... Resulta pois, desta primeira observação, uma coisa preciosa para a ciência: que a propriedade é tudo o que se define; a comunidade tudo o que não se define...
Os grandes trabalhos da humanidade participam deste carácter económico das forças da natureza. O uso das estradas, das praças públicas, das igrejas, museus, bibliotecas, etc., é comum. Os encargos com a sua construção são feitos em comum, ainda que a repartição desses encargos esteja longe de ser igual, contribuindo cada um para ela, precisamente, na razão inversa da sua fortuna. Por onde se vê, coisa preciosa a notar, que igualdade e comunidade não são a mesma coisa...
Num restaurante, em que abancam cem pessoas, os comensais estão em contacto e no entanto permanecem isolados.
Donde, deduzo este principio: a comunidade que só atende à matéria, não é uma comunidade. Para eu alcançar o comunismo basta que não me separe mentalmente do que me rodeia...
Resumindo, a comunidade apodera-se de nós na origem, e impõe-se-nos fatalmente, tal como as grandes forças da natureza. Quanto à sua essência, a comunidade opõe-se à definição; ela não é a mesma coisa que igualdade; ela não atende nunca à matéria, e depende totalmente do livre arbítrio...
O importante, para nós, é ver bem como oscila a vida social entre os seus extremos: a propriedade e a comunidade.
O sol, o ar e o mar são comuns; o usufruto destes objectos apresenta o mais elevado grau de comunismo possível. Ninguém pode implantar neles marcos, dividi-los e delimitá-los... Resulta pois, desta primeira observação, uma coisa preciosa para a ciência: que a propriedade é tudo o que se define; a comunidade tudo o que não se define...
Os grandes trabalhos da humanidade participam deste carácter económico das forças da natureza. O uso das estradas, das praças públicas, das igrejas, museus, bibliotecas, etc., é comum. Os encargos com a sua construção são feitos em comum, ainda que a repartição desses encargos esteja longe de ser igual, contribuindo cada um para ela, precisamente, na razão inversa da sua fortuna. Por onde se vê, coisa preciosa a notar, que igualdade e comunidade não são a mesma coisa...
Num restaurante, em que abancam cem pessoas, os comensais estão em contacto e no entanto permanecem isolados.
Donde, deduzo este principio: a comunidade que só atende à matéria, não é uma comunidade. Para eu alcançar o comunismo basta que não me separe mentalmente do que me rodeia...
Resumindo, a comunidade apodera-se de nós na origem, e impõe-se-nos fatalmente, tal como as grandes forças da natureza. Quanto à sua essência, a comunidade opõe-se à definição; ela não é a mesma coisa que igualdade; ela não atende nunca à matéria, e depende totalmente do livre arbítrio...
O importante, para nós, é ver bem como oscila a vida social entre os seus extremos: a propriedade e a comunidade.
Red Bull Soapbox Race 2009
Momentos do Red Bull Soapbox Race 2009 em Atlanta. Não tão radical como outros desportos Red Bull, mas ainda assim engraçado de se ver.
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