Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Por que razões 2008 não deixa saudades aos docentes?
Vejo cinco razões substantivas:
1. MLR, JP e VL lançaram a maior confusão de sempre nas escolas portuguesas. Se houvesse racionalidade e bom senso no primeiro-ministro, há muito estariam demitidos.
2. Apenas um exemplo da confusão: o decreto regulamentar 2/2008, que institui o modelo burocrático de avaliação de desempenho, já sofreu duas mudanças substanciais: no final do ano lectivo passado, com o objectivo de avaliar os contratados; em Dezembro de 2008, com o simplex2. Tanta mudança num único ano só prova que o modelo não presta. Não é por acaso que mais nenhum país europeu o adoptou. É uma originalidade trazida do Chile pela comitiva socialista que acompanhou Jorge Sampaio na visita oficial àquele país. É um modelo com dois propósitos: humilhar os professores e embaratecer a profissão.
3.A morte da gestão democrática. Todos os estudos feitos sobre a gestão democrática foram unânimes nas conclusões: havia uma boa relação de confiança entre os conselhos executivos, os professores e os pais; as escolas tinham, regra geral, um bom clima de trabalho; os procedimentos eram, regra geral, correctos e a maioria das escolas funcionavam bem. Ninguém entende por que razão o Governo resolveu pôr fim a um modelo de gestão que funcionava bem.
4.Nos discursos e entrevistas de MLR, JP e VL manteve-se o azedume contra os professores. A teoria dos professores como bodes expiatórios dos males da sociedade continuou a entranhar-se na opinião pública.
5.Os professores estão exaustos e desmotivados. A indisciplina e a violência escolar continuam a ser uma chaga e o ME finge que não sabe de nada.
http://www.profblog.org/
1. MLR, JP e VL lançaram a maior confusão de sempre nas escolas portuguesas. Se houvesse racionalidade e bom senso no primeiro-ministro, há muito estariam demitidos.
2. Apenas um exemplo da confusão: o decreto regulamentar 2/2008, que institui o modelo burocrático de avaliação de desempenho, já sofreu duas mudanças substanciais: no final do ano lectivo passado, com o objectivo de avaliar os contratados; em Dezembro de 2008, com o simplex2. Tanta mudança num único ano só prova que o modelo não presta. Não é por acaso que mais nenhum país europeu o adoptou. É uma originalidade trazida do Chile pela comitiva socialista que acompanhou Jorge Sampaio na visita oficial àquele país. É um modelo com dois propósitos: humilhar os professores e embaratecer a profissão.
3.A morte da gestão democrática. Todos os estudos feitos sobre a gestão democrática foram unânimes nas conclusões: havia uma boa relação de confiança entre os conselhos executivos, os professores e os pais; as escolas tinham, regra geral, um bom clima de trabalho; os procedimentos eram, regra geral, correctos e a maioria das escolas funcionavam bem. Ninguém entende por que razão o Governo resolveu pôr fim a um modelo de gestão que funcionava bem.
4.Nos discursos e entrevistas de MLR, JP e VL manteve-se o azedume contra os professores. A teoria dos professores como bodes expiatórios dos males da sociedade continuou a entranhar-se na opinião pública.
5.Os professores estão exaustos e desmotivados. A indisciplina e a violência escolar continuam a ser uma chaga e o ME finge que não sabe de nada.
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5065 professores aposentados em 2008. Mais 1296 do que em 2007
Dos 19 134 funcionários que se aposentaram através da Caixa Geral de Aposentações (CGA), 7083 saíram do Ministério da Educação. Destes, 5065 são professores, mais 1296 do que em 2007.
Para António Avelãs, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, o aumento não se explica apenas por ser a classe que emprega mais funcionários, mas também com as actuais políticas na Educação. 'Há muitos casos em que os professores saem penalizados, mas há docentes que, tendo essa possibilidade, preferem abandonar a profissão; e a tendência vai manter-se', diz. Ainda assim, Avelãs acredita que as saídas 'podem abrir campo a professores sem colocação'.
Face aos números de 2007, mais 2897 efectivos solicitaram a aposentação, uma subida de 15%, empurrada pela saída de efectivos nos três Ministérios com mais funcionários: Educação, Ambiente, Ordenamento do Território e Saúde.
Fonte: CM Online de 31/12/08
Comentário
Foi patético ver e ouvir Valter Lemos a defender a tese de que as aposentações antecipadas dos professores não tinham que ver com o mau ambiente escolar gerado pelas políticas educativas do Governo. Os números estão à vista e basta querer lê-los para perceber a sangria que estas políticas erradas e cruéis estão a provocar nas escolas.
As escolas estão a ficar sem memória e os mais velhos não estão a ter tempo para passar as suas experiências aos mais novos. Uma escola sem memória é uma instituição mais facilmente submetida aos ditames autoritários das estruturas políticas e burocráticas que a oprimem: o Gabinete da Ministrada Educação, os serviços centrais do ME e as DREs.
A ministra da educação atingiu o seu objectivo: reduzir a despesa com os salários dos professores por via da substituição dos professores mais velhos, nos 8º, 9º e 10º escalões, por professores mais jovens, a ganharem metade dos mais velhos.
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Para António Avelãs, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, o aumento não se explica apenas por ser a classe que emprega mais funcionários, mas também com as actuais políticas na Educação. 'Há muitos casos em que os professores saem penalizados, mas há docentes que, tendo essa possibilidade, preferem abandonar a profissão; e a tendência vai manter-se', diz. Ainda assim, Avelãs acredita que as saídas 'podem abrir campo a professores sem colocação'.
Face aos números de 2007, mais 2897 efectivos solicitaram a aposentação, uma subida de 15%, empurrada pela saída de efectivos nos três Ministérios com mais funcionários: Educação, Ambiente, Ordenamento do Território e Saúde.
Fonte: CM Online de 31/12/08
Comentário
Foi patético ver e ouvir Valter Lemos a defender a tese de que as aposentações antecipadas dos professores não tinham que ver com o mau ambiente escolar gerado pelas políticas educativas do Governo. Os números estão à vista e basta querer lê-los para perceber a sangria que estas políticas erradas e cruéis estão a provocar nas escolas.
As escolas estão a ficar sem memória e os mais velhos não estão a ter tempo para passar as suas experiências aos mais novos. Uma escola sem memória é uma instituição mais facilmente submetida aos ditames autoritários das estruturas políticas e burocráticas que a oprimem: o Gabinete da Ministrada Educação, os serviços centrais do ME e as DREs.
A ministra da educação atingiu o seu objectivo: reduzir a despesa com os salários dos professores por via da substituição dos professores mais velhos, nos 8º, 9º e 10º escalões, por professores mais jovens, a ganharem metade dos mais velhos.
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Atenção!
Atenção! 2009 está a chegar!
Saúde e liberdade e coragem!
É preciso coragem, nem um passo atrás!
Resistir!
Saúde e liberdade e coragem!
É preciso coragem, nem um passo atrás!
Resistir!
u istadu da nassão
Está a dar um programa na televisão (a esta hora de grande audiência) sobre o analfabetismo em Portugal. Mulheres no Norte, com 30 anos, que não sabem ler. Mulheres de 24 anos no Alentejo, analfabetas. O concelho de Idanha-a-Nova com 32% de analfabetismo!
O que nos vale é que o PS, desde o Guterres ao Socrates, tem a Paixão da Educação. E tem também a Maria de Lurdes, com o Pedreira & Lemos, o Magalhães, o acordo ortográfico, o ranking das escolas e o professor do ano.
E tem também o código do trabalho e o salário mínimo e os excedentários e o constante Constâncio e os bancos privados e o apoio à banca e a bancada socialista e a oposição e o galardoado Teixeira dos Santos e os inefáveis Canas e Lello e o sósia do Socrates e as maternidades ambulantes e as escutas telefónicas e a asa da asae e os óculos da justiça e a acção fiscal e as coimas retroactivas...
E tem também mais um ano, novinho, pela frente para continuar as boas práticas.
Feliz 2oo9
http://blogue-do-ogre.blogspot.com/
O que nos vale é que o PS, desde o Guterres ao Socrates, tem a Paixão da Educação. E tem também a Maria de Lurdes, com o Pedreira & Lemos, o Magalhães, o acordo ortográfico, o ranking das escolas e o professor do ano.
E tem também o código do trabalho e o salário mínimo e os excedentários e o constante Constâncio e os bancos privados e o apoio à banca e a bancada socialista e a oposição e o galardoado Teixeira dos Santos e os inefáveis Canas e Lello e o sósia do Socrates e as maternidades ambulantes e as escutas telefónicas e a asa da asae e os óculos da justiça e a acção fiscal e as coimas retroactivas...
E tem também mais um ano, novinho, pela frente para continuar as boas práticas.
Feliz 2oo9
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Câmara oferece pistolas de plástico a alunos do primeiro ciclo
Uma pistola de plástico. Este foi o presente de Natal da Câmara de Porto de Mós a alguns alunos do primeiro ciclo do concelho. No início de Dezembro, a autarquia ofereceu uma ida ao circo, complementada com um pequeno presente. Entre os brindes entregues às crianças estavam pistolas de plástico, usuais nas brincadeiras de Carnaval.
O caso não agradou a alguns encarregados de educação. Célia Sousa, presidente da associação de pais da escola e jardim-de-infância do Juncal, e deputada municipal do PS, considera que este não é o brinquedo mais "correcto" para uma entidade pública oferecer. "Não é nenhum drama, mas entendo que a oferta de brinquedos deste tipo deve ser da esfera privada", considera. O problema, entende, "é ser uma entidade pública a oferecê-la". Aliás, confessa que num primeiro momento desvalorizou o facto. O seu filho foi contemplado com uma dessas pistolas mas o drama foi mesmo a pistola não funcionar, para desgosto da criança. Posteriormente, foi abordada por uma encarregada de educação que a alertou para a natureza do presente natalício. O marido, Luís Malhó, presidente da Assembleia Municipal de Porto de Mós, eleito pelo PSD, considera que se trata de "uma prenda de mau gosto", entendendo que faria mais sentido "presentear as crianças com outros brinquedos". Ainda assim, faz questão de frisar a necessidade de relativizar a questão, visando evitar que se entre em "histerias colectivas". E não se furta a brincar com a fraca qualidade do presente: "era uma arma de plástico que nem sequer funcionava".
Helena Arcanjo, coordenadora do primeiro ciclo do Sindicato de Professores da Região Centro, entende que o caso é sério. "É lamentável que um município tenha tido a infeliz ideia de escolher um brinquedo que embora faça as delícias dos rapazes, leve a brincadeiras com indícios de violência", refere. Para esta responsável, a autarquia deveria ter escolhido um brinquedo com funções didácticas. Perante a falta de recursos que atingem as escolas, faria sentido oferecer brinquedos que pudessem ser um auxílio nas actividades enriquecimento curricular. Afinal, "é nestas idades que se desenvolvem comportamentos de bullying, devendo ser as entidades públicas a dar o primeiro exemplo", reforça.
Já o Agrupamento de Escolas de Porto de Mós escusa-se a comentar o caso. Fonte do conselho executivo daquela entidade adiantou desconhecer a natureza dos presentes entregues às crianças, adiantando não ter recebido qualquer queixa.
Presente pouco natalício. Uma arma em plena festa religiosa? Para Isidro Alberto, pároco de Porto de Mós, esta é uma medida "anti-pedagógica". É, entende, "levar as crianças a praticar violência simbolicamente". O religioso soube pelo REGIÃO DE LEIRIA a natureza dos brinquedos oferecidos e adiantou que "se Cristo trouxe a paz entre os homens para que vivam pacificamente, usar armas que simbolizam a guerra e a violência é anti-natalício e desumano".
Responsável pela pasta da Educação na Câmara de Porto de Mós, o vereador Rui Neves confrontado com o caso limita-se a adiantar: "não comento". Adiantando que instituições de vários concelhos da região também ofereceram presentes semelhantes provenientes da mesma fonte – os brinquedos foram o resultado da compra de produtos de uma empresa que faliu – recusa qualquer declaração suplementar sobre o caso.
"Mulher de armas" na última campanha eleitoral discorda
Conhecida pelo facto do seu cartaz eleitoral na última corrida para a presidência da Câmara de Porto de Mós contar com um isqueiro em forma de arma, Maria Antonieta Mariano manifestou a sua oposição à oferta de brinquedos em forma de armas. Isso mesmo fez saber num comentário deixado no blogue portomosense "Vila Forte", que denunciou o caso. "Depois eu é que sou uma mulher de armas", ironizou.
(recebido por mail)
O caso não agradou a alguns encarregados de educação. Célia Sousa, presidente da associação de pais da escola e jardim-de-infância do Juncal, e deputada municipal do PS, considera que este não é o brinquedo mais "correcto" para uma entidade pública oferecer. "Não é nenhum drama, mas entendo que a oferta de brinquedos deste tipo deve ser da esfera privada", considera. O problema, entende, "é ser uma entidade pública a oferecê-la". Aliás, confessa que num primeiro momento desvalorizou o facto. O seu filho foi contemplado com uma dessas pistolas mas o drama foi mesmo a pistola não funcionar, para desgosto da criança. Posteriormente, foi abordada por uma encarregada de educação que a alertou para a natureza do presente natalício. O marido, Luís Malhó, presidente da Assembleia Municipal de Porto de Mós, eleito pelo PSD, considera que se trata de "uma prenda de mau gosto", entendendo que faria mais sentido "presentear as crianças com outros brinquedos". Ainda assim, faz questão de frisar a necessidade de relativizar a questão, visando evitar que se entre em "histerias colectivas". E não se furta a brincar com a fraca qualidade do presente: "era uma arma de plástico que nem sequer funcionava".
Helena Arcanjo, coordenadora do primeiro ciclo do Sindicato de Professores da Região Centro, entende que o caso é sério. "É lamentável que um município tenha tido a infeliz ideia de escolher um brinquedo que embora faça as delícias dos rapazes, leve a brincadeiras com indícios de violência", refere. Para esta responsável, a autarquia deveria ter escolhido um brinquedo com funções didácticas. Perante a falta de recursos que atingem as escolas, faria sentido oferecer brinquedos que pudessem ser um auxílio nas actividades enriquecimento curricular. Afinal, "é nestas idades que se desenvolvem comportamentos de bullying, devendo ser as entidades públicas a dar o primeiro exemplo", reforça.
Já o Agrupamento de Escolas de Porto de Mós escusa-se a comentar o caso. Fonte do conselho executivo daquela entidade adiantou desconhecer a natureza dos presentes entregues às crianças, adiantando não ter recebido qualquer queixa.
Presente pouco natalício. Uma arma em plena festa religiosa? Para Isidro Alberto, pároco de Porto de Mós, esta é uma medida "anti-pedagógica". É, entende, "levar as crianças a praticar violência simbolicamente". O religioso soube pelo REGIÃO DE LEIRIA a natureza dos brinquedos oferecidos e adiantou que "se Cristo trouxe a paz entre os homens para que vivam pacificamente, usar armas que simbolizam a guerra e a violência é anti-natalício e desumano".
Responsável pela pasta da Educação na Câmara de Porto de Mós, o vereador Rui Neves confrontado com o caso limita-se a adiantar: "não comento". Adiantando que instituições de vários concelhos da região também ofereceram presentes semelhantes provenientes da mesma fonte – os brinquedos foram o resultado da compra de produtos de uma empresa que faliu – recusa qualquer declaração suplementar sobre o caso.
"Mulher de armas" na última campanha eleitoral discorda
Conhecida pelo facto do seu cartaz eleitoral na última corrida para a presidência da Câmara de Porto de Mós contar com um isqueiro em forma de arma, Maria Antonieta Mariano manifestou a sua oposição à oferta de brinquedos em forma de armas. Isso mesmo fez saber num comentário deixado no blogue portomosense "Vila Forte", que denunciou o caso. "Depois eu é que sou uma mulher de armas", ironizou.
(recebido por mail)
A edição de Janeiro de 2009 do Le Monde Diplomatique inclui um dossier sobre o anarquismo
A próxima edição de Janeiro de 2009 do jornal Le Monde Diplomatique, que tem versões em mais de 40 diferentes línguas, inclui um dossier de 5 páginas sobre o anarquismo sob o título «Quem são os anarquistas?», acompnhado com ilustrações de Paskua ( que vive e trabalha em Raiatea, a ilha sagrada dos povos Maori, Polinésia francesa). Os artigos que compõem o dossier são:
« Appellations peu contrôlées », par Jean-Pierre Garnier ;
« Une indocilité contagieuse », par Claire Auzias ;
« CNT, les clés de l?énigme espagnole», par Angel Herrerín López ;
« En Extrême-Orient aussi? », par Cho Se-hyun ;
« L'infréquentable Pierre-Joseph Proudhon », par Edward Castleton ;
« Honte au suffrage universel ! », texte inédit de Proudhon.
Entretanto no website do jornal irão aparecer mais dois textos inéditos sobre o anarquismo:
« Une tradition révolutionnaire et philosophique », par Daniel Colson ;
« L'écologie anarchiste d?Elisée Reclus », par Philippe Pelletier.
Website:
http://www.monde-diplomatique.fr/
Sobre Paskua ( que se assume como anartiste):
http://artpaskua.skyrock.com/
http://fr.wikipedia.org/wiki/Paskua
http://pimentanegra.blogspot.com/
« Appellations peu contrôlées », par Jean-Pierre Garnier ;
« Une indocilité contagieuse », par Claire Auzias ;
« CNT, les clés de l?énigme espagnole», par Angel Herrerín López ;
« En Extrême-Orient aussi? », par Cho Se-hyun ;
« L'infréquentable Pierre-Joseph Proudhon », par Edward Castleton ;
« Honte au suffrage universel ! », texte inédit de Proudhon.
Entretanto no website do jornal irão aparecer mais dois textos inéditos sobre o anarquismo:
« Une tradition révolutionnaire et philosophique », par Daniel Colson ;
« L'écologie anarchiste d?Elisée Reclus », par Philippe Pelletier.
Website:
http://www.monde-diplomatique.fr/
Sobre Paskua ( que se assume como anartiste):
http://artpaskua.skyrock.com/
http://fr.wikipedia.org/wiki/Paskua
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terça-feira, dezembro 30, 2008
A padronização do ensino visa o controlo social à custa da inteligência e da criatividade
"A padronização reduz a qualidade e a quantidade do que é ensinado e aprendido nas escolas"
Linda McNeill (2000)
"Na sua pressão pela eficiência e padronização, o modelo fabril tende a reduzir os professores a autómatos".
William Pinar (2007)
"A escola de modelo fabril alcança o controlo social à custa da inteligência, inteligência amplamente entendida, quer como a resolução de problemas, o pensamento crítico e a criatividade, quer como a memorização e o cálculo"
William Pinar (2007)
http://www.profblog.org/
Linda McNeill (2000)
"Na sua pressão pela eficiência e padronização, o modelo fabril tende a reduzir os professores a autómatos".
William Pinar (2007)
"A escola de modelo fabril alcança o controlo social à custa da inteligência, inteligência amplamente entendida, quer como a resolução de problemas, o pensamento crítico e a criatividade, quer como a memorização e o cálculo"
William Pinar (2007)
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Ditadura de alabastro
Vive-se hoje um fenómeno social e político que corrói insidiosamente a liberdade de expressão. Certas opiniões estão proibidas, confundindo-se a liberdade de as exprimir com a nossa concordância ou com a sensatez ou plausibilidade dessas ideias. Ora, o núcleo da liberdade de expressão é a liberdade para os outros dizerem não apenas o que consideramos inocuamente falso, mas também o que consideramos gravemente falso, inadmissível, ofensivo, perigoso e indesejável. Se a liberdade de expressão não for isso, é como a pseudo-igualdade da Quinta dos Animais, de Orwell: todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que outros.
A vida política contemporânea é feita de mentiras, e nesse aspecto talvez não se distinga da vida política do passado. Ora, a mentira alimenta-se e é alimentada por este clima de policiamento do pensamento e da expressão. Dado que uma pessoa com mentalidade medieval e que acredita em fantasmas, como o papa, não pode dizer o que realmente pensa dos homossexuais, fala por meias-palavras — que mesmo assim são imediatamente proibidas pelos homossexuais, que também não se atrevem a dizer o que realmente pensam do papa.
Este tipo de atitude resulta de uma recusa infantil em ver a realidade tal como é. E a realidade é que há pessoas como o papa, há homossexuais, há machistas e racistas e xenófobos, há militaristas e criacionistas e gente que acredita em espíritos e na alquimia e que a Terra é plana. A humanidade é assim mesmo. Ora, se começarmos a policiar o pensamento alheio, mostrando-nos muito ofendidos e dizendo que certas afirmações feitas por certas pessoas são “muito graves” ou “intoleráveis”, não estamos a explicar por que razão tais afirmações são falsas; estamos apenas a fugir do assunto, dizendo que é intolerável um chefe de estado ou um juiz afirmar que os negros são inferiores ou que as mulheres estão logo acima das focas mas ligeiramente abaixo dos cães.
Na verdade, uma das tarefas mais importantes e difíceis de um professor é criar um clima na aula em que os estudantes se sintam completamente descontraídos para dizer o que realmente pensam. Isto é crucial porque sem esse clima o professor não tem oportunidade para corrigir incompreensões, erros e tolices — sendo que alguns dos erros e tolices serão dele e dos livros que ele usa e não dos estudantes. Ora, na vida política contemporânea adoptou-se esta postura de considerar certas opiniões tabus inconfessáveis, impedindo-se assim a sua discussão cuidadosa e descontraída. A própria impaciência que se vê em muitos debates denuncia esta postura, pois manifesta o desejo inconfessado de livrar o mundo daquela pessoa que defende aquelas ideias, e de fazer um paraíso sem elas.
Mas ninguém consegue conceber um paraíso. E quando certas ideias, que de facto muitas pessoas albergam no seu íntimo, não podem ser livremente expressas e discutidas por serem consideradas ofensivas e graves, estamos com certeza mais próximos de uma distopia orwelliana do que de um paraíso.
http://dererummundi.blogspot.com/
A vida política contemporânea é feita de mentiras, e nesse aspecto talvez não se distinga da vida política do passado. Ora, a mentira alimenta-se e é alimentada por este clima de policiamento do pensamento e da expressão. Dado que uma pessoa com mentalidade medieval e que acredita em fantasmas, como o papa, não pode dizer o que realmente pensa dos homossexuais, fala por meias-palavras — que mesmo assim são imediatamente proibidas pelos homossexuais, que também não se atrevem a dizer o que realmente pensam do papa.
Este tipo de atitude resulta de uma recusa infantil em ver a realidade tal como é. E a realidade é que há pessoas como o papa, há homossexuais, há machistas e racistas e xenófobos, há militaristas e criacionistas e gente que acredita em espíritos e na alquimia e que a Terra é plana. A humanidade é assim mesmo. Ora, se começarmos a policiar o pensamento alheio, mostrando-nos muito ofendidos e dizendo que certas afirmações feitas por certas pessoas são “muito graves” ou “intoleráveis”, não estamos a explicar por que razão tais afirmações são falsas; estamos apenas a fugir do assunto, dizendo que é intolerável um chefe de estado ou um juiz afirmar que os negros são inferiores ou que as mulheres estão logo acima das focas mas ligeiramente abaixo dos cães.
Na verdade, uma das tarefas mais importantes e difíceis de um professor é criar um clima na aula em que os estudantes se sintam completamente descontraídos para dizer o que realmente pensam. Isto é crucial porque sem esse clima o professor não tem oportunidade para corrigir incompreensões, erros e tolices — sendo que alguns dos erros e tolices serão dele e dos livros que ele usa e não dos estudantes. Ora, na vida política contemporânea adoptou-se esta postura de considerar certas opiniões tabus inconfessáveis, impedindo-se assim a sua discussão cuidadosa e descontraída. A própria impaciência que se vê em muitos debates denuncia esta postura, pois manifesta o desejo inconfessado de livrar o mundo daquela pessoa que defende aquelas ideias, e de fazer um paraíso sem elas.
Mas ninguém consegue conceber um paraíso. E quando certas ideias, que de facto muitas pessoas albergam no seu íntimo, não podem ser livremente expressas e discutidas por serem consideradas ofensivas e graves, estamos com certeza mais próximos de uma distopia orwelliana do que de um paraíso.
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Doutores ou ainda menos...
A propósito do generalizado tratamento de "doutor" em Coimbra, contava-se a história de um barbeiro que, enquanto escanhoava o cliente, metia conversa com ele: "O sr. dr. não é o engraxador que pára lá em baixo na Portagem?" Entretanto todo o país se "coimbrizou" (e o que não se "coimbrizou" está a "bolonhizar-se") e a piada perdeu-se.
Hoje, no supermercado, devemos dirigir-nos à menina da caixa dizendo: "Pago com Multibanco, sra. dra.", e à empregada doméstica: "Dra. Irene, sirva o leite-creme", do mesmo modo que não podemos esquecer-nos de que o lavador de carros pode ser engenheiro pela Moderna ou pela Internacional: "Lavagem completa, sr. engenheiro".
A revista "Sábado" conta a história de um atleta de "taekwendo" que, sem nunca ter feito o ensino secundário, em poucos meses conseguiu, como tantos outros, um diploma "simplex" do 12.º ano nas "Novas oportunidades" e já está a caminho da Faculdade de Medicina. Um dia destes, juntamente com um anestesista também "simplex", estará a operar o leitor num hospital público, os dois cheios de curiosidade sobre o que haverá dentro de uma barriga.
Manuel António Pina
in JN
http://alvarohfernandes.blogspot.com/
Insulto
Supostamente, toda a gente defende a liberdade de expressão. Mas quando esta ideia vaga se condensa em algo de palpável vê-se que as palavras usadas já não querem dizer o que poderíamos pensar que querem dizer. “Liberdade de expressão” passa então a querer dizer algo como “cada qual pode dizer o que quiser, desde que não me insulte nem me ofenda nem ponha em causa as minhas causas mais queridas nem chame nomes feios à minha gata”. E as excepções nunca mais acabam, vivendo da vagueza do extraordinário conceito de excepção à regra, que neste caso tem o efeito delirante de acabar com a própria regra.
Não há liberdade de expressão sem liberdade para insultar. Na verdade, a liberdade para insultar é fundamental numa sociedade que se quer honesta porque o insulto é precisamente uma das mais poderosas armas conhecidas contra o auto-engano. Sem auto-engano não há insulto, e o insulto é precisamente o balde de água fria que ameaça liquidar a fantasia em que o insultado insiste em viver. Se o insultado não desconfiasse de que há uma ponta de verdade no insulto, não se teria sentido insultado. Acusar um homem de ser uma pedra da calçada disfarçada não insulta. Acusar um homem de ser maricas insulta — mas só se ele desconfiar que, no fundo, até é um bocado maricas.
Nada há talvez de mais eficiente para desmontar uma ilusão colectiva do que uma forte gargalhada geral. Uma cerimónia cheia de pompa — como um ritual religioso — só pode funcionar enquanto as pessoas não desatarem a rir perante tanto auto-engano: símios cheios de maneirismos a fingir que estão a fazer coisas importantes, quando toda a gente sabe que o realmente importante não é o que se faz nas cerimónias pomposas e nos rituais, mas na vida real — quando amamos, oferecemos, recebemos, trabalhamos, choramos e rimos, sem pompas nem rituais. Daí que qualquer humor baseado em cerimónias pomposas seja sempre insultuoso para os cerimonialistas: a gargalhada põe a nu o auto-engano.
A vida seria mais honesta e bonita se nos deixássemos destas tolices. Não é uma boa ideia viver a vida a fingir que somos o que realmente não somos, sempre desconfiados de que somos outra coisa menos nobre. Que se lixe. Se formos honestamente humanos, saberemos que temos falhas: não somos os mais corajosos, os mais ricos, os mais bonitos, os mais inteligentes, mas saberemos dar qualquer coisa de valor aos que nos rodeiam, modestamente. E saberemos rir das fátuas pretensões humanas, que tanto sofrimento têm provocado ao longo da história.
Daqui a apenas cento e cinquenta anos estaremos todos mortos, incluindo os bebés que acabaram de nascer. Não há boas razões para pensar que há uma vida depois desta; mas mesmo que haja, é uma boa ideia fazer desta uma vida boa. Acontece que isso não é possível enquanto continuarmos a sentir-nos insultados, pois só podemos sentir-nos insultados quando queremos proteger uma mentira acerca de nós mesmos. E nenhuma felicidade genuína é possível se vivermos na mentira.
http://dererummundi.blogspot.com/2008/11/insulto.html
Comentário: Como diz um ditado francês: "Só a verdade ofende".
Não há liberdade de expressão sem liberdade para insultar. Na verdade, a liberdade para insultar é fundamental numa sociedade que se quer honesta porque o insulto é precisamente uma das mais poderosas armas conhecidas contra o auto-engano. Sem auto-engano não há insulto, e o insulto é precisamente o balde de água fria que ameaça liquidar a fantasia em que o insultado insiste em viver. Se o insultado não desconfiasse de que há uma ponta de verdade no insulto, não se teria sentido insultado. Acusar um homem de ser uma pedra da calçada disfarçada não insulta. Acusar um homem de ser maricas insulta — mas só se ele desconfiar que, no fundo, até é um bocado maricas.
Nada há talvez de mais eficiente para desmontar uma ilusão colectiva do que uma forte gargalhada geral. Uma cerimónia cheia de pompa — como um ritual religioso — só pode funcionar enquanto as pessoas não desatarem a rir perante tanto auto-engano: símios cheios de maneirismos a fingir que estão a fazer coisas importantes, quando toda a gente sabe que o realmente importante não é o que se faz nas cerimónias pomposas e nos rituais, mas na vida real — quando amamos, oferecemos, recebemos, trabalhamos, choramos e rimos, sem pompas nem rituais. Daí que qualquer humor baseado em cerimónias pomposas seja sempre insultuoso para os cerimonialistas: a gargalhada põe a nu o auto-engano.
A vida seria mais honesta e bonita se nos deixássemos destas tolices. Não é uma boa ideia viver a vida a fingir que somos o que realmente não somos, sempre desconfiados de que somos outra coisa menos nobre. Que se lixe. Se formos honestamente humanos, saberemos que temos falhas: não somos os mais corajosos, os mais ricos, os mais bonitos, os mais inteligentes, mas saberemos dar qualquer coisa de valor aos que nos rodeiam, modestamente. E saberemos rir das fátuas pretensões humanas, que tanto sofrimento têm provocado ao longo da história.
Daqui a apenas cento e cinquenta anos estaremos todos mortos, incluindo os bebés que acabaram de nascer. Não há boas razões para pensar que há uma vida depois desta; mas mesmo que haja, é uma boa ideia fazer desta uma vida boa. Acontece que isso não é possível enquanto continuarmos a sentir-nos insultados, pois só podemos sentir-nos insultados quando queremos proteger uma mentira acerca de nós mesmos. E nenhuma felicidade genuína é possível se vivermos na mentira.
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Comentário: Como diz um ditado francês: "Só a verdade ofende".
O golpe final
O riso é imediato. Ver o presidente dos Estados Unidos a encolher-se atrás do microfone enquanto um sapato voa sobre a sua cabeça é um excelente exercício para os músculos da cara que comandam a gargalhada. Este homem, famoso pela sua abissal ignorância e pelos seus contínuos dislates linguísticos, fez-nos rir muitas vezes durante os últimos oito anos. Este homem, também famoso por outras razões menos atractivas, paranoico contumaz, deu-nos mil motivos para que o detestássemos, a ele e aos seus acólitos, cúmplices na falsidade e na intriga, mentes pervertidas que fizeram da política internacional uma farsa trágica e da simples dignidade o melhor alvo da irrisão absoluta. Em verdade, o mundo, apesar do desolador espectáculo que nos oferece todos os dias, não merecia um Bush. Tivemo-lo, sofrêmo-lo, a um ponto tal que a vitória de Barack Obama terá sido considerada por muita gente como uma espécie de justiça divina. Tardia como em geral a justiça o é, mas definitiva. Afinal, não era assim, faltava-nos o golpe final, faltavam-nos ainda aqueles sapatos que um jornalista da televisão iraquiana lançou à mentirosa e descarada fachada que tinha na sua frente e que podem ser entendidos de duas formas: ou que esses sapatos deveriam ter uns pés dentro e o alvo do golpe ser aquela parte arredondada do corpo onde as costas mudam de nome, ou então que Mutazem al Kaidi (fique o seu nome para a posteridade) terá encontrado a maneira mais contundente e eficaz de expressar o seu desprezo. Pelo ridículo. Um par de pontapés também não estaria mal, mas o ridículo é para sempre. Voto no ridículo.
http://infoalternativa.org/spip.php?article374
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O paradigma de Ponzi
Na semana passada o Bom Deus, evidentemente, percebeu que um número insuficiente de pessoas lera a explicação de Hyman Minsky de como os ciclos financeiros acabam em esquemas de Ponzi – a etapa em que os bancos mantêm o boom em andamento emprestando aos seus clientes o dinheiro para pagar juros e assim evitar o incumprimento. Assim, Ele enviou Bernie Madoff para ocupar os noticiários durante uma semana e dar aos mass media oportunidade para informar os leitores de jornais e visionadores de TV como funcionam os esquemas de Ponzi. O que sr. Madoff fez, em resumo, foi o que a economia como um todo tem estado da fazer sob o nome de "criação de riqueza".
Se os media foram capazes de aguardar até tão tardiamente o colapso financeiro da semana passada para apresentar diagramas sobre como os esquema de Ponzi precisam manter-se a crescer exponencialmente, isso é simplesmente porque as más notícias financeiras não são consideradas valiosas na América do Norte. Mas a Europa tem estado a fazer os seus próprios ensaios, encabeçada pela Espanha – a qual, não por coincidência, está agora a experimentar a maior queda imobiliária fora das economias pós-soviéticas.
O melhor estudo de caso verificou-se dois anos atrás. Em 9 de Maio de 2006, a polícia espanhola invadiu 21 casas e escritórios da Afinsa Bienes Tangibles SA, o maior negociante de selos de correio, e uma firma rival, Forum Filatélico. Acusaram onze pessoas de dirigir um esquema pirâmide de US$6,4 mil milhões que (juntamente com a Afinsa) atingiu 343 mil investidores – 1 por cento de toda a população da Espanha, tornando a fraude uma das maiores da história do país.
Quando investidores se afastam da formação de capital tangível e preferem comprar selos de correio e objectos semelhantes uma economia ou está perturbada ou perdeu o seu senso de equilíbrio. Ao contrário da maquinaria e da tecnologia, selos não produzem bens e serviços reais. Desde há muito são impressos e vendidos pelos governos e nunca serão realmente utilizados para postar cartas. Contudo, os selos mostraram-se um grande veículo para atrair poupadores, os quais pensam que comprá-los pode produzir um crescimento de rendimentos exponencial – ou, mais tecnicamente, ganhos de "capital", se pudermos estender a terminologia económica suficientemente longe para chamar de "capital" a uma colecção de selos.
Se o valor resultasse simplesmente da escassez, então todos os selos de correio, moedas e pinturas de mestres pareceriam aumentar quase automaticamente ao longo do tempo, tal como a maior parte da terra. Mas estes troféus de riqueza não promovem a elevação da produção, do consumo ou dos padrões de vida. Como selos não rendem dinheiro empregando trabalho para produzir bens e serviços, os seus ganhos de preço não são nem lucro nem ganhos de capital como se entende no sentido clássico. Eles são o que os economistas chamam de ganhos inesperados.
O esquema espanhol dos selos de correio parece tem levantado voo em 2003, o ano que o governo conservador e favorável ao livre-mercado da Espanha desregulamentou os seguros e a supervisão para fundos de investimento não financeiros. A Afinsa Group comprou os dois terços de controle da casa de leilões de selos e moedas Greg Manning, de Nova Jersey, e fundiu-se com o leiloeiro espanhol Auctentia para criar a Escala, a terceira maior firma de leilões do mundo (após a Sotheby's e a Christie's). A Escala mudou as suas operações para a cidade de Nova York e listou as suas acções no mercado de balcão da Nasdaq. Apesar da tendência letárgica do mercado de acções, os ganhos da companhia mostraram um crescimento tão rápido que em apenas três anos o preço da sua acção subiu de menos de US$5 para US$35, triplicando apenas em 2005.
As compras da Afinsa representavam 70 por cento dos lucros da Escala, graças em grande parte ao facto de que, como seu único fornecedor, a Escala alcavalava os seus selos com uma margem de 1.150 por cento, muito além dos 25 por cento habituais. A Afinsa então estava a registar na sua contabilidade selos pelos quais pagava 58 milhões de euros a €723 milhões, mais de dez vezes os seus valores de catálogo – os quais são ficticiamente altos de qualquer forma, sendo publicados principalmente em benefício dos comerciantes de selos a fim de que possam dar aos seus clientes a ideia de que estão a efectuar uma boa compra. Mas, como explicou o presidente do Forum Filatélico, Francisco Briones, a um repórter do Financial Times de Londres, "era normal cobrar aos clientes preços tão inflacionados devido aos serviços que proporcionavam ... incluindo a custódia e conservação dos selos".
A Afinsa pagava aos seus investidores em selos uma taxa de juros anual de 6 a 10 por cento, superando a maior parte dos rendimentos competidores quando a bolha financeira global pressionava as taxas de juros para baixo. (Os títulos do governo espanhol pagavam apenas 3,5 por cento.) Para aumentar a confiança, a Afinsa dava aos seus clientes cheques pós-datados relativo aos ganhos que eram prometidos. Ela também prometia comprar de volta os selos que vendia, ao preço original. Isto dava uma aparência de liquidez ao normalmente ilíquido mercado de selos, obras de arte e outros bens coleccionáveis, em que comissões de 25 por cento para os leiloeiros são normais. Estas tácticas convenciam a maioria a simplesmente reinvestir o dinheiro para comprar ainda mais selos, os quais a companhia mantinha ostensivamente nos seus escritórios para salvaguarda e preservação.
O dinheiro era despejado ali, dando aos investidores em acções do Escala retornos muito mais elevados do que os clientes compradores de selos estavam a receber nominalmente. Como observou um repórter, por que comprar selos e moedas quando se pode investir em companhias que negoceiam com eles? Mas, uma semana após as prisões, as acções do Escala mergulharam abaixo do US$4 por unidade.
O desenlace verificou-se logo após o Lloyd's de Londres retirar-se de uma apólice de €1,2 mil milhões para segurar os selos da Afinsa. Um dos seus peritos percebeu que se US$6 mil milhões houvessem realmente sido investidos, isto teria comprado todos os selos para investimento no mundo todo muitas vezes. O facto de que os preços dos selos não reflectiam compras tão extraordinárias implicava que poucas transacções de selos de boa fé verificaram-se de todo, e que havia uma super-facturação maciça.
Quando o assunto foi deslindado, a maior parte dos selos da Afinsa não tinha valor como investimento. Isto explicava porque não havia receitas das transacções com a Escala. A polícia descobriu 10 milhões em notas de 500€ ao romper uma parede recentemente camuflada na casa de Madrid do principal fornecedor da Afinsa, Francisco Guijarro. O que não puderam encontrar foram quaisquer recibos para os selos que ele alegadamente comprara. A apesar das margens incrivelmente altas cobradas para cuidar da colecção de selos, as falsificações eram frequentes, como o Lloyd's suspeitara. Concluindo que as facturas que o Senhor Guijarro havia enviado à Afinsa eram apenas uma cobertura para uma operação de lavagem de dinheiro, os promotores acusaram os membros da família e os responsáveis que controlavam a Afinsa de desfalque, lavagem de dinheiro, evasão fiscal, bancarrota fraudulenta, quebra de confiança e falsificação.
As prisões trazem à memória uma das mais famosas fraudes dos EUA envolvendo selos de correio há 86 anos atrás, em 1920, cometida por Charles Ponzi – o homem que baptizou com o seu nome o esquema da pirâmide. Ele chegou a Boston em 1903 com apenas US$2,50 no bolso. Como não falava bem o inglês, assumiu trabalhos servis. Despedido do emprego de criado de mesa por aldrabar clientes nos trocos, mudou-se para Montreal e tornou-se caixa assistente no banco de um imigrante italiano. Este cresceu rapidamente por pagar o dobro das taxas de juros normais de 3 por cento em contas-poupança, mas fracassou quando os seus empréstimos imobiliários começaram a ir mal. A tentativa do banco de dar a impressão de solvência parecem ter dado a Ponzi a ideia de pagar juros a partir de novas entradas de depósitos ao invés de fazê-lo a partir de rendimentos reais. Enquanto os clientes sentissem que estavam a receber juros regularmente, tendiam a ficar calmos quanto ao capital principal.
Ponzi foi mandado para uma prisão canadiana por falsificação, e depois foi encarcerado em Atlanta por tentar contrabandear imigrantes italianos para os Estados Unidos. Após a sua libertação mudou-se para Boston e conseguiu um emprego num negócio de vendas por catálogo. Um cliente espanhol enviava-lhe pelo correio um coupon de resposta, o qual permitia ao seu possuidor comprar selos em países estrangeiros para o envio de retorno ao invés de utilizar o dinheiro interno para comprar um selo.
Os preços destes coupons estavam ultrapassados, tendo sido reajustados em 1907 pela International Postal Union. A I Guerra Mundial alterou drasticamente as taxas de câmbio, permitindo aos compradores pagarem uma pequena quantia na Grã-Bretanha – ou mesmo menos na Alemanha com a sua divisa desvalorizada – e obter a encomenda de um selo de retorno que era válido nos Estados Unidos.
A margem destas pequenas encomendas postais era grande. Um tostão americano podia comprar encomendas de selos estrangeiros que podiam ser convertidos em seis centavos em selos dos EUA, com um lucro de 500 por cento. O problema era que seria preciso um camião inteiro de tais encomendas para ganhar dinheiro significativo. Um milhão de dólares de investimento envolveria uma centena de milhões de coupons de tostão – os quais teriam então de serem convertido em selos e vendidos em concorrência com o U.S. Post Office, presumivelmente com um desconto, principalmente em vizinhanças de imigrantes.
Enfatizando o principio da arbitragem ao invés de uma implementação laboriosa, Ponzi explicou que podia obter um ganho de 400 por cento após despesas. Ele prometia aos investidores duplicar o seu dinheiro em 90 dias, pretendo considerar os custos e o tempo de transporte da Europa para a América. Quando a sua Securities Exchange Company pagou aos primeiros investidores os altos retornos que ele havia descrito, eles difundiram a notícia junto a outros. O influxo de fundos para Ponzi aumentou de US$5000 em Fevereiro de 1920 para US$30 mil em Março em US$420 mil em Maio. Por volta de Julho, estavam a entrar na sua firma US$250 mil por dia, principalmente de pequenos investidores que deixavam os seus créditos contabilísticos ali para aumentarem ao invés de tomarem o seu dinheiro de volta. Algumas pessoas colocaram as poupanças de toda a sua vida no plano, e até tomaram dinheiro emprestado hipotecando as suas casas.
Ponzi gastou a maior parte do dinheiro consigo próprio, comprando uma mansão e trazendo a sua mãe da Itália. O repórter financeiro Clarence Barron (editor do Barron's) observou que se ele houvesse realmente investido o dinheiro como dizia aos seus investidores que havia feito, Ponzi teria de comprar 160 milhões de coupons de resposta postal. Mas os correios informaram que poucos estavam a ser comprados internamente ou no exterior, e apenas 27 mil estavam a circular nos Estados Unidos.
Agentes federais invadiram os escritórios de Ponzi no mês de Agosto e não encontram quaisquer coupons de resposta postal, assim como a polícia espanhola não encontrou selos de correio aptos para investimento no esquema de 2006. Ponzi foi mais uma vez sentenciado à prisão, mas fugiu e tentou fazer algum dinheiro rápido vendendo imóveis na Florida. Foi logo recapturado e deportado de volta para a Itália em 1934.
O que Ponzi vendia era esperança, aproveitando-se do desejo irrealista das pessoas de acreditar que fora descoberto um novo meio de obter ganhos fáceis, sem limites superiores de por quanto tempo os ganhos podem persistir acima da própria taxa de crescimento da economia. É uma medida de quão duro é obter retornos no mundo de hoje – e portanto, quão pouca esperança precisa ser estimulada – que enquanto Ponzi prometia duplicar o dinheiro investido a cada três meses, o esquema espanhol dos selos pagava apenas 6 a 10 por cento de retorno anual. Nenhuma fraude realmente obtém quaisquer ganhos ou lucros, mas simplesmente paga aos investidores com o novo dinheiro vindo de novos actores. Os novos influxos eram tratados como rendimentos. É assim que funcionam os esquema de pirâmide.
Era quase como se os operadores espanhóis houvessem lido uma das biografias de Ponzi que começaram a aparecer quando observadores perceberam os denominadores comuns entre a bolha financeiro global da década de 1990 e as bolhas primitivas. Estas bolhas apresentavam o contraste clássico entre a riqueza real das nações e o que a imprensa de negócios destes dias chama "criação de riqueza" que toma simplesmente a forma de aumento do preço dos activos – "ganhos de capital", a maior parte dos quais são ganhos no preço da terra.
Não há dúvida que os coleccionadores de selo teriam encarado o aumento dos preços dos selos como criação de riqueza se realmente houvesse ocorrido. Mas tudo o que teria sido alcançado era o inflacionamento dos preços dos velhos selos, tal como as fileiras crescentes de bilionários do mundo estivessem a aumentar preços de pinturas de grandes mestras e de arte moderna, mobiliário de designers e casas com frente para o mar. Se todas as poupanças da economia fossem para Rembrandts e Picassos, o seu preço obviamente dispararia, assim como aplicar US$6 mil milhões em selos postais teria estabelecido níveis mais elevados para os preços dos selos.
O fluxo de fundos para qualquer categoria de activos aumenta os seus preços. Isto é verdadeiro acima de tudo para a terra, uma das necessidades económicas mais universais e medida do status do consumo de luxo. Mas será que isto realmente "cria riqueza"? Será que os preços do mercado reflectem os valores de uso, os padrões de vida e o progresso da civilização.
O requisito característico para tais ganhos de preços é na verdade da escassez, mas não demasiada de forma a que não haja o suficiente para grande número de compradores fazerem um mercado. Se a utilidade psicológica é a chave, "escassez" tem valor apenas para um carácter aquisitivo compulsivo – vício da riqueza. Isto significa ter aquilo que falta a outras pessoas, com conotações de recusa. A maior parte do dinheiro à busca de mera escassez não está a ir para troféus dos novos ricos, mas sim para o mais abundante e também o mais escassos recurso universal: terra. A natureza não está a fazer mais disto. Mas todos precisam de terra para viver, tornando-a o objecto por excelência da poupança pessoal e dos negócios. Mesmo nas economias pós-industriais de hoje, a terra e a riqueza do seu subsolo representam os componentes maiores dos balanços nacionais.
Mas visto que a terra não pode ser fabricada, as poupanças não podem aumentar a sua oferta através do investimento. Isto coloca um problema traumatizante para os economistas. As estatísticas do rendimento nacional contam qualquer dinheiro gasto que não é consumido como poupança. Seguindo John Maynard Keynes, elas definem poupança como igual a investimento. Isto lança as sementes das confusão em relação ao carácter e às pré-condições do crescimento económico. Podemos nós realmente chamar a isto "criação de riqueza" quando a sociedade dirige as suas poupanças meramente para a especulação ao invés de elevar as forças produtivas ou os padrões de vida?
Os economistas clássicos vacilavam em tratar a terra como um factor de produção ou como um direito legal da propriedade para extrair uma portagem (tollbooth) de um dado sítio e cobrar um encargo de acesso tal como um imposto ao utilizador. Um factor de produção contribui para a produção e o rendimento quando mais rendimento é nele investido. Uma propriedade da qual se obtêm rendas reduz o fluxo do rendimento económico. Neste último caso a terra é parte do sistema de propriedade institucional, não o sector de produção da economia com base tecnológica.
O que não se discute é que o imobiliário é altamente político ao nível local. O desenvolvimento urbano tende a ser moldado por negócios de iniciados e os gastos com infraestrutura pública para aumentaram os preços da propriedade local e lobbying para obter baixas avaliações fiscais. É inquestionável que quanto mais economicamente poderosa se tornar uma fonte de riqueza, maior é o seu poder político para fazer lobby em favor de vantagens fiscais especiais. Ao nível nacional, o imobiliário utiliza parte do ser rendimento para apoiar políticos que lhe proporcionam uma ampliação do favoritismo fiscal sobre este rendimento especial.
Na esfera financeira, toda bolha tem sido dirigida por governos. As bolhas precisam ser orquestradas por formadores de opinião, endossadas por responsáveis públicos para dar-lhes uma patina de confiança. A "loucura das multidões" é um eufemismo concebido para afastar a culpa dos governos e transferi-la para o público. Nos Estados Unidos, Alan Greenspan desempenhou o papel de mestre público da bolha de forma semelhante àquele que Walpole desempenhou na bolha do Mar do Sul na Inglaterra e ao de John Law na bolha do Mississipi em França cerca de três séculos atrás, nos anos 1710.
Os balanços de hoje confundem a bolha da riqueza com formação de capital real. "Investimento" tornou-se qualquer coisa que os contabilistas digam que é. De modo que ter activo e valores de dívida dá a deriva para a ficção financeira de hoje. A prática de "marcação pelo mercado" ("marking to market") permite aos contabilistas projectarem ganhos hipotéticos a taxas de juro astronómicas, ou trivializando através da actualização, aplicar funções puramente matemáticas que perderam toda a conexão com taxas de crescimento realistas. O resultado é que o próprio sector financeiro tornou-se desligado da economia "real".
A tragédia do nosso tempo é que a poupança de hoje está a ser divergida por caminhos que estão desligados da formação de capital real, mas que simplesmente acrescentam encargos da dívida e da propriedade à economia.
Suponha-se que Ponzi houvesse realmente comprado International Postal Orders e que as companhias de selos espanholas houvessem realmente investido US$6 mil milhões em selos e moedas raras, fazendo subir o seu preço a fim de criar ganhos para os investidores. A quem venderiam elas, a fim de tomarem os seus ganhos? (Isto é o problema proverbial do "louco maior".) Indo mais directamente ao principal, quão positivo teria sido o vasto efeito económico de tal inflação do preço dos activos?
As bolhas recentes do mercado de acções e do imobiliário são tal como esquemas de pirâmide no sentido de que altear os preços das acções e da propriedade é um influxo exponencial de novo dinheiro de planos de pensão e fundos mútuos (para acções) e de crédito bancário (para imobiliário). Os capitalistas de risco estão a refinanciar-se ("cashing out") enquanto administradores corporativos exercem as suas opções de acções.
Suponha-se que as companhias de empacotamento de hipotecas sejam honestas nas suas avaliações das tendências de preços actuais. A bolha imobiliária, contudo, é especulativa e pós-industrial. A analogia é revelada quando administradores financeiros endossam políticas governamentais que encorajam a inflação de preços para acções e títulos, selos e moedas, Rembrandts e arte moderna com a afirmação de que isto cria riqueza e portanto, por definição, faz avançar os padrões de vida e de cultura.
O que está errado neste quadro? Para começar, ele falha em definir valor como algo distinto do preço, ganhos inesperados e ganhos de capital como distintos do rendimento obtido. Ele também esquece o facto que os preços do mercado sobem e descem, mas que as dívidas permanecem no lugar onde estão. E quando as dívidas não podem ser pagas, as poupanças são destruídas.
Em 9 de Maio de 2006, o preço das acções da Escala caíram pela metade quando a notícia do raid da polícia difundiu-se. Na sexta-feira a sua acção havia caído quase 90 por cento. Na segunda-feira saltou 50 por cento, de US$4,34 para o fecho de US$9,45 por acção na quinta-feira. Os hedge funds estavam a fazer e perder dinheiro, minimizando os ganhos e perdas feitos com o comércio de selos. Um verdadeiro mercado no crime, a punição e a fuga ao castigo estava em causa.
O que tem isto a ver com a verdadeira formação de capital? Indivíduos estão a ficar ricos enquanto a economia está a polarizar-se entre credores e devedores, donos da propriedade e pagadores de rendas. O investimento improdutivo verifica-se quando assume a forma de ganhos de "capital" inesperados, e quando isto envolve entrar em dívida para o imobiliário, acções, títulos ou "coleccionáveis". O crédito improdutivo verifica-se quando bancos comerciais fazem empréstimos que simplesmente financiam a compra de propriedade, companhias ou títulos financeiros já existentes.
Dois séculos atrás, os seguidores franceses do conde Henry St. Simon conceberam um sistema industrial que devia ser baseado principalmente no financiamento por acções ao invés de sê-lo pela dívida (títulos e empréstimos bancários). A sua ideia era tornar a banca industrial uma espécie de fundo mútuo, de modo que as reivindicações de pagamento (e portanto o valor das poupanças) ascenderiam e cairiam de modo a reflectir o poder de rendimento da economia. A banca industrial que se desenvolveu amplamente na Alemanha e na Europa Central diferia do curto-prazista crédito comercial com colateral anglo-americano e no empréstimo hipotecário. Mas desde a I Guerra Mundial, as práticas financeiras globais têm sido mais extractivas do que produtivas.
A consequência foi que dívidas ao nível mais vasto da economia cresceram mais rapidamente do que a capacidade para pagar. Ao invés de reduzir este encargo da dívida arranjando um meio para dela sair, as economias têm procurado inchar o caminho de saída. Contudo, o modo de inflação não é a elevação familiar nos preços do consumidor, muito menos inflação de salários. É, ao contrário, inflação do preço dos activos, proveniente em grande medida dos Estados Unidos. Desde que o padrão ouro deu lugar ao padrão dólar de papel, em 1971, a economia dos EUA tornou-se a única a ser capaz de criar crédito – e dívida externa – sem constrangimento. O resultado tem sido um crescimento sem paralelo da dívida em relação ao rendimento, à produção e aos salários. Esta "poluição da dívida" tem sido comparada à poluição ambiental.
Entrámos numa era em que os mercados financeiros assemelham-se aos fundos de compra de selos. Os governos substituíram o crescimento industrial pela criação de riqueza puramente financeira na forma de bolhas do mercado imobiliário e de acções. Isto pôs o universo económico de cabeça para baixo em relação às expectativas dos escritores clássicos quanto ao progresso tecnológico desencadeado pela Revolução Industrial e suas revoluções agrícolas, comerciais e financeiras paralelas. A propriedade e o crédito tornaram-se custo ao invés de benefício, formas institucionais de extracção de renda e de juros que sobrecarregam ao invés de ajudarem.
Michael Hudson
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Se os media foram capazes de aguardar até tão tardiamente o colapso financeiro da semana passada para apresentar diagramas sobre como os esquema de Ponzi precisam manter-se a crescer exponencialmente, isso é simplesmente porque as más notícias financeiras não são consideradas valiosas na América do Norte. Mas a Europa tem estado a fazer os seus próprios ensaios, encabeçada pela Espanha – a qual, não por coincidência, está agora a experimentar a maior queda imobiliária fora das economias pós-soviéticas.
O melhor estudo de caso verificou-se dois anos atrás. Em 9 de Maio de 2006, a polícia espanhola invadiu 21 casas e escritórios da Afinsa Bienes Tangibles SA, o maior negociante de selos de correio, e uma firma rival, Forum Filatélico. Acusaram onze pessoas de dirigir um esquema pirâmide de US$6,4 mil milhões que (juntamente com a Afinsa) atingiu 343 mil investidores – 1 por cento de toda a população da Espanha, tornando a fraude uma das maiores da história do país.
Quando investidores se afastam da formação de capital tangível e preferem comprar selos de correio e objectos semelhantes uma economia ou está perturbada ou perdeu o seu senso de equilíbrio. Ao contrário da maquinaria e da tecnologia, selos não produzem bens e serviços reais. Desde há muito são impressos e vendidos pelos governos e nunca serão realmente utilizados para postar cartas. Contudo, os selos mostraram-se um grande veículo para atrair poupadores, os quais pensam que comprá-los pode produzir um crescimento de rendimentos exponencial – ou, mais tecnicamente, ganhos de "capital", se pudermos estender a terminologia económica suficientemente longe para chamar de "capital" a uma colecção de selos.
Se o valor resultasse simplesmente da escassez, então todos os selos de correio, moedas e pinturas de mestres pareceriam aumentar quase automaticamente ao longo do tempo, tal como a maior parte da terra. Mas estes troféus de riqueza não promovem a elevação da produção, do consumo ou dos padrões de vida. Como selos não rendem dinheiro empregando trabalho para produzir bens e serviços, os seus ganhos de preço não são nem lucro nem ganhos de capital como se entende no sentido clássico. Eles são o que os economistas chamam de ganhos inesperados.
O esquema espanhol dos selos de correio parece tem levantado voo em 2003, o ano que o governo conservador e favorável ao livre-mercado da Espanha desregulamentou os seguros e a supervisão para fundos de investimento não financeiros. A Afinsa Group comprou os dois terços de controle da casa de leilões de selos e moedas Greg Manning, de Nova Jersey, e fundiu-se com o leiloeiro espanhol Auctentia para criar a Escala, a terceira maior firma de leilões do mundo (após a Sotheby's e a Christie's). A Escala mudou as suas operações para a cidade de Nova York e listou as suas acções no mercado de balcão da Nasdaq. Apesar da tendência letárgica do mercado de acções, os ganhos da companhia mostraram um crescimento tão rápido que em apenas três anos o preço da sua acção subiu de menos de US$5 para US$35, triplicando apenas em 2005.
As compras da Afinsa representavam 70 por cento dos lucros da Escala, graças em grande parte ao facto de que, como seu único fornecedor, a Escala alcavalava os seus selos com uma margem de 1.150 por cento, muito além dos 25 por cento habituais. A Afinsa então estava a registar na sua contabilidade selos pelos quais pagava 58 milhões de euros a €723 milhões, mais de dez vezes os seus valores de catálogo – os quais são ficticiamente altos de qualquer forma, sendo publicados principalmente em benefício dos comerciantes de selos a fim de que possam dar aos seus clientes a ideia de que estão a efectuar uma boa compra. Mas, como explicou o presidente do Forum Filatélico, Francisco Briones, a um repórter do Financial Times de Londres, "era normal cobrar aos clientes preços tão inflacionados devido aos serviços que proporcionavam ... incluindo a custódia e conservação dos selos".
A Afinsa pagava aos seus investidores em selos uma taxa de juros anual de 6 a 10 por cento, superando a maior parte dos rendimentos competidores quando a bolha financeira global pressionava as taxas de juros para baixo. (Os títulos do governo espanhol pagavam apenas 3,5 por cento.) Para aumentar a confiança, a Afinsa dava aos seus clientes cheques pós-datados relativo aos ganhos que eram prometidos. Ela também prometia comprar de volta os selos que vendia, ao preço original. Isto dava uma aparência de liquidez ao normalmente ilíquido mercado de selos, obras de arte e outros bens coleccionáveis, em que comissões de 25 por cento para os leiloeiros são normais. Estas tácticas convenciam a maioria a simplesmente reinvestir o dinheiro para comprar ainda mais selos, os quais a companhia mantinha ostensivamente nos seus escritórios para salvaguarda e preservação.
O dinheiro era despejado ali, dando aos investidores em acções do Escala retornos muito mais elevados do que os clientes compradores de selos estavam a receber nominalmente. Como observou um repórter, por que comprar selos e moedas quando se pode investir em companhias que negoceiam com eles? Mas, uma semana após as prisões, as acções do Escala mergulharam abaixo do US$4 por unidade.
O desenlace verificou-se logo após o Lloyd's de Londres retirar-se de uma apólice de €1,2 mil milhões para segurar os selos da Afinsa. Um dos seus peritos percebeu que se US$6 mil milhões houvessem realmente sido investidos, isto teria comprado todos os selos para investimento no mundo todo muitas vezes. O facto de que os preços dos selos não reflectiam compras tão extraordinárias implicava que poucas transacções de selos de boa fé verificaram-se de todo, e que havia uma super-facturação maciça.
Quando o assunto foi deslindado, a maior parte dos selos da Afinsa não tinha valor como investimento. Isto explicava porque não havia receitas das transacções com a Escala. A polícia descobriu 10 milhões em notas de 500€ ao romper uma parede recentemente camuflada na casa de Madrid do principal fornecedor da Afinsa, Francisco Guijarro. O que não puderam encontrar foram quaisquer recibos para os selos que ele alegadamente comprara. A apesar das margens incrivelmente altas cobradas para cuidar da colecção de selos, as falsificações eram frequentes, como o Lloyd's suspeitara. Concluindo que as facturas que o Senhor Guijarro havia enviado à Afinsa eram apenas uma cobertura para uma operação de lavagem de dinheiro, os promotores acusaram os membros da família e os responsáveis que controlavam a Afinsa de desfalque, lavagem de dinheiro, evasão fiscal, bancarrota fraudulenta, quebra de confiança e falsificação.
As prisões trazem à memória uma das mais famosas fraudes dos EUA envolvendo selos de correio há 86 anos atrás, em 1920, cometida por Charles Ponzi – o homem que baptizou com o seu nome o esquema da pirâmide. Ele chegou a Boston em 1903 com apenas US$2,50 no bolso. Como não falava bem o inglês, assumiu trabalhos servis. Despedido do emprego de criado de mesa por aldrabar clientes nos trocos, mudou-se para Montreal e tornou-se caixa assistente no banco de um imigrante italiano. Este cresceu rapidamente por pagar o dobro das taxas de juros normais de 3 por cento em contas-poupança, mas fracassou quando os seus empréstimos imobiliários começaram a ir mal. A tentativa do banco de dar a impressão de solvência parecem ter dado a Ponzi a ideia de pagar juros a partir de novas entradas de depósitos ao invés de fazê-lo a partir de rendimentos reais. Enquanto os clientes sentissem que estavam a receber juros regularmente, tendiam a ficar calmos quanto ao capital principal.
Ponzi foi mandado para uma prisão canadiana por falsificação, e depois foi encarcerado em Atlanta por tentar contrabandear imigrantes italianos para os Estados Unidos. Após a sua libertação mudou-se para Boston e conseguiu um emprego num negócio de vendas por catálogo. Um cliente espanhol enviava-lhe pelo correio um coupon de resposta, o qual permitia ao seu possuidor comprar selos em países estrangeiros para o envio de retorno ao invés de utilizar o dinheiro interno para comprar um selo.
Os preços destes coupons estavam ultrapassados, tendo sido reajustados em 1907 pela International Postal Union. A I Guerra Mundial alterou drasticamente as taxas de câmbio, permitindo aos compradores pagarem uma pequena quantia na Grã-Bretanha – ou mesmo menos na Alemanha com a sua divisa desvalorizada – e obter a encomenda de um selo de retorno que era válido nos Estados Unidos.
A margem destas pequenas encomendas postais era grande. Um tostão americano podia comprar encomendas de selos estrangeiros que podiam ser convertidos em seis centavos em selos dos EUA, com um lucro de 500 por cento. O problema era que seria preciso um camião inteiro de tais encomendas para ganhar dinheiro significativo. Um milhão de dólares de investimento envolveria uma centena de milhões de coupons de tostão – os quais teriam então de serem convertido em selos e vendidos em concorrência com o U.S. Post Office, presumivelmente com um desconto, principalmente em vizinhanças de imigrantes.
Enfatizando o principio da arbitragem ao invés de uma implementação laboriosa, Ponzi explicou que podia obter um ganho de 400 por cento após despesas. Ele prometia aos investidores duplicar o seu dinheiro em 90 dias, pretendo considerar os custos e o tempo de transporte da Europa para a América. Quando a sua Securities Exchange Company pagou aos primeiros investidores os altos retornos que ele havia descrito, eles difundiram a notícia junto a outros. O influxo de fundos para Ponzi aumentou de US$5000 em Fevereiro de 1920 para US$30 mil em Março em US$420 mil em Maio. Por volta de Julho, estavam a entrar na sua firma US$250 mil por dia, principalmente de pequenos investidores que deixavam os seus créditos contabilísticos ali para aumentarem ao invés de tomarem o seu dinheiro de volta. Algumas pessoas colocaram as poupanças de toda a sua vida no plano, e até tomaram dinheiro emprestado hipotecando as suas casas.
Ponzi gastou a maior parte do dinheiro consigo próprio, comprando uma mansão e trazendo a sua mãe da Itália. O repórter financeiro Clarence Barron (editor do Barron's) observou que se ele houvesse realmente investido o dinheiro como dizia aos seus investidores que havia feito, Ponzi teria de comprar 160 milhões de coupons de resposta postal. Mas os correios informaram que poucos estavam a ser comprados internamente ou no exterior, e apenas 27 mil estavam a circular nos Estados Unidos.
Agentes federais invadiram os escritórios de Ponzi no mês de Agosto e não encontram quaisquer coupons de resposta postal, assim como a polícia espanhola não encontrou selos de correio aptos para investimento no esquema de 2006. Ponzi foi mais uma vez sentenciado à prisão, mas fugiu e tentou fazer algum dinheiro rápido vendendo imóveis na Florida. Foi logo recapturado e deportado de volta para a Itália em 1934.
O que Ponzi vendia era esperança, aproveitando-se do desejo irrealista das pessoas de acreditar que fora descoberto um novo meio de obter ganhos fáceis, sem limites superiores de por quanto tempo os ganhos podem persistir acima da própria taxa de crescimento da economia. É uma medida de quão duro é obter retornos no mundo de hoje – e portanto, quão pouca esperança precisa ser estimulada – que enquanto Ponzi prometia duplicar o dinheiro investido a cada três meses, o esquema espanhol dos selos pagava apenas 6 a 10 por cento de retorno anual. Nenhuma fraude realmente obtém quaisquer ganhos ou lucros, mas simplesmente paga aos investidores com o novo dinheiro vindo de novos actores. Os novos influxos eram tratados como rendimentos. É assim que funcionam os esquema de pirâmide.
Era quase como se os operadores espanhóis houvessem lido uma das biografias de Ponzi que começaram a aparecer quando observadores perceberam os denominadores comuns entre a bolha financeiro global da década de 1990 e as bolhas primitivas. Estas bolhas apresentavam o contraste clássico entre a riqueza real das nações e o que a imprensa de negócios destes dias chama "criação de riqueza" que toma simplesmente a forma de aumento do preço dos activos – "ganhos de capital", a maior parte dos quais são ganhos no preço da terra.
Não há dúvida que os coleccionadores de selo teriam encarado o aumento dos preços dos selos como criação de riqueza se realmente houvesse ocorrido. Mas tudo o que teria sido alcançado era o inflacionamento dos preços dos velhos selos, tal como as fileiras crescentes de bilionários do mundo estivessem a aumentar preços de pinturas de grandes mestras e de arte moderna, mobiliário de designers e casas com frente para o mar. Se todas as poupanças da economia fossem para Rembrandts e Picassos, o seu preço obviamente dispararia, assim como aplicar US$6 mil milhões em selos postais teria estabelecido níveis mais elevados para os preços dos selos.
O fluxo de fundos para qualquer categoria de activos aumenta os seus preços. Isto é verdadeiro acima de tudo para a terra, uma das necessidades económicas mais universais e medida do status do consumo de luxo. Mas será que isto realmente "cria riqueza"? Será que os preços do mercado reflectem os valores de uso, os padrões de vida e o progresso da civilização.
O requisito característico para tais ganhos de preços é na verdade da escassez, mas não demasiada de forma a que não haja o suficiente para grande número de compradores fazerem um mercado. Se a utilidade psicológica é a chave, "escassez" tem valor apenas para um carácter aquisitivo compulsivo – vício da riqueza. Isto significa ter aquilo que falta a outras pessoas, com conotações de recusa. A maior parte do dinheiro à busca de mera escassez não está a ir para troféus dos novos ricos, mas sim para o mais abundante e também o mais escassos recurso universal: terra. A natureza não está a fazer mais disto. Mas todos precisam de terra para viver, tornando-a o objecto por excelência da poupança pessoal e dos negócios. Mesmo nas economias pós-industriais de hoje, a terra e a riqueza do seu subsolo representam os componentes maiores dos balanços nacionais.
Mas visto que a terra não pode ser fabricada, as poupanças não podem aumentar a sua oferta através do investimento. Isto coloca um problema traumatizante para os economistas. As estatísticas do rendimento nacional contam qualquer dinheiro gasto que não é consumido como poupança. Seguindo John Maynard Keynes, elas definem poupança como igual a investimento. Isto lança as sementes das confusão em relação ao carácter e às pré-condições do crescimento económico. Podemos nós realmente chamar a isto "criação de riqueza" quando a sociedade dirige as suas poupanças meramente para a especulação ao invés de elevar as forças produtivas ou os padrões de vida?
Os economistas clássicos vacilavam em tratar a terra como um factor de produção ou como um direito legal da propriedade para extrair uma portagem (tollbooth) de um dado sítio e cobrar um encargo de acesso tal como um imposto ao utilizador. Um factor de produção contribui para a produção e o rendimento quando mais rendimento é nele investido. Uma propriedade da qual se obtêm rendas reduz o fluxo do rendimento económico. Neste último caso a terra é parte do sistema de propriedade institucional, não o sector de produção da economia com base tecnológica.
O que não se discute é que o imobiliário é altamente político ao nível local. O desenvolvimento urbano tende a ser moldado por negócios de iniciados e os gastos com infraestrutura pública para aumentaram os preços da propriedade local e lobbying para obter baixas avaliações fiscais. É inquestionável que quanto mais economicamente poderosa se tornar uma fonte de riqueza, maior é o seu poder político para fazer lobby em favor de vantagens fiscais especiais. Ao nível nacional, o imobiliário utiliza parte do ser rendimento para apoiar políticos que lhe proporcionam uma ampliação do favoritismo fiscal sobre este rendimento especial.
Na esfera financeira, toda bolha tem sido dirigida por governos. As bolhas precisam ser orquestradas por formadores de opinião, endossadas por responsáveis públicos para dar-lhes uma patina de confiança. A "loucura das multidões" é um eufemismo concebido para afastar a culpa dos governos e transferi-la para o público. Nos Estados Unidos, Alan Greenspan desempenhou o papel de mestre público da bolha de forma semelhante àquele que Walpole desempenhou na bolha do Mar do Sul na Inglaterra e ao de John Law na bolha do Mississipi em França cerca de três séculos atrás, nos anos 1710.
Os balanços de hoje confundem a bolha da riqueza com formação de capital real. "Investimento" tornou-se qualquer coisa que os contabilistas digam que é. De modo que ter activo e valores de dívida dá a deriva para a ficção financeira de hoje. A prática de "marcação pelo mercado" ("marking to market") permite aos contabilistas projectarem ganhos hipotéticos a taxas de juro astronómicas, ou trivializando através da actualização, aplicar funções puramente matemáticas que perderam toda a conexão com taxas de crescimento realistas. O resultado é que o próprio sector financeiro tornou-se desligado da economia "real".
A tragédia do nosso tempo é que a poupança de hoje está a ser divergida por caminhos que estão desligados da formação de capital real, mas que simplesmente acrescentam encargos da dívida e da propriedade à economia.
Suponha-se que Ponzi houvesse realmente comprado International Postal Orders e que as companhias de selos espanholas houvessem realmente investido US$6 mil milhões em selos e moedas raras, fazendo subir o seu preço a fim de criar ganhos para os investidores. A quem venderiam elas, a fim de tomarem os seus ganhos? (Isto é o problema proverbial do "louco maior".) Indo mais directamente ao principal, quão positivo teria sido o vasto efeito económico de tal inflação do preço dos activos?
As bolhas recentes do mercado de acções e do imobiliário são tal como esquemas de pirâmide no sentido de que altear os preços das acções e da propriedade é um influxo exponencial de novo dinheiro de planos de pensão e fundos mútuos (para acções) e de crédito bancário (para imobiliário). Os capitalistas de risco estão a refinanciar-se ("cashing out") enquanto administradores corporativos exercem as suas opções de acções.
Suponha-se que as companhias de empacotamento de hipotecas sejam honestas nas suas avaliações das tendências de preços actuais. A bolha imobiliária, contudo, é especulativa e pós-industrial. A analogia é revelada quando administradores financeiros endossam políticas governamentais que encorajam a inflação de preços para acções e títulos, selos e moedas, Rembrandts e arte moderna com a afirmação de que isto cria riqueza e portanto, por definição, faz avançar os padrões de vida e de cultura.
O que está errado neste quadro? Para começar, ele falha em definir valor como algo distinto do preço, ganhos inesperados e ganhos de capital como distintos do rendimento obtido. Ele também esquece o facto que os preços do mercado sobem e descem, mas que as dívidas permanecem no lugar onde estão. E quando as dívidas não podem ser pagas, as poupanças são destruídas.
Em 9 de Maio de 2006, o preço das acções da Escala caíram pela metade quando a notícia do raid da polícia difundiu-se. Na sexta-feira a sua acção havia caído quase 90 por cento. Na segunda-feira saltou 50 por cento, de US$4,34 para o fecho de US$9,45 por acção na quinta-feira. Os hedge funds estavam a fazer e perder dinheiro, minimizando os ganhos e perdas feitos com o comércio de selos. Um verdadeiro mercado no crime, a punição e a fuga ao castigo estava em causa.
O que tem isto a ver com a verdadeira formação de capital? Indivíduos estão a ficar ricos enquanto a economia está a polarizar-se entre credores e devedores, donos da propriedade e pagadores de rendas. O investimento improdutivo verifica-se quando assume a forma de ganhos de "capital" inesperados, e quando isto envolve entrar em dívida para o imobiliário, acções, títulos ou "coleccionáveis". O crédito improdutivo verifica-se quando bancos comerciais fazem empréstimos que simplesmente financiam a compra de propriedade, companhias ou títulos financeiros já existentes.
Dois séculos atrás, os seguidores franceses do conde Henry St. Simon conceberam um sistema industrial que devia ser baseado principalmente no financiamento por acções ao invés de sê-lo pela dívida (títulos e empréstimos bancários). A sua ideia era tornar a banca industrial uma espécie de fundo mútuo, de modo que as reivindicações de pagamento (e portanto o valor das poupanças) ascenderiam e cairiam de modo a reflectir o poder de rendimento da economia. A banca industrial que se desenvolveu amplamente na Alemanha e na Europa Central diferia do curto-prazista crédito comercial com colateral anglo-americano e no empréstimo hipotecário. Mas desde a I Guerra Mundial, as práticas financeiras globais têm sido mais extractivas do que produtivas.
A consequência foi que dívidas ao nível mais vasto da economia cresceram mais rapidamente do que a capacidade para pagar. Ao invés de reduzir este encargo da dívida arranjando um meio para dela sair, as economias têm procurado inchar o caminho de saída. Contudo, o modo de inflação não é a elevação familiar nos preços do consumidor, muito menos inflação de salários. É, ao contrário, inflação do preço dos activos, proveniente em grande medida dos Estados Unidos. Desde que o padrão ouro deu lugar ao padrão dólar de papel, em 1971, a economia dos EUA tornou-se a única a ser capaz de criar crédito – e dívida externa – sem constrangimento. O resultado tem sido um crescimento sem paralelo da dívida em relação ao rendimento, à produção e aos salários. Esta "poluição da dívida" tem sido comparada à poluição ambiental.
Entrámos numa era em que os mercados financeiros assemelham-se aos fundos de compra de selos. Os governos substituíram o crescimento industrial pela criação de riqueza puramente financeira na forma de bolhas do mercado imobiliário e de acções. Isto pôs o universo económico de cabeça para baixo em relação às expectativas dos escritores clássicos quanto ao progresso tecnológico desencadeado pela Revolução Industrial e suas revoluções agrícolas, comerciais e financeiras paralelas. A propriedade e o crédito tornaram-se custo ao invés de benefício, formas institucionais de extracção de renda e de juros que sobrecarregam ao invés de ajudarem.
Michael Hudson
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Apelo da sociedade civil palestina: "Cessar o massacre de Gaza – Boicotar Israel já!"
O sionismo volta a assassinar:
1.282 mortos e 900 feridos pelos F-16 de Israel
1.100 toneladas de bombas sobre uma população civil indefesa
1.cumplicidade da União Europeia no crime
Hoje, 27/Dezembro/2008,o exército israelense de ocupação cometeu um novo massacre em Gaza, matando e ferindo centenas de civis palestinos, inclusive um número ainda não estabelecido de escolares que retornavam da escala quando começaram os primeiros ataques israelenses. Este último banho de sangue, se bem que mais implacável que os anteriores, não é o primeiro perpetrado perpetrado pelo Estado sionista. Ele coroa meses de um sítio israelense contra Gaza que deveria ser amplamente condenado e sancionado como um acto de genocídio contra 1,5 milhão de palestinos que vivem naquela faixa costeira.
Gaza, 27 décembre 2008 (palestine-info.cc)
Israel parece querer marcar o seu 60º ano de existência da mesma maneira como se instalou – a perpetrar massacres contra o povo palestino. Em 1948, a maioria da população palestina autóctone sofreu uma limpeza étnica sendo expulsa dos seus lares e das suas terras, em parte por massacres como o de Deir Yassin. Hoje, os palestinos de Gaza, cuja maior parte é constituída por refugiados, não tem mesmo a opção de procurar refúgio em outro lado. Aprisionados por trás dos muros de um gueto e acuados à beira da fome pelo sítio, eles são os alvos fáceis dos bombardeamentos cegos de Israel.
O professor Richard Falk, relator especial do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados e professor emérito de direito internacional na Universidade de Princeton, descreveu nestes termos o cerca israelense de Gaza no ano passado, quando este ainda não era comparável em gravidade à situação actual:
"Será um exagero irresponsável associar o tratamento dos palestinos às práticas de atrocidades colectivas dos nazis? Não creio. Os recentes desenvolvimentos em Gaza são particularmente inquietantes porque exprimem de modo evidente uma intenção deliberada da parte de Israel e dos seus aliados de submeter toda uma comunidade humana a condições da maior crueldade que põem em perigo a sua vida. A sugestão de que este esquema de conduta é um holocausto em vias de ser feito representa um apelo bastante desesperado aos governos do mundo e à opinião pública internacional para que ajam com urgência a fim de impedir que estas tendências actuais ao genocídio não conduzam a uma tragédia colectiva".
O episódio mais brutal desta "tragédia colectiva" é o que vemos hoje
Os crimes de guerra de Israel e outras graves violações do direito internacional em Gaza, assim como no resto dos territórios palestinos ocupados, inclusive Jerusalém, não teriam podido ser cometidos sem a cumplicidade directa ou indirecta dos governos do mundo, em particular dos Estados Unidos, da União Europeia, do Egipto e de outros regimes árabes.
Enquanto o governo dos Estados Unidos sempre apadrinhou, financiou e protegeu da censura internacional as políticas do apartheid e coloniais de Israel contra a população autóctone da Palestina, a União Europeia mostrou-se incapaz no passado de apresentar uma cara de respeito pelo direito internacional e pelos direitos humanos universais. Esta distinção terminou efectivamente a 9 de Dezembro último, quando o Conselho da União Europeia decidiu por unanimidade recompensar o desprezo criminoso de Israel pelo direito internacional com a revalorização do Acordo de associado entre a UE e Israel. Este deduziu claramente, a partir desta decisão, que a UE tolera as suas acções contra os palestinos submetidos à sua ocupação. A sociedade civil palestina recebeu igualmente a mensagem: os governos europeus tornaram-se tão cúmplices dos crimes de guerra de Israel quanto o governo dos EUA.
A grande maioria dos governos do mundo, particularmente no Sul, têm igualmente uma parte da responsabilidade. Continuando como de costume a fazer negócios com Israel, por acordos comerciais, compras de armas, ligações universitárias e culturais, aberturas diplomáticas, ele forneceram a base necessária para a cumplicidade das potências mundiais e, em consequência, à impunidade de Israel. Além disso, a sua inacção na ONU é indesculpável.
O padre Miguel D'Escoto Brockman, presidente da Assembleia Geral da ONU, preconizou num discurso recente diante da Assembleia o único caminho moral a seguir pelas nações do mundo nas suas relações com Israel:
"Há mais de 20 anos, nós, as Nações Unidas, havíamos seguido a via da sociedade civil quando havíamos acordado que eram necessárias sanções para proporcionar meios de pressão não violentos contra a África do Sul a fim de que ela ponha fim às suas violências. Hoje deveríamos considerar seguir a via de uma nova geração da sociedade civil, que apela a uma campanha não violenta semelhante de boicote, de desinvestimento e de sanções para fazer pressão sobre Israel a fim de que ponha um fim às suas violações".
Agora, mais do que nunca, o Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC) apela à sociedade civil internacional a que não se limite a protestar e condenar de diversas maneiras o massacre perpetrado por Israel em Gaza, mas a igualmente associar-se à campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel para por fim à sua impunidade e fazê-lo responsável por suas violações sistemáticas do direito internacional e dos direitos dos palestinos. Sem uma pressão sustentada e eficaz exercida pelas pessoas de consciência do mundo inteiro, Israel continuará a perpetrar gradualmente seus actos de genocídio contra os palestinos, enterrando toda perspectiva de uma paz justa no sangue e sob as ruínas de Gaza, Nablus e Jerusalém.
Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC)
[Palestinian Boycott, Divestment and Sanctions National Committee, (BNC)]
Ramalá ocupada, Palestina
27 de Dezembro de 2008.
* O Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC) inclui as seguintesorganizações:
Council of National and Islamic Forces in Palestine ; General Union of Palestinian Workers ; Palestinian General Federation of Trade Unions ; Palestinian Non-Governmental Organizations' Network (PNGO) ; Federation of Independent Trade Unions ; Union of Palestinian Charitable Organizations ; Global Palestine Right of Return Coalition ; Occupied Palestine and Golan Heights Advocacy Initiative (OPGAI) ; General Union of Palestinian Women ; Palestinian Farmers Union (PFU) ; Grassroots Palestinian Anti-Apartheid Wall Campaign (STW) ; Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel (PACBI) ; National Committee to Commemorate the Nakba ; Civic Coalition for the Defense of Palestinian Rights in Jerusalem (CCDPRJ) ; Coalition for Jerusalem ; and Palestinian Economic Monitor.
BNC*
Este texto encontra-se em http://resistir.info/
1.282 mortos e 900 feridos pelos F-16 de Israel
1.100 toneladas de bombas sobre uma população civil indefesa
1.cumplicidade da União Europeia no crime
Hoje, 27/Dezembro/2008,o exército israelense de ocupação cometeu um novo massacre em Gaza, matando e ferindo centenas de civis palestinos, inclusive um número ainda não estabelecido de escolares que retornavam da escala quando começaram os primeiros ataques israelenses. Este último banho de sangue, se bem que mais implacável que os anteriores, não é o primeiro perpetrado perpetrado pelo Estado sionista. Ele coroa meses de um sítio israelense contra Gaza que deveria ser amplamente condenado e sancionado como um acto de genocídio contra 1,5 milhão de palestinos que vivem naquela faixa costeira.
Gaza, 27 décembre 2008 (palestine-info.cc)
Israel parece querer marcar o seu 60º ano de existência da mesma maneira como se instalou – a perpetrar massacres contra o povo palestino. Em 1948, a maioria da população palestina autóctone sofreu uma limpeza étnica sendo expulsa dos seus lares e das suas terras, em parte por massacres como o de Deir Yassin. Hoje, os palestinos de Gaza, cuja maior parte é constituída por refugiados, não tem mesmo a opção de procurar refúgio em outro lado. Aprisionados por trás dos muros de um gueto e acuados à beira da fome pelo sítio, eles são os alvos fáceis dos bombardeamentos cegos de Israel.
O professor Richard Falk, relator especial do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para os Territórios Palestinos Ocupados e professor emérito de direito internacional na Universidade de Princeton, descreveu nestes termos o cerca israelense de Gaza no ano passado, quando este ainda não era comparável em gravidade à situação actual:
"Será um exagero irresponsável associar o tratamento dos palestinos às práticas de atrocidades colectivas dos nazis? Não creio. Os recentes desenvolvimentos em Gaza são particularmente inquietantes porque exprimem de modo evidente uma intenção deliberada da parte de Israel e dos seus aliados de submeter toda uma comunidade humana a condições da maior crueldade que põem em perigo a sua vida. A sugestão de que este esquema de conduta é um holocausto em vias de ser feito representa um apelo bastante desesperado aos governos do mundo e à opinião pública internacional para que ajam com urgência a fim de impedir que estas tendências actuais ao genocídio não conduzam a uma tragédia colectiva".
O episódio mais brutal desta "tragédia colectiva" é o que vemos hoje
Os crimes de guerra de Israel e outras graves violações do direito internacional em Gaza, assim como no resto dos territórios palestinos ocupados, inclusive Jerusalém, não teriam podido ser cometidos sem a cumplicidade directa ou indirecta dos governos do mundo, em particular dos Estados Unidos, da União Europeia, do Egipto e de outros regimes árabes.
Enquanto o governo dos Estados Unidos sempre apadrinhou, financiou e protegeu da censura internacional as políticas do apartheid e coloniais de Israel contra a população autóctone da Palestina, a União Europeia mostrou-se incapaz no passado de apresentar uma cara de respeito pelo direito internacional e pelos direitos humanos universais. Esta distinção terminou efectivamente a 9 de Dezembro último, quando o Conselho da União Europeia decidiu por unanimidade recompensar o desprezo criminoso de Israel pelo direito internacional com a revalorização do Acordo de associado entre a UE e Israel. Este deduziu claramente, a partir desta decisão, que a UE tolera as suas acções contra os palestinos submetidos à sua ocupação. A sociedade civil palestina recebeu igualmente a mensagem: os governos europeus tornaram-se tão cúmplices dos crimes de guerra de Israel quanto o governo dos EUA.
A grande maioria dos governos do mundo, particularmente no Sul, têm igualmente uma parte da responsabilidade. Continuando como de costume a fazer negócios com Israel, por acordos comerciais, compras de armas, ligações universitárias e culturais, aberturas diplomáticas, ele forneceram a base necessária para a cumplicidade das potências mundiais e, em consequência, à impunidade de Israel. Além disso, a sua inacção na ONU é indesculpável.
O padre Miguel D'Escoto Brockman, presidente da Assembleia Geral da ONU, preconizou num discurso recente diante da Assembleia o único caminho moral a seguir pelas nações do mundo nas suas relações com Israel:
"Há mais de 20 anos, nós, as Nações Unidas, havíamos seguido a via da sociedade civil quando havíamos acordado que eram necessárias sanções para proporcionar meios de pressão não violentos contra a África do Sul a fim de que ela ponha fim às suas violências. Hoje deveríamos considerar seguir a via de uma nova geração da sociedade civil, que apela a uma campanha não violenta semelhante de boicote, de desinvestimento e de sanções para fazer pressão sobre Israel a fim de que ponha um fim às suas violações".
Agora, mais do que nunca, o Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC) apela à sociedade civil internacional a que não se limite a protestar e condenar de diversas maneiras o massacre perpetrado por Israel em Gaza, mas a igualmente associar-se à campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel para por fim à sua impunidade e fazê-lo responsável por suas violações sistemáticas do direito internacional e dos direitos dos palestinos. Sem uma pressão sustentada e eficaz exercida pelas pessoas de consciência do mundo inteiro, Israel continuará a perpetrar gradualmente seus actos de genocídio contra os palestinos, enterrando toda perspectiva de uma paz justa no sangue e sob as ruínas de Gaza, Nablus e Jerusalém.
Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC)
[Palestinian Boycott, Divestment and Sanctions National Committee, (BNC)]
Ramalá ocupada, Palestina
27 de Dezembro de 2008.
* O Comité Nacional Palestino para o Boicote, o Desinvestimento e as Sanções (BNC) inclui as seguintesorganizações:
Council of National and Islamic Forces in Palestine ; General Union of Palestinian Workers ; Palestinian General Federation of Trade Unions ; Palestinian Non-Governmental Organizations' Network (PNGO) ; Federation of Independent Trade Unions ; Union of Palestinian Charitable Organizations ; Global Palestine Right of Return Coalition ; Occupied Palestine and Golan Heights Advocacy Initiative (OPGAI) ; General Union of Palestinian Women ; Palestinian Farmers Union (PFU) ; Grassroots Palestinian Anti-Apartheid Wall Campaign (STW) ; Palestinian Campaign for the Academic and Cultural Boycott of Israel (PACBI) ; National Committee to Commemorate the Nakba ; Civic Coalition for the Defense of Palestinian Rights in Jerusalem (CCDPRJ) ; Coalition for Jerusalem ; and Palestinian Economic Monitor.
BNC*
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As boas notícias para 2009, uma lista de desejos
Janeiro: Tony Blair é preso no aeroporto de Heathrow ao retornar de mais um compromisso para falar no estrangeiro (receitas desde que deixou o gabinete: £12 milhões, ou €12,7 milhões). Ele é transportado para Haia para ser julgado por crimes de guerra por sua participação no ataque ilegal e não provocado a um país indefeso, o Iraque, justificado por mentiras comprovadas, e pela subsequente destruição física, social e cultural daquele país, provocando a morte de um milhão de pessoas. De acordo com o Tribunal de Nuremberg, isto é o "crime de guerra supremo". A acusação informou à equipe de defesa de Blair que não aceitará a alegação de "acreditar sinceramente" [nas mentiras]. Cherie Blair, uma estreita colaboradora que comparou o seu marido a Winston Churchill, é notificada.
Fevereiro: A seguir à posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, seu antecessor, George W. Bush, é preso ao deixar a Igreja do Santo Cruzado na sua cidade de Crawford, Texas. É transportado para Haia, como criminoso de guerra. (Ver acima pormenores da acusação.) Laura Bush, após um acordo com a acusação (plea bargain) concorda em apresentar provas contra o antigo presidente, "pelo amor de Deus".
Março: O antigo vice-presidente Dick Cheney dá um tiro no seu próprio pé ao caçar esquilos a seguir à oração do pequeno-almoço em Hope, Florida.
Abril: Aung San Suui Kyi é libertada da prisão domiciliar e assume o seu lugar de direito como chefe do governo democrático da Birmânia.
Maio: Todas as tropas americanas e britânicas abandonam o Iraque, incluindo os "300 a 400" soldados britânicos que devem permanecer para "treinar iraquianos" e fazer a espécie de trabalho sujo de forças especiais quase nunca relatadas por jornalistas "incorporados".
Junho: Todas as tropas da NATO deixam o Afeganistão.
Julho: O governo britânico determina uma travagem à venda de armas e equipamento militar para dez dos 14 países na África assolados por conflitos. O presidente da companhia de armamentos BAE Systems é preso pelo Serious Fraud Office.
Agosto: O Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional acaba com a exigência da privatização como condição para a ajuda aos países mais pobres.
Setembro: Sir Bob Geldof e Bono visitam Tony Blair na prisão, sugerindo um espectáculo mundial de Ajuda ao Crime a fim de levantar dinheiro para a defesa do seu herói.
Outubro: A vencedora do prémio Booker, Anne Enright, pede desculpas a Gerry e Kate McCann, pais da criança desaparecida Madeleine McCann, por especular na London Review of Books acerca do possível envolvimento dos McCanns no desaparecimento da sua filha.
Novembro: Gordon Brown é sequestrado, encapuzado e forçado a ouvir repetidamente o seu discurso de 2007 aos banqueiros, no banquete de Mansion House: "O que vocês da City de Londres alcançaram para os serviços financeiros, nós como governo aspiramos agora alcançar para toda a economia".
Dezembro: Tony Blair é sentenciado à prisão perpétua e beatificado pelo Papa.
Se pensa que nada disto acontecerá, provavelmente está certo. Mas cuidado com 2010
John Pilger
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Fevereiro: A seguir à posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos, seu antecessor, George W. Bush, é preso ao deixar a Igreja do Santo Cruzado na sua cidade de Crawford, Texas. É transportado para Haia, como criminoso de guerra. (Ver acima pormenores da acusação.) Laura Bush, após um acordo com a acusação (plea bargain) concorda em apresentar provas contra o antigo presidente, "pelo amor de Deus".
Março: O antigo vice-presidente Dick Cheney dá um tiro no seu próprio pé ao caçar esquilos a seguir à oração do pequeno-almoço em Hope, Florida.
Abril: Aung San Suui Kyi é libertada da prisão domiciliar e assume o seu lugar de direito como chefe do governo democrático da Birmânia.
Maio: Todas as tropas americanas e britânicas abandonam o Iraque, incluindo os "300 a 400" soldados britânicos que devem permanecer para "treinar iraquianos" e fazer a espécie de trabalho sujo de forças especiais quase nunca relatadas por jornalistas "incorporados".
Junho: Todas as tropas da NATO deixam o Afeganistão.
Julho: O governo britânico determina uma travagem à venda de armas e equipamento militar para dez dos 14 países na África assolados por conflitos. O presidente da companhia de armamentos BAE Systems é preso pelo Serious Fraud Office.
Agosto: O Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional acaba com a exigência da privatização como condição para a ajuda aos países mais pobres.
Setembro: Sir Bob Geldof e Bono visitam Tony Blair na prisão, sugerindo um espectáculo mundial de Ajuda ao Crime a fim de levantar dinheiro para a defesa do seu herói.
Outubro: A vencedora do prémio Booker, Anne Enright, pede desculpas a Gerry e Kate McCann, pais da criança desaparecida Madeleine McCann, por especular na London Review of Books acerca do possível envolvimento dos McCanns no desaparecimento da sua filha.
Novembro: Gordon Brown é sequestrado, encapuzado e forçado a ouvir repetidamente o seu discurso de 2007 aos banqueiros, no banquete de Mansion House: "O que vocês da City de Londres alcançaram para os serviços financeiros, nós como governo aspiramos agora alcançar para toda a economia".
Dezembro: Tony Blair é sentenciado à prisão perpétua e beatificado pelo Papa.
Se pensa que nada disto acontecerá, provavelmente está certo. Mas cuidado com 2010
John Pilger
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DO GUETO DE VARSÓVIA AO GUETO DE GAZA
Em Abril de 1943 os judeus do Gueto de Varsóvia foram massacrados pela máquina militar do III Reich nazi. Em Dezembro de 2008 os palestinos do Gueto de Gaza são massacrados pela máquina militar do IV Reich nazi-sionista. Ambos os povos exerceram o seu direito inalienável à revolta contra a opressão.
É hipócrita e cínica a atitude do governo português a recomendar que cessem os ataques de ambos os lados. Com essa argumentação pretende-se comparar a resistência digna do povo palestino e a acção criminosa do invasor sionista que massacra a população civil e destrói a infraestrutura de Gaza, depois de sustentar durante meses um bloqueio total contra o seu povo.
Este genocídio só é possível porque o lobby judeu mundial concede-lhe o combustível necessário, porque os EUA lhe dá cobertura política, economica e bélica ao agressor, porque a União Europeia lhe deu um sinal verde e porque grande parte da população israelense dá apoio à limpeza étnica promovida pelo governo nazi-sionista.
Só o levantamento generalizado no mundo árabe e a solidariedade internacional, com todo tipo de protestos por toda a parte, poderá deter essa acção criminosa. Neste momento é importante reiterar a solidariedade com o governo legítimo do Hamas e repudiar a posição cúmplice do actual presidente da Autoridade Nacional Palestina, sr. Mahmud Abbas. Este, apesar da carnificina em curso, optou por acusar o Hamas pelo que está a acontecer e de forma submissa procura negociar com os assassinos do seu povo.
http://resistir.info/
Privatização do passado de Portugal
Consegue imaginar os Jerónimos transformados em centro comercial, com uma grande superfície no rés-do-chão, patinagem, e restauração no topo? E o Mosteiro da Batalha feito discoteca? A Torre de Belém parece-lhe que poderia ser um daqueles cafés franchising? Bom, não se imagina, mas este governo alcança muitas proezas criativas.
Agora avançou com uma proposta de lei sugerindo que o património público deverá ser adaptado, e passo a citar, "às novas exigências económicas e sociais, que apontam no sentido da rentabilização do domínio público". Sem mais, o governo entende que há uma riqueza colectiva a explorar.
É assim, se esta proposta se concretizar, os monumentos e património público podem ser objecto de uso privativo, podendo também ser vendidos. Serão considerados uma qualquer mercadoria transaccionável, sujeito a uma lógica comercial, alienável para obter receitas extraordinárias, vulnerável aos interesses privados, que em Portugal crescem confortavelmente à custa da esfera pública. E que não tardarão a querer associar o seu nome e marcas aos principais símbolos nacionais.
Esta transformação da memória histórica do país em puro recurso económico é, para os estudiosos do património cultural, apenas comparável à venda dos bens da Coroa no princípio do século XIX. Enfim, é a privatização do passado de Portugal.
E tudo isto acontece perante um Ministério da Cultura falido e sem poder político para defender o interesse público, ainda que para ganhar eleições, em 2005, Sócrates tenha prometido salvá-lo da asfixia financeira. Mas se era de asfixia que se tratava, agora o estrangulamento está completo. O orçamento para a cultura nunca chegou ao prometido 1% do produto. Aliás, passou de 0,7% para 0,2%.
Pois é… Há anos que se arrasta um projecto para transformar o Mosteiro de Alcobaça num hotel de charme. Não é um mero exercício de imaginação, esse plano existe de facto. Porém, só com uma nova lei, como a proposta, será viável. Tudo muito conveniente, como é costume com este governo.
http://infoalternativa.org/spip.php?article384
Agora avançou com uma proposta de lei sugerindo que o património público deverá ser adaptado, e passo a citar, "às novas exigências económicas e sociais, que apontam no sentido da rentabilização do domínio público". Sem mais, o governo entende que há uma riqueza colectiva a explorar.
É assim, se esta proposta se concretizar, os monumentos e património público podem ser objecto de uso privativo, podendo também ser vendidos. Serão considerados uma qualquer mercadoria transaccionável, sujeito a uma lógica comercial, alienável para obter receitas extraordinárias, vulnerável aos interesses privados, que em Portugal crescem confortavelmente à custa da esfera pública. E que não tardarão a querer associar o seu nome e marcas aos principais símbolos nacionais.
Esta transformação da memória histórica do país em puro recurso económico é, para os estudiosos do património cultural, apenas comparável à venda dos bens da Coroa no princípio do século XIX. Enfim, é a privatização do passado de Portugal.
E tudo isto acontece perante um Ministério da Cultura falido e sem poder político para defender o interesse público, ainda que para ganhar eleições, em 2005, Sócrates tenha prometido salvá-lo da asfixia financeira. Mas se era de asfixia que se tratava, agora o estrangulamento está completo. O orçamento para a cultura nunca chegou ao prometido 1% do produto. Aliás, passou de 0,7% para 0,2%.
Pois é… Há anos que se arrasta um projecto para transformar o Mosteiro de Alcobaça num hotel de charme. Não é um mero exercício de imaginação, esse plano existe de facto. Porém, só com uma nova lei, como a proposta, será viável. Tudo muito conveniente, como é costume com este governo.
http://infoalternativa.org/spip.php?article384
Um Dicionário da Anarquia, organizado por Michel Ragon, acaba de ser editado em França
Na Abadia de Thélème, imaginada por Rabelais, fazia-se o que se queria. Este constituiu um dos antecedentes daquilo que alguns séculos mais tarde se veio a designar por anarquia. As bases deste anti-sistema floresceu no lastro do iluminismo com William Godwin e Charles Fourier, mas o verdadeiro teorizador da anarquia foi, sem dúvida, Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), autor de uma doutrina política socialista que sempre se mostrou extremamente crítica em relação a outra corrente de pensamento, o socialismo de Karl Marx.
Enquanto movimento político propriamente dito, a anarquia só aparece por volta de 1880, pouco depois da morte do aristocrata Michel Bakounine (1814-1876), considerado o pai de todos os anarquismos, e que foi excluído por Marx da Internacional. A anarquia assume-se como um movimento exterior a todos os partidos, e agrega múltiplas variantes e tendências.
«O que há de comum entre o anarquismo individualista, de Stirner a E.Armand, e o comunismo libertário de Kropotkine senão a oposição mais completa ao aparelho estatal ? Assim como, pouco ou nada há em comum entre o pacifismo integral do anarquista Louis Lecoin, e a sua defesa da objecção de consciência, e o nihilismo terrorista, já sem falar do anarquismo cristão ou, até mesmo, do anar-capitalismo»
Michel Ragon acaba de editar em França um Dicionário da Anarquia destinado a esclarecer uma corrente de pensamento e um movimento social muito pouco conhecido pelas pessoas em geral. Um pensamento que Michel Ragon, filho de camponeses, e hoje octogenário ( nasceu em 1924), sempre partihou, e o marcou no seu percurso de autodidacta, desde o tempo que era alfarrabista nas margens do Sena até se ter consagrado como crítico de arte e de arquitectura.
De Proudhon a Cohn-Bendit, de Brassens a Léo Ferré, de Mirbeau a Camus, de Breton a Sartre, de Henry Thoreau a Herbert Marcuse, da Surréalisme ao Situationnisme, sem esquecer desenhadores como o belga Frans Masereel ou o pintor impressionista Camille Pissarro, a família libertária é de uma espantosa riqueza e de uma enorme diversidade, o que constitui simultaneamente o seu ponto fraco mas também a sua maior capcidade de atracção. Ora é todo este panorama que a obra de Michel Ragon, agora editada, pretende dar conta sob o ambicioso título, Dicionário da Anarquia.
Os nunerosos jornais e publicações que pontuam a história do anarquismo atestam essa vitalidade. Basta lembrarmo-nos que o jornal «A anarquia», título publicado por Anselme Bellegarrigue em Abril de 1850, e que foi o primeiro em França a reclamar-se do anarquismo, tinha como subtítulo a expressão «jornal da ordem». Tal não impede que o mesmo título seja escolhido para outra publicação, por Albert Libertad, em 1905, em que se assumia claramente uma postura anti-sindical, anti-obreirista, anti-pacifista, onde a crítica ao álcool e ao tabaco era acompanhada pela defesa do amor livre.
Para ajudar à polémica, a definição que Prodhon dá de anarquia é tudo menos pacifica :
«A anarquia é uma forma de governo, ou constituição, na qual a consciência pública e privada formada pelo desenvolvimento da ciência e do direito se mostra suficiente para a manutenção da ordem e da garantia de todas as liberdades, e em consequência, o princípio de autoridade, as instituições de polícia, os meios de prevenção e de repressão, o funcionarismo, etc, encontram-se reduzidos à mais simples expressão, e em que as formas monárquicas, assim como a forte centralização, são substituídas por instituições federativas e os usos comunais» ( "L’anarchie est une forme de gouvernement, ou constitution, dans laquelle la conscience publique et privée formée par le développement de la science et du droit suffit au seul maintien de l’ordre et à la garantie de toutes les libertés, où par conséquent le principe d’autorité, les institutions de police, les moyens de prévention et de répression, le fonctionnarisme, etc., se trouvent réduits à leur plus simple expression, où les formes monarchiques, la haute centralisation, remplacées par les institutions fédératives et les mœurs communales, disparaissent." )
Até mesmo o lema «Nem Deus Nem Senhor», que é reivindicado pelos anarquistas contemporâneos, resulta de uma expressão de autoria de Blanqui que serviu de título para o seu jornal de 1880.
Não falta sequer neste dicionário a menção do nihilismo dos terroristas russos, referidos por Tourgueniev, Tchernychevski, Dostoïevski ou Nietzsche, ou os terroristas franceses, que se reivindicam anarquistas, desde Ravachol à Bande de Bonnot, ou mesmo da Action directe.
Figura tutelar em todo este movimento é, sem dúvida, Louise Michel (1830-1905), professora e conhecida figura da Comuna de Paris, a quem é reservada uma atença especial nas múltiplas entradas de que é constituído este valioso dicionário da anarquia
Sobre Michel Ragon:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Michel_Ragon
http://pimentanegra.blogspot.com/
segunda-feira, dezembro 29, 2008
É um puro disparate político afirmar que os professores são responsáveis pelos sucesso escolar dos alunos
"O ensino representa uma oportunidade educativa oferecida, não um serviço comercial prestado. Prestação de contas é um slogan político vazio e pernicioso...que incapacita os professores de um desempenho reflexivo da sua profissão. Como quer que seja, os professores não irão ter sucesso com todos os alunos, em especial alunos que não estudam (ou não podem estudar devido, por exemplo, a condições em casa), que se recusam a ouvir ou a participar (ou devido aos seus estados psicológicos ou fisiológicos, não podem ouvir ou participar) nas aulas...Os professores são responsáveis por estarem bem informados e autoconscientes, por serem pedagogicamente corajosos e adaptáveis e eticamente comprometidos, por fazerem todos os esforços para envolver os alunos intelectual e psicossociologicamente. Mas é puro disparate político afirmar que os professores são responsáveis pela sucesso dos alunos. Os alunos (e, secundariamente, os pais) são responsáveis pela sua realização educativa".
Fonte: Pinar, W. (2007). O que é a teoria do currículo? Porto Editora, pp. 343 e 344
http://www.profblog.org/
Fonte: Pinar, W. (2007). O que é a teoria do currículo? Porto Editora, pp. 343 e 344
http://www.profblog.org/
Viagem Cósmica
Trecho do documentário de nome "Viagem Cósmica". O vídeo demonstra a dimensão do universo conhecido atualmente, do macrocosmo ao microcosmo. Dá uma noção de nossa pequenez humana e da grandeza de nossas conquistas, mostrando quão ignorantes somos em negar o desconhecido ao invés de trazê-lo a luz do conhecimento. O DVD pode ser encontrado em algumas locadoras. Narração de Morgan Freeman.
Mulheres voluntárias vão mandar piropos a homens feios durante a quadra natalícia
A vereadora da Acção Social da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Ana Sara Brito, informou que as equipas de rua já estão a distribuir frases de engate, declarações de amor, elogios, assobios, buzinadelas e "chochos" a cidadãos de muito má aparência física. "São pessoas com nomes pouco comuns como Acúrcio ou Caçorino, que andam com os pés para dentro/ dez para as duas, têm verrugas nojentas na cara, usam bolsas de cintura, são estrábicos e têm saliva seca nos lábios. Estas pessoas passam o ano inteiro sem serem assediadas porque têm uma sobrancelha única que atravessa a cana do nariz até ao outro lado, são marrecos, usam as calças muito acima da cintura, usam o casaco por cima do ombro sem colocar os braços por dentro das mangas, nunca usam a fivela do cinto no meio das calças, andam sempre com o rego à mostra e cobrem a parte sem cabelo com o cabelo que resta só para disfarçar a calvície. Queremos que pelo menos durante o Natal tenham uma vida um pouco melhor", afirmou uma voluntária.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/
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cão tentando salvar outro cão comove o Chile
Vira-lata tentou salvar cão atropelado e vira herói anônimo no Chile
O vira-lata tentou salvar outro cão que havia sido atropelado em uma movimentada rodovia em Santiago.
As imagens foram captadas por câmeras de vigilância da estrada.
A televisão do Chile exibiu as cenas.
Em meio a caminhões e outros veículos de grande porte, o cachorro se aproximou do animal atropelado e, com dificuldade, o arrastou para a margem da rodovia Vespucio Norte.
Rapidamente, funcionários chegaram e retiraram os dois animais. O cão vítima do atropelamento não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. O "salvador", como um bom cão de rua, fugiu logo em seguida.
Grupo na França protesta contra a mudança de ano
Membros do movimento 'Fonacon' querem permanecer em 2008.
Protesto acontece em Noirmoutier-en-l'Île, na França.Membros do movimento chamado "Fonacon" (Frente contra o Ano Novo) preparam protesto contra a mudança de ano, em Noirmoutier-en-l'Île, na França, nesta segunda-feira (22). Os membros do movimento querem ficar no ano 2008.
http://vendesechurros.blogspot.com/
Sem ilusões
A ideia da presidente do PSD de suspender a democracia por seis meses para se poder fazer “reformas verdadeiras”, foi atacada pelos adversários como uma falta de sentido democrático, foi disfarçada pelos adeptos como uma “ironia” e foi motivo de piadas por parte dos humoristas. Em todos os casos, o assunto foi tratado como uma questão da pessoa de Ferreira Leite.
Mas se recordarmos umas quantas declarações e actos recentes da cena política portuguesa teremos outro panorama. Ferraz da Costa, ex-patrão da CIP, defendeu a redução dos salários reais em 30%. Vítor Constâncio, presidente do Banco de Portugal, culpou os subsídios de desemprego pelo aumento do desemprego de longa duração. O presidente da Associação das PME ameaçou despedir 40 mil contratados a prazo se o salário mínimo aumentasse. Paulo Portas assanha-se contra o rendimento mínimo de inserção. A polícia visita as sedes dos sindicatos para contabilizar de véspera grevistas e manifestantes. O novo Código do Processo Penal dá mais escapatórias ao grande crime económico ao abreviar as investigações. As rusgas policiais a bairros de pobres e de imigrantes faz as vezes de campanha contra o crime organizado. O Estado corta nas verbas sociais e aumenta os gastos com a defesa e as polícias. Especuladores e ladrões à beira da falência são sustentados com os milhões recolhidos na “luta contra o défice”.
A afirmação de Ferreira Leite não soa afinal tão isolada. Figuras variadas de uma mesma classe vão revelando, de diversos pontos de vista, a mesma aversão aos assalariados. A acção do governo de Sócrates é a resultante prática desta frente unida. Uma resposta à altura exige que os trabalhadores entendam este confronto como aquilo que é – uma guerra de classes que exclui qualquer comunidade de interesses. Sem isto estar claro, continuaremos a perder terreno.
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1363
Mas se recordarmos umas quantas declarações e actos recentes da cena política portuguesa teremos outro panorama. Ferraz da Costa, ex-patrão da CIP, defendeu a redução dos salários reais em 30%. Vítor Constâncio, presidente do Banco de Portugal, culpou os subsídios de desemprego pelo aumento do desemprego de longa duração. O presidente da Associação das PME ameaçou despedir 40 mil contratados a prazo se o salário mínimo aumentasse. Paulo Portas assanha-se contra o rendimento mínimo de inserção. A polícia visita as sedes dos sindicatos para contabilizar de véspera grevistas e manifestantes. O novo Código do Processo Penal dá mais escapatórias ao grande crime económico ao abreviar as investigações. As rusgas policiais a bairros de pobres e de imigrantes faz as vezes de campanha contra o crime organizado. O Estado corta nas verbas sociais e aumenta os gastos com a defesa e as polícias. Especuladores e ladrões à beira da falência são sustentados com os milhões recolhidos na “luta contra o défice”.
A afirmação de Ferreira Leite não soa afinal tão isolada. Figuras variadas de uma mesma classe vão revelando, de diversos pontos de vista, a mesma aversão aos assalariados. A acção do governo de Sócrates é a resultante prática desta frente unida. Uma resposta à altura exige que os trabalhadores entendam este confronto como aquilo que é – uma guerra de classes que exclui qualquer comunidade de interesses. Sem isto estar claro, continuaremos a perder terreno.
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1363
“Climate Change” versus Ciência
Decorria em Poznan a recente cimeira da ONU sobre alterações climáticas, quando um grupo de 650 cientistas, de vários países, farto da propaganda oficial, produziu um relatório que enviou à comunicação social. Em Portugal, ou eu ando muito distraído, ou os jornalistas ignoraram-no. Aqui ficam algumas das frases desse relatório, lido no Senado dos Estados Unidos. [Tradução minha, obviamente]
“O pânico gerado em torno do alegado aquecimento do planeta é o maior erro científico da História. Quando as pessoas começarem a perceber qual é a verdade vão ficar decepcionadas com a ciência e com os cientistas.”
Kiminori Itoh, ex-colaborador do IPCC (Japão)
“É uma mentira descarada dizer-se na comunicação social que apenas um pequeno grupo de cientistas não reconhece que há um aquecimento global antropogénico.”
Stanley B. Goldenberg, investigador do Centro de Pesquisa de Ciclones da NOAA (EUA)
“Mesmo que triplicássemos a actual concentração de dióxido de carbono, o impacto sobre o clima, se existisse, seria residual, o vapor de água e as nuvens sempre dominaram [em termos de efeito de estufa] o cenário global e assim continuará a ser.”
Geoffrey G. Duffy, professor de Química da Universidade de Auckland (Nova Zelândia)
“Quantos anos mais, deverá o planeta arrefecer, até que alguns percebam que ele não está a aquecer.”
David Gee, professor de Geologia na Universidade de Uppsala (Suécia)
“O alarmismo em redor das alterações climáticas é um instrumento de controlo social e um pretexto para grandes negócios e batalhas políticas. Transformou-se numa ideologia e isso é preocupante.”
José J. Delgado Domingos, professor jubilado do Instituto Superior Técnico (Portugal)
“As emissões de dióxido de carbono não fazem absolutamente nenhuma diferença [no clima]. Todos os cientistas sabem disso, o problema é que ninguém lhes paga para o dizerem.”
Takeda Kunihito, vice-reitor do Instituto de Investigação Científica e Tecnológica da Universidade de Chubu (Japão)
http://terrasdelisboa.blogspot.com/
“O pânico gerado em torno do alegado aquecimento do planeta é o maior erro científico da História. Quando as pessoas começarem a perceber qual é a verdade vão ficar decepcionadas com a ciência e com os cientistas.”
Kiminori Itoh, ex-colaborador do IPCC (Japão)
“É uma mentira descarada dizer-se na comunicação social que apenas um pequeno grupo de cientistas não reconhece que há um aquecimento global antropogénico.”
Stanley B. Goldenberg, investigador do Centro de Pesquisa de Ciclones da NOAA (EUA)
“Mesmo que triplicássemos a actual concentração de dióxido de carbono, o impacto sobre o clima, se existisse, seria residual, o vapor de água e as nuvens sempre dominaram [em termos de efeito de estufa] o cenário global e assim continuará a ser.”
Geoffrey G. Duffy, professor de Química da Universidade de Auckland (Nova Zelândia)
“Quantos anos mais, deverá o planeta arrefecer, até que alguns percebam que ele não está a aquecer.”
David Gee, professor de Geologia na Universidade de Uppsala (Suécia)
“O alarmismo em redor das alterações climáticas é um instrumento de controlo social e um pretexto para grandes negócios e batalhas políticas. Transformou-se numa ideologia e isso é preocupante.”
José J. Delgado Domingos, professor jubilado do Instituto Superior Técnico (Portugal)
“As emissões de dióxido de carbono não fazem absolutamente nenhuma diferença [no clima]. Todos os cientistas sabem disso, o problema é que ninguém lhes paga para o dizerem.”
Takeda Kunihito, vice-reitor do Instituto de Investigação Científica e Tecnológica da Universidade de Chubu (Japão)
http://terrasdelisboa.blogspot.com/
Ajustes de contas com a História recente
A terminar o ano, com o aproximar do final do mandato do actual Presidente dos Estados Unidos, aumentam as pressões para que altos responsáveis como Condoleezza Rice, Dick Cheney, Donald Rumsfeld ou mesmo George W. Bush sejam julgados por crimes de guerra. Será curioso observar, ao longo de todo o próximo ano, o paralelo entre os desenvolvimentos deste ajuste de contas entre os americanos e a sua História recente e as suas réplicas numa Europa cujos responsáveis políticos, mais que assistirem em silêncio à barbárie, colaboraram activamente com ela, não regateando vassalagem ao horror. E não será menos curioso observar, dentro da corte de bajuladores do poder, as movimentações de afastamento relativamente àquela personagem sinistra da História de Portugal que deu o melhor de si para aparecer nas fotografias da Cimeira em que se decidiu a guerra do Iraque, juntamente com Bush, Blair e Aznar, mesmo apesar de ser apenas o mordomo de serviço. O tal do Tratado de Lisboa e do abraço “porreiro, pá!”. Esse mesmo. E esse outro, também.
http://opaisdoburro.blogspot.com/
GANHAR FORÇA PARA A LUTA!
Ao contrário do que é habitual, aqui fica uma mensagem de Fim de Ano.
Os últimos dias do ano civil que se aproxima do fim foram especialmente "dramáticos", ao contrário do que a aparência do modelo de avaliação simplex quis impor. Mansamente, quiseram ludibriar-nos por benesses imediatas, que só têm como objectivo enganar-nos e desmobilizar-nos.
2009 aproxima-se. Devemos preparar-nos para um ano de lutas decisivas e duras. Com determinação e unidade, venceremos esta "GUERRA" que o Governo, através do Ministério da Educação, decidiu declarar aos professores e à qualidade da escola pública.
É preciso recobrar forças para a luta que se avizinha ao retomar as actividades lectivas. É preciso resistir dentro e fora das escolas.
Não desistiremos enquanto não for suspenso este modelo de avaliação inspirado no subdesenvolvimento latino-americano, decalcado do modelo chileno. Não nos conformaremos com remendos nem com o que, declaradamente, já foi reconhecido como mau e não tem como objectivo a melhoria da prática lectiva. A avaliação é algo muito sério para permitir veleidades, falsos moralismos, mentiras e irresponsabilidade.
Os professores sempre foram avaliados e querem continuar a sê-lo. Se não se quer o modelo de avaliação anterior, siga-se um dos modelos dos países mais desenvolvidos da Europa.
Não desistiremos enquanto o Estatuto da Carreira Docente não for revogado e revisto, expurgando-o da aberrante divisão da carreira em duas categorias de profissionais que, afinal, desempenham a mesma função, sem esquecer que a divisão já realizada assentou em critérios desadequados, aleatórios, espúrios, injustos e falsos.
Os nossos (des)governantes terminam as funções e "desaparecem" para lugares de benesses ainda maiores! Os Professores continuarão nos estabelecimentos de ensino, por longos anos, dedicando o seu esforço à escola e ao País! Os Professores continuarão a sua função de enorme responsabilidade, contribuindo para a educação de um povo! Os (des)governantes continuarão apenas preocupados com a forma de tornarem possível a manutenção do seu poder!
UNIDOS E DETERMINADOS, VENCEREMOS!
MOBILIZAR! UNIR! RESISTIR!
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/
Os últimos dias do ano civil que se aproxima do fim foram especialmente "dramáticos", ao contrário do que a aparência do modelo de avaliação simplex quis impor. Mansamente, quiseram ludibriar-nos por benesses imediatas, que só têm como objectivo enganar-nos e desmobilizar-nos.
2009 aproxima-se. Devemos preparar-nos para um ano de lutas decisivas e duras. Com determinação e unidade, venceremos esta "GUERRA" que o Governo, através do Ministério da Educação, decidiu declarar aos professores e à qualidade da escola pública.
É preciso recobrar forças para a luta que se avizinha ao retomar as actividades lectivas. É preciso resistir dentro e fora das escolas.
Não desistiremos enquanto não for suspenso este modelo de avaliação inspirado no subdesenvolvimento latino-americano, decalcado do modelo chileno. Não nos conformaremos com remendos nem com o que, declaradamente, já foi reconhecido como mau e não tem como objectivo a melhoria da prática lectiva. A avaliação é algo muito sério para permitir veleidades, falsos moralismos, mentiras e irresponsabilidade.
Os professores sempre foram avaliados e querem continuar a sê-lo. Se não se quer o modelo de avaliação anterior, siga-se um dos modelos dos países mais desenvolvidos da Europa.
Não desistiremos enquanto o Estatuto da Carreira Docente não for revogado e revisto, expurgando-o da aberrante divisão da carreira em duas categorias de profissionais que, afinal, desempenham a mesma função, sem esquecer que a divisão já realizada assentou em critérios desadequados, aleatórios, espúrios, injustos e falsos.
Os nossos (des)governantes terminam as funções e "desaparecem" para lugares de benesses ainda maiores! Os Professores continuarão nos estabelecimentos de ensino, por longos anos, dedicando o seu esforço à escola e ao País! Os Professores continuarão a sua função de enorme responsabilidade, contribuindo para a educação de um povo! Os (des)governantes continuarão apenas preocupados com a forma de tornarem possível a manutenção do seu poder!
UNIDOS E DETERMINADOS, VENCEREMOS!
MOBILIZAR! UNIR! RESISTIR!
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OS LIVROS, OS EDITORES E OS LEITORES
As considerações de António Lobo Antunes, transcritas no Público, sobre o indecente preço dos livros em Portugal suscitam-me dois comentários. Em primeiro lugar e em termos mais genéricos, a cultura em Portugal é um produto de luxo, veja-se também o preço dos CDs e dos espectáculos. O Ministério da Cultura vive, com melhorias esporádicas, numa apagada e vil tristeza orçamental. Sabe-se como os museus têm dificuldade em manter portas abertas, para não falar de investimento e manutenção nos respectivos espólios. Muito do que se realiza em Portugal em matéria de cultura está dependente de apoios privados, carolice e mecenato. A crise instalada vai complicar a situação.
Por outro lado, e no que respeita ao mercado livreiro, creio que uma das grandes razões para o preço dos livros será o reduzido volume de consumo desse bem por parte do cidadão comum. De facto, à excepção de alguns, poucos, nomes, entre os quais Lobo Antunes, as edições reduzidas dificultarão, por questões de escala, o abaixamento do preço. Algumas editores ou grupos editoriais têm experimentado o lançamento de colecções com obras a mais baixo custo, mas muitos dos potenciais compradores dessas obras, já as terão adquirido pelo que, mais uma vez será difícil que sejam bem sucedidas essas edições. Parece-me sobretudo que a grande aposta estará no leitor e não no livro, ou seja, criando mais leitores, talvez as edições, que poderiam em todo o caso ser menos exigentes em papel e grafismo, ficassem mais acessíveis como se verifica, por exemplo, nos países citados por Lobo Antunes. Esta batalha ganha-se na escola e na comunicação social. É certo que existe em actividade o Plano Nacional de Leitura que, parece, estará a dar alguns resultados, mas na comunicação social generalista o livro está praticamente ausente embora exista o sketch do conhecido entertainer político, conhecido por Professor, que ao Domingo à noite na RTP despeja livros em cima de uma secretária enquanto faz, dizem, comentário político. Insisto, é um problema de leitores não de livros, aliás, nunca se publicou tanto como agora.
http://atentainquietude.blogspot.com/
Por outro lado, e no que respeita ao mercado livreiro, creio que uma das grandes razões para o preço dos livros será o reduzido volume de consumo desse bem por parte do cidadão comum. De facto, à excepção de alguns, poucos, nomes, entre os quais Lobo Antunes, as edições reduzidas dificultarão, por questões de escala, o abaixamento do preço. Algumas editores ou grupos editoriais têm experimentado o lançamento de colecções com obras a mais baixo custo, mas muitos dos potenciais compradores dessas obras, já as terão adquirido pelo que, mais uma vez será difícil que sejam bem sucedidas essas edições. Parece-me sobretudo que a grande aposta estará no leitor e não no livro, ou seja, criando mais leitores, talvez as edições, que poderiam em todo o caso ser menos exigentes em papel e grafismo, ficassem mais acessíveis como se verifica, por exemplo, nos países citados por Lobo Antunes. Esta batalha ganha-se na escola e na comunicação social. É certo que existe em actividade o Plano Nacional de Leitura que, parece, estará a dar alguns resultados, mas na comunicação social generalista o livro está praticamente ausente embora exista o sketch do conhecido entertainer político, conhecido por Professor, que ao Domingo à noite na RTP despeja livros em cima de uma secretária enquanto faz, dizem, comentário político. Insisto, é um problema de leitores não de livros, aliás, nunca se publicou tanto como agora.
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domingo, dezembro 28, 2008
The Lingerie Restaurant alvo da ASAE: Chantilly usado durante strip-tease não estava embalado em mini-doses individuais
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou uma operação de fiscalização ao recém-inaugurado The Lingerie Restaurant, no Algarve, estabelecimento onde os empregados e empregadas servem à mesa em lingerie. As bananas usadas pelas strippers para fazer simulações desconcertantes não cumpriam as normas de conservação e os brinquedos sexuais usados durante as actuações não tinham a identificação do fabricante nem o rótulo de certificado de segurança. A Equipa de Protecção da Natureza e Ambiente em Zonas Específicas (EPNAZE) detectou o uso de algumas espécies animais protegidas naquele local. Durante um show lésbico, a morena fez desaparecer quatro estorninhos, cinco gaios e quatro pegas azuis enquanto que a loira fez desaparecer uma pega rabuda, três melros, três pintassilgos, quatro chamarizes, cinco tentilhões e uma rola turca.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/
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